sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Olhão: Reativação de praia exige descontaminação de toda a área envolvente

Fotos de António Martins. É notório o estado em que ficou a zona das salinas, depois de aterrada. 
Em cima das antigas salinas e a norte da praia do Pedre Zé, pode ver-se a ETAR Nascente de Olhão.

O executivo camarário de Olhão, presidido por António Pina (PS), anunciou a intenção de reativar as praias urbanas de Olhão, incluindo a Praia  do Pedre Zé. 

Esta praia foi, durante gerações, a favorita das famílias locais que, para além de irem a banhos, aí acampavam, apanhavam búzios, amêijoas, berbigão e caranguejos. Porém, depois do 25 de abril, a câmara terá incentivado os construtores a aterrarem as salinas, que eram do domínio público marítimo, do lado nascente da Fábrica Unitas e a norte da Praia do Pedre Zé. Posteriormente foi aí implantada a ETAR Nascente de Olhão, que substituiu as ETARs da Fuseta e Moncarapacho, construídas em 1983 e com as suas capacidades largamente ultrapassadas.

Acontece que é precisamente nesta zona, no que resta do areal, que existe um tubo de descarga dos efluentes mal tratados da ETAR Nascente e que contaminam toda a Ria Formosa e as suas águas de produção de bivalves. 
Os responsáveis do Olhão Livre lembram ainda que a contaminação das águas daquela zona não provém apenas dos efluentes mal tratados da ETAR Nascente; ela também existe nas lamas submersas cheias de resíduos de tintas anti-vegetativas, potencialmente cancerígenas, utilizadas pelos estaleiros de construção naval, inaugurados em 1967 mas entretanto desativados. Por isso, exigem a limpeza e descontaminação de toda a zona envolvente, quer em terra quer na Ria. 

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