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- Os fãs do Celtic de Glasgow recolheram mais de 100 mil libras para apoiar ONGs palestinianas na sequência da multa aplicado ao clube por deixar os fãs desfraldarem bandeiras palestinianas durante um jogo contra Israel. The Guardian.
- «Chegou tarde, mas chegou em força, a temporada de incêndios. Como sempre, nesta altura, há especialistas em incêndios nos sete canais. Todos têm teorias sobre o que já devia ter sido feito, o que não se fez e o que não deviam ter desfeito. Chegando o fresco Setembro, já nunca mais ninguém pensa nisto. Depois, passam uns meses e vêm os especialistas nas cheias em Albufeira e Santarém, e o ano termina com a falta de limpa-neves na serra da Estrela (que tem a única estância de esqui do mundo que, quando neva, fecha). Já todos sabemos que, depois, fica tudo na mesma.» João Quadros in Fogo que arde e se vê – JNegócios 19ago2016.
- «Estive a escutar, com cautela, as frases do dr. Passos Coelho na estância de turismo do Pontal. O homem está cada vez mais semelhante a um arlequim. Entendo que pouco mais pode dizer do que aquilo que disse, mas a verdade verdadinha é que ele parece cada vez mais um boneco de fala mansa e ordenada, sem uma ideia nova, uma promessa medíocre que fosse.» Baptista Bastos in Criminosos à solta – JNegócios 19ago2016.
- «Isso acontece devido à hegemonia do pensamento conservador que considera “normal” que se seja de direita, e portanto não digno de ser sublinhado ou sequer referido, e “anormal” que se seja progressista, e portanto exigindo referência que sublinhe esse “desvio”. Para este pensamento hegemónico, ser de direita não é ser nada porque essa é a posição “natural”, enquanto ser de esquerda é ser algo “não natural”. Era precisamente pela mesma razão que, durante o Estado Novo, os apoiantes de Salazar “não faziam política”, por muito radicais que fossem nesse apoio em todas as facetas da sua vida, e os oposicionistas eram considerados “políticos”. É evidente que os jornalistas, de direita ou de esquerda, sabem que é tão marcadamente ideológico ser de direita como de esquerda, mas por que razão sublinham então uma coisa e passam a outra em branco? Em certos casos, por mimetismo irracional. Muitos querem apenas to blend in e seguem a onda, imitam os colegas, as revistas, os famosos, os gurus que aparecem nosmedia – e estes são esmagadoramente de direita mesmo quando “não falam de política”. Noutros casos, por mimetismo premeditado. Querem apenas passar despercebidos e não pôr em risco o seu posto de trabalho. Noutros casos por cálculo. Querem fazer carreira, seja onde for, e aprenderam na escola de antijornalismo por onde andaram que a adulação funciona e que não se pisam os calos dos poderosos. Noutros caso por medo. A direita conservadora está no poder e tem o dinheiro, a força e muito da lei do seu lado. Noutros casos, devido ao ritmo industrial de produção imposto na maior parte das redacções, que obriga a aproveitar a informação primária tal como chega de algum centro de poder e a republicá-la sem tempo para a editar, reconstruir, verificar seja o que for ou sequer pensar. Noutros casos por pura distracção, porque o vento reaccionário é tão constante que se torna hipnótico. Noutros casos ainda, uma minoria, por consciente adesão a um modelo ideológico que se pretende reproduzir. Estas circunstâncias têm todas algo em comum. São todas contrárias à deontologia que rege o jornalismo, que obriga a uma total independência dos poderes e à adopção de uma atitude de equidade e saudável cepticismo em relação à informação recebida das fontes, oficiais ou não.» José Vítor Malheiros in O jornalismo tem razões para se arrepender todos os dias - Público 23ago2016.
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