Gauhati, Índia. Foto: Anupam Nath/AP
- «(,,,) Segundo números oficiais da Aliança Atlântica e os dados do Orçamento de Estado para 2017, as «despesas com a defesa» em Portugal, isto é, os gastos exigidos pela presença na NATO, elevam-se a cerca de 2550 milhões de euros no ano em curso. (…) Trocados por miúdos, os 2550 milhões que os portugueses tiram dos seus bolsos para que a aliança continue a sangrar o Afeganistão, o Iraque e a Síria, apanhe os cacos da destruição que semeou na Líbia e sustente as estruturas nazis que implantou na Ucrânia representam um contributo individual forçado de 230 euros anuais. Significam ainda que o país deita fora sete milhões de euros por dia por pertencer à NATO, mesmo não cumprindo as recomendações dos chefes de Washington, os quais exigem dois por cento do PIB de cada Estado membro. Portugal fica-se por 1,4 por cento do PIB, mas antes de choverem elogios a tamanha coragem perante os estrelados generais diga-se que há outros, muitos outros, aliás, bastante mais desafiadores: a começar pelo exemplo do governo direitista espanhol, mesmo aqui ao lado, que não vai além dos 0,9 por cento do PIB. Ou pela Bélgica, onde está a sede da NATO, com 0,85%. Ou a Hungria (um por cento), a Eslováquia e a República Checa (0,94 e 1,04%, respectivamente), o Luxemburgo (0,44%), a Holanda (1,17%), a Itália (1,11%). E que dizer do gigante alemão, sempre tão exigente com os outros, com os seus recatados 1,15%? (…) Porque, em boa verdade e seguindo a certeira frieza dos números, os tais 2550 milhões de euros com que pagamos as guerras e as ameaças que conduzem o mundo no caminho do abismo, equivalem a bastante mais de quatro milhões de salários mínimos de 600 euros.(…)» José Goulão in Quatro milhões de salários mínimos – Abril.
- «Um dia, Adriano Moreira, que foi ministro do Ultramar de Salazar, comparou o ex-director de Informação da RTP José Eduardo Moniz à polícia política do Estado Novo: a inconfidência foi feita por Diogo Freitas do Amaral, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, no segundo jantar-debate Rostos da Portugalidade no Café Martinho da Arcada, em Lisboa. O antigo presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas afirmou que, nos tempos da maioria governamental de Cavaco Silva raramente alguém da oposição aparecia na RTP. "Quem é que manipulou tudo isto durante anos a fio?", interrogou. E respondeu logo a seguir: "Um grande director de Informação mas totalmente autoritário chamado José Eduardo Moniz. Punha tudo a favor do governo e desfazia a imagem da oposição, ao ponto de o doutor Adriano Moreira me dizer, uma vez: “Se esse rapaz estivesse na RTP no tempo do dr. Salazar ele nem tinha precisado da PIDE."» Sábado 9fev2017.
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