Imagem repescada daqui.
O Governo português avança com um projeto de decreto-lei que vai proibir o uso de herbicidas com glifosato em locais públicos como escolas, jardins infantis, jardins e parques urbanos de proximidade, parques de campismo, hospitais, centros de saúde e lares para idosos. O documento estabelece que a aplicação de herbicidas com glifosato apenas pode ser feita quando não houver meios e técnicas de controlo alternativos ou quando se esteja perante um risco para a agricultura, floresta ou ambientes naturais.
Ana Dias Cordeiro, do Público, pormenoriza: «A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências da ONU referiram, em Maio deste ano, ser pouco provável o glifosato — o ingrediente activo da fórmula de alguns herbicidas — provocar cancro, como defendem organizações para a defesa do ambiente.»
Seja rigorosa, senhora jornalista. Já que entrou em pormenores, convém sublinhar que, em maio de 2015, a mesma Organização Mundial de Saúde ( e não organizações para a defesa do ambiente) publicou um relatório alertando para o facto de o glifosato ser potencialmente cancerígeno para os humanos. Convém ainda saber que havia conflitos de interesses no painel que reportou o glifosato como não sendo potencialmente cancerígeno: o JMPR, o instituto co-dirigido pelo presidente da reunião conjunta da ONU sobre resíduos de pesticidas, recebeu milhões da Monsanto, que, como há muito se sabe, utiliza o glifosato como substância ativa do seu popular herbicida Roundup. A senhora jornalista terá as suas razões para omitir estes pormenores, quedando-se pela decisão da OMS mais recente e que mais convém aos interesses da Monsanto, agora absorvida pela alemã Bayer.
Curiosamente, o glifosato continua a ser considerado potencialmente cancerígeno para os humanos pela American Cancer Society, a fazer fé na sua página oficial com informação atualizada em 11 de março de 2016.
Para os mais exigentes, recomenda-se a (re)leitura das postas do Ambiente Ondas3 de 16 de maio de 2016 e de 18 de maio de 2016.
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