quinta-feira, 9 de junho de 2016

O amianto: estórias de ganância, mentira, cinismo, hipocrisia e crime

Imagem retirada daqui.

Há muito tempo que a indústria do amianto sabe que o seu produto é mortal. 

Já em 1900 um médico de Londres descobrira fibras de amianto nos pulmões de um operário têxtil que morrera aos 33 anos com fibrose. Em 1918, o US Bureau of Labor Statistics registava o aumento anormal de casos de mortes de pessoas que trabalhavam com amianto. Nos anos 30 a doença foi identificada: asbestose. Em 1948, um cientista da indústria de isolamento alertou para o facto de o isolamento à base de amianto causar asbestose. Em 1949, uma circular interna e confidencial da Exxon considerava o amianto um fator provável do cancro do pulmão. Em 1958, uma circular confidencial da National Gypsum Co., que extraía e usava amianto, dizia «a inalação de amianto provoca a asbestose». 

Mas a indústria e as autoridades pouco ou nada fizeram para enfrentar e resolver o problema. Cinicamente, em 1966, o director de vendas da Bendix Corporation, atualmente Honeywell, escrevia, numa mensagem a um técnico da canadiana Johns Manville Co.: «Se até agora se viveu bem trabalhando com amianto, porque não morrer disso?»
Em 1971, uma circular da Ford defendia que gastar 1,25 dólar, por automóvel, era demasiado dinheiro para arranjar alternativas mais seguras para os travões de amianto
Em 1972, a gigante de amianto Union Carbide, dirigiu um memorando aos diretores de vendas endoutrinando-os sobre como dar a volta de forma agressiva a eventuais chamadas telefónicas de clientes alarmados perante a introdução de regras de segurança em relação ao contacto com o amianto. Em 1978, a Babcock and Wilcox admitiu estar a violar padrões de saúde e segurança relativamente à exposição dos seus técnicos às fibras do amianto. Decidiu investigar o problema mas não alertou os funcionários. 

Perante a crescente consciencialização dos cidadãos em relação a este problema, a indústria tudo fez para baralhar, lançar a confusão, entreter, iludir tudo e todos. Valeu tudo, desde fazer lóbi junto de governos e congressos e encomendar estudos aparentemente independentes mas secretamente patrocinados e financiados pela própria indústria. Entretanto, continuam a morrer milhares de pessoas devido à asbestose. São 15 mil por ano, só nos EUA…
Via EcoWatch.

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