«Quando Passos e Portas concordam com uma devolução mais rápida dos salários ou aceitam adiar por um ano o cumprimento das metas orçamentais inscritas no Pacto de Estabilidade de Crescimento, não estão a negociar: estão a desconstruir a sua imagem e a banalizar as suas prioridades políticas. Porque se, como nos disseram e reiteraram, Portugal só poderá aspirar a uma nova fase de crescimento se for capaz de disciplinar as suas finanças públicas, então jamais poderiam ceder nesse princípio essencial. Fazendo-o agora entregam os seus despojos políticos à razão dos adversários e erguem-se como os arautos de um fundamentalismo e de uma arrogância que, tarde ou cedo, lhes custará caro. Dificilmente a curto prazo terão como responder a perguntas simples e directas: por que razão não recuaram antes nestes domínios para obter a aquiescência do PS em reformas essenciais? Por que razão não apresentaram um programa eleitoral mais flexível e amigo dos cidadãos, se, como agora reconhecem, era possível relaxar os cortes e o ritmo da consolidação orçamental sem que o mundo acabasse?» Manuel Carvalho, O leilão onde todos vão perder – Público 8nov2015.
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