Cinco países africanos, - Benin, Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Togo -, vão deixar de importar combustíveis poluentes da Europa. Tudo porque descobriram que empresas suíças estavam a abusar da sua legislação condescendente para exportar combustíveis com índices elevados de enxofre. BBC.
A suíça Public Eye investigou.
Depois de analisar amostras de combustíveis de 8 países, - Angola, Benin, República do Congo, Costa do Marfim, Gana, Mali, Senegal e Zâmbia -, descobriu que mais de 2/3 das amostras de gasóleo tinham, em média, um índice de enxofre 150 vezes superior aos limites legalmente estabelecidos na Europa, para além de outros aditivos tóxicos.
Descobriu também que cerca de 50% desses combustíveis eram exportados a partir de Amesterdão e Roterdão, na Holanda, e de Antuérpia, na Bélgica, sendo outra parte proveniente de Houston, nos EUA.
Verificou também que os petroleiros provenientes do triângulo Amesterdão-Roterdão-Antuérpia manipulavam os combustíveis no alto mar, geralmente ao largo de Lomé (Togo) e de Lagos (Nigéria).
Registou também o rasto das principais empresas responsáveis por este negócio: a Trafigura (via Puma, Pumangol, Gazelle, UBI), Vitol (Vivo Energy com a marca Shell), Addax & Oryx Group (Oryx) e Lynx Energy (X-Oil). E ainda o rasto da Litasco, - do grupo russo Lukoil, sediada em Geneva, Suíça -, da Sahara Energy, da Delaney Petroleum, - sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens mas a operar a partir dos Emiratos Árabes Unidos -, da Quarhess Trading, da Mercuria, da Glencore e da Gunvor. E até mesmo da BP e da Total.
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