domingo, 15 de maio de 2016

Bico calado


  • 37,1% da riqueza de Portugal país está em offshores, o valor mais elevado da Europa, seguido da Grécia com 25,8%. Os números são de Gabriel Zucman, um dos mais reputados economistas franceses e especialista de referência em evasão fiscal. Visão 12mai2016.
  • «(…) Afirmar que se está a “impor” uma agenda é outro truque baixo. As propostas a debater são apresentadas por partidos com legitimidade eleitoral e parlamentar para o fazer num quadro democrático e, por isso, não se pode dizer que são impostas. Resultam sim do apoio apoio parlamentar, neste sistema representativo em que vivemos, que obtiverem. Na verdade, não é de admirar que o jornal que sempre serviu a direita portuguesa utilize estes truque baixos. Assim como não foi motivo de admiração que nunca tivesse classificado as políticas do governo de Passos como fraturantes. (…) Para o “Expresso”, fraturante quer, aparentemente, dizer que são coisas sagradas (para a direita portuguesa) em que não se deve mexer. Pena é que não considerem sagradas as garantias de segurança de um trabalhador no que diz respeito ao seu salário e ao seu horário de trabalho, apenas para dar dois exemplos. De futuro, quando alguém classificar o “Expresso”, ou todo o universo empresarial de Balsemão, como imprensa de referência, é melhor morder a língua duas… não, três vezes. Paulo Anjos in Imprensa de referência – Praça do Bocage.
  • «(…) No caso português, o estado arroga-se, principalmente no fisco, a utilização de processos absolutamente invasivos da privacidade, sem ninguém mexer uma palha, enquanto, como todos sabemos, não vê os offshores que lhe passam à frente. Quem tiver acesso a um portal das finanças e consulte as facturas lá registadas, pode saber tudo sobre a vida de qualquer cidadão, muito para além da luta contra a evasão fiscal. Por que razão mesmo medidas timoratas como as que foram propostas de passar factura sem identificar os produtos, mas apenas a sua categoria para efeitos fiscais (em vez do livro A ou B, a indicação de Produto categoria A), não foram aceites? (…)». José Pacheco Pereira in Ascensão e queda da privacidade - Público, 14mai2016, via A Estátua de Sal.

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