Cartoon de RAIM.
- «Jorge Moreira da Silva, ex-ministro do Ambiente, foi ouvido em audição conjunta das comissões de Ambiente e de Economia e mostrou aquilo de que se faz um ministro do Petróleo: desinformação, manipulação e engano. O assunto eram as duas concessões petrolíferas entregues por negociação directa ao empresário Sousa Cintra, a 10 dias das eleições legislativas. A dimensão das concessões, atravessando 14 dos 16 municípios algarvios e compreendendo 2300 km quadrados, é imponente: trata-se de mais de metade da área terrestre do Algarve. (…) No avolumar de contrariedades aos contratos assinados por si, o ex-ministro invocou, e bem, os restantes contratos assinados nos últimos dez anos, nomeadamente pelo ex-ministro do PS Manuel Pinho, que assustam populações pelo país inteiro: em Peniche, no mar do Algarve, no mar da costa alentejana. Todos estes contratos violam grosseiramente a legislação europeia e a Constituição da República, e baseiam-se num decreto-lei arcaico, assinado durante o governo de Cavaco Silva pelo então Ministro da Indústria e Energia, Mira Amaral. O decreto-lei 109/94 já era retrógrado em 1994. Hoje é um fóssil. Talvez seja por isso que Moreira da Silva o explore, defendendo e escudando-se sempre no mesmo para defender o indefensável: promover, enquanto ministro do Ambiente e num contexto de crise ambiental global das alterações climáticas, a exploração de combustíveis fósseis fora do escrutínio público, sem avaliação ambiental prévia e em contornos opacos. Comportou-se sempre como o ministro do Petróleo e defendeu esse ministério sem hesitar.» João Camargo in O ministro do petróleo – Público 4mai2016.
- «É por isso que, com tal contexto, não revelar os nomes de jornalistas que receberiam avenças de Ricardo Salgado é aplicar um filtro que deixa o critério jornalístico a perder para o WikiLeaks. Quando, ainda por cima, se tem de pedir desculpa a dois acionistas de um órgão de comunicação social (o Observador) fica indiciada esta suspeita nos leitores e nos telespectadores: os jornais, afinal, são corporativos e protegem sempre os seus, são tão corruptos como a corrupção que denunciam. Isto mata o jornalismo.» Pedro Tadeu in Os Panama Papers estão a matar o jornalismo?- DN 3mai2016.
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