quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Reflexão – Autarquias ainda ignoram que o glifosato é cancerígeno


Em Poceirão, um trator e dois funcionários à conta da Junta de Freguesia procederam, na segunda-feira, 22 de fevereiro, à aplicação de herbicida nas bermas das estradas locais. Conta Catherine Rique Roque que a aplicação foi feita perto de uma casa e que a roupa que estava a secar deverá ter ficado contaminada, acrescentando que os funcionários contratados pela autarquia repetiram a aplicação para aparentemente esvaziarem o depósito do herbicida. Tudo isto em Palmela, zona famosa pelas suas vinhas, quiçá também contaminadas.

Não bastará os responsáveis pela aplicação profissional de fitofármacos cumprirem certas normas legais como o uso de fato protetor, luvas, máscara e óculos e assinalarem, como aviso e medida de precaução, no princípio e no fim da via, que decorreu ou está a decorrer a aplicação de herbicida. 

Os responsáveis, neste caso as autarquias, deviam saber que não basta essa aplicação ser efetuada por pessoal devidamente formado. Os responsáveis deviam saber que esses produtos são considerados, pela própria Organização Mundial de Saúde, potencialmente cancerígenos

O glifosato, a sua substância ativa, é potencialmente cancerígeno, ponto final. A gente compreende que, para uma autarquia, será mais rápido e provavelmente mais barato aplicar herbicida nas bermas e valetas do que empregar gente para as limpar. Mas a gente também sabe que a saúde das pessoas não tem preço. É, pois, mais que tempo de as autarquias se consciencializarem de que existem e funcionam para bem do povo e que, de modo algum, podem colocar a sua saúde em risco.

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