domingo, 10 de janeiro de 2016

Bico calado

Imagem capturada aqui.
  • «Excelentíssimo Senhor Presidente (do Conselho), Excelência, Pedindo desculpa do tempo que tomo a Vossa Excelência, vinha solicitar alguns minutos de audiência (...). Seria possível, Senhor Presidente, conceder-me os escassos minutos que solicito? (...) Acompanhei de perto (como Vossa Excelência calcula), as vicissitudes relacionadas com o Congresso de Aveiro, e pude, de facto, tomar conhecimento de características de estrutura, funcionamento e ligações, que marcam nitidamente um controle (inesperado antes da efectuação) pelo PCP. Aliás, ao que parece, a actividade iniciada em Aveiro tem-se prolongado com deslocações no país e para fora dele, e com reuniões com meios mais jovens. Como Vossa Excelência apontou, Aveiro representou, um pouco mais do que seria legítimo esperar, uma expressão política da posição do PC e o esbatimento das veleidades ‘soaristas’. O discurso de Vossa Excelência antecipou-se ao rescaldo de Aveiro e às futuras manobras pré-eleitorais, e penso que caiu muito bem em vários sectores da opinião pública. Com os mais respeitosos e gratos cumprimentos, Marcelo Rebelo de Sousa 14 de Abril de 1973» in Cartas Particulares a Marcello Caetano, organização e selecção de José Freire Antunes, vol. 2, Lisboa, 1985, p. 353). Fonte.
  • «E agora teremos presidenciais e, porque  uma dessas deputadas que numa parte do dia trabalhava para a BES Saúde e na outra presidia à Comissão Parlamentar – exactamente – de Saúde quer ser Presidente da República, a questão regressa em força concentrada numa só candidatura. A senhora diz-nos que não fez nada de ilegal. É óbvio que não fez nada de ilegal. É uma filha da lei, as filhas da lei nunca  cometem ilegalidades. É por isso que os tribunais não perdem tempo a julgá-las. O julgamento dos filhos da lei é político e faz-se nas urnas. O de Maria de Belém Roseira está marcado para o próximo dia 24 de Janeiro.» Filipe Tourais in Presidenciais 2016: o julgamento político de uma filha da leiO país do Burro.
  • «Maria de Belém tem um cartaz onde se lê: ‘A força do carácter’. Se a candidata acha que esse é o elemento distintivo da sua candidatura é justo que aceite que se avalie o seu carácter. Só que, no debate com Paulo Morais, confrontada pelo moderador com o facto de ter sido avençada da Espírito Santo Saúde enquanto era presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Maria de Belém respondeu: ‘eu não aceito que me façam nenhum julgamento de carácter’. Ou seja, Maria de Belém faz do seu carácter o elemento mais importante da sua campanha desde que não o julguem. Ou desde que o julguem positivamente. Com Henrique Neto, explicou: ‘A minha ética é a minha ética. Num Estado de Direito cumpro a lei’. Só que o cartaz de Maria de Belém não diz: ‘A força de cumprir a lei’. Maria de Belém parece acreditar, como acreditava Pina Moura quando foi para a Iberdrola depois de ter tutelado a Energia, que há uma ética privada e, para lá dela, só a lei. Não é verdade. (...) É por não compreender isto que Maria de Belém nunca poderia ser o mais alto magistrado da Nação. É uma questão de carácter, como a própria reforça na sua propaganda.» Daniel Oliveira in Uma questão de caráterBF.
  • «Trezentos e quatro mil e oitocentos euros é quanto Sérgio Monteiro vai receber ao longo dos próximos 12 meses para vender o Novo Banco. (…)Conhecendo a sua delicadeza política, chamemos-lhe assim, no dia 11 de dezembro o Bloco de Esquerda perguntou ao Banco de Portugal pelo contrato assinado com Sérgio Monteiro. Acumulavam-se as questões de conflito de interesses e motivação da escolha e o Banco de Portugal continuava sem publicar o contrato na base de Contratos Públicos online, como manda a lei. Tivemos de esperar até ao último dia de dezembro para que finalmente o contrato fosse publicado. Qual não foi o nosso espanto ao verificarmos que tem data de 18 de dezembro. Isto é: só depois da pergunta do Bloco é que o Banco de Portugal se deu ao trabalho de realizar o contrato.» Mariana Mortágua in Curiosas coincidênciasJN 5jan2016.
  • Quanto custam as operações de charme e de relações públicas pagas pela Arábia Saudita para dourar a sua imagem no ocidente? A página oficial do FARA refere as seguintes testas-de-ferro para essas operações (os números referem-se a milhares de dólares por mês): DLA Piper (50), Targeted Victory, Qorvis/MSLGroup (240), Pillsbury Winthrop (15), Hogan Lovells (60), and the Podesta Group (200). Total: 565 milhões por mês, 6,78 milhões por ano para fazer lóbi apenas em Washington. Entretanto, a Lockheed Martin prepara-se para vender à Arábia Saudita aviões de guerra no valor de 11,25 biliões. A propósuito: o Reino Unido vendeu, durante a administração de David Cameron, armas ao mesmo país por 8 biliões de dólares. Fonte.

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