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- «AliBaba e os 81 senadores venceram. Amanhã será outro dia, apesar da quadrilha. Conclui-se a farsa no Brasil. Dilma Rousseff era uma presidente fracassada, foi devorada pelas alianças que fez, mas era também das poucas pessoas que, naquela sala do Senado do Brasil, não está a ser investigada por corrupção - e não faltaram tentativas de a criminalizar, de a acusar, de a conspurcar, tudo fracassado. Os verdadeiros acusados reuniram-se em assembleia geral para a demitir, na precipitação de chegarem aos cargos que o presidente usurpador lhes prometeu e na ânsia de sacudirem a pressão das investigações criminais. A ganância dos golpistas, que se vingaram das quatro derrotas eleitorais sucessivas e humilhantes nas presidenciais brasileiras, foi exibida sem remorso: afinal, nada lhes importa a vergonha a que o Brasil é submetido, mas importa a conta na Suiça, a mordomia das construtoras e a manha política. Amanhã será outro dia, apesar desta quadrilha.» Francisco Louçã, FB 31ago2016.
- «(…) Não existe posicionamento sem ideologia. Nossa ideologia vai conosco para toda parte. Essa matriz de interpretação do mundo que abraçamos, consciente ou inconscientemente, diz muito sobre como vemos os fatos e o que eles significam para nós e para os outros. Como disse Paulo Freire, tudo tem base ideológica. Somos guiados por conjuntos de ideias e adotamos diferentes formas de interpretar os fatos do mundo. O importante é saber se a nossa base é includente ou excludente. Ou seja: se quer que mais seres humanos aproveitem da mesma dignidade ou que respeito que desejamos para nós mesmos ou que a própria ideia de direitos seja um produto disponível para poucos. Ao mesmo tempo, o “bom senso'' não é neutro. Pelo contrário, é construído. Uma ação ou um comportamento visto como naturais ou lógicos são, na verdade, a resultante de uma série de disputas simbólicas no seio de uma sociedade. Com o tempo, a lembrança dessas batalhas se esvai ficando apenas o seu resultado: uma ideia largamente aceita e pouco questionada. Felizmente, isso não é imutável e varia de acordo com o tempo e a sociedade em que se vive. O bom senso já justificou queimar hereges na fogueira, a escravidão de índios e negros, o impedimento ao voto feminino e a proibição de casais do mesmo sexo de terem os mesmos direitos dos héteros. Até que, com muito sacrifício, o bom senso passou a ser visto como preconceito ou, mais objetivamente, como a forma de uma classe dominante impor seus ideais ao resto da xepa. (…) O neoliberalismo é craque em se afirmar neutro quando, na verdade, não é. Em dizer que é lógico e natural cortar direitos de trabalhadores, impor limites para o crescimento de gastos públicos em educação e saúde, implantar uma idade mínima alta para a aposentadoria. E depois vêm representantes de empresários dizer que isso não é ideológico? Estão querendo enganar a quem? (…) Para que alguém continue ganhando e alguém continue perdendo. Para que todos achem isso normal. Ou, no limite, para que você seja tão bem doutrinado que se torne um cão de guarda daquele que te explora. (…)» Leonardo Sakamoto in Distribuir riqueza é “ideológico”. E chicotear trabalhador, não?. Fonte.
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