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quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Bico calado
«O jazz aplicado à política? Não, não, senhores que mandam no PSD. Se eu quiser ouvir bons improvisos ponho a tocar John Coltrane.» João Miguel Tavares in Ó Passos, escreve os discursos – Público 16ago2016. O fogoso jornalista anda desnorteado ou não pesca nada de jazz. Se soubesse música (se soubesse ler, escrever e tocar um instrumento musical) saberia que o improviso no jazz se consegue após muito estudo e muita prática. No jazz, o improviso significa libertação da partitura original, feita a compasso, como mandam as regras. A partitura é como um mapa: orienta, mas nunca condiciona ou controla e domina o intérprete. Essa libertação torna possível a verdadeira interpretação. Sem ela, temos apenas músicos a dividir compassos, a «cumprir» como se diz na gíria musical. João Miguel, inconscientemente, quase poluiu o jazz com o Passos. Devia descarregar uma ou várias partituras de temas de Coltrane e apreciar como ele e os seus músicos as interpretaram. Devia, simultaneamente, identificar as diferenças entre a notação inserida na pauta e a respetiva interpretação da orquestra. Se é que, volto a sublinhar, sabe ler música.
«Os politicos suecos… e os portugueses» por Paulo Vieira da Silva in Insónias.
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