quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Bico calado

  • «O ministro Pires de Lima chegou ao proscénio e, grave e assertivo, sem a mínima sombra a toldar-lhe a límpida certeza, disse que os sindicatos não concordantes com o Governo, no caso da TAP, seriam afastados dos "benefícios" estabelecidos. Além de proceder a implacáveis marginalidades, o cruel ministro parece ignorar a Lei Geral do Trabalho, que impede este e outro tipo de eliminações. No dia seguinte, afobado e não dissimulando a triste tortura por que passava, o primeiro-ministro desmentiu o ministro, fornecendo ao português comum a convicção, já presumida pelo português comum, de que, no Governo, ninguém se entende. Ou, então, que as instruções do dr. Passos Coelho não são mais do que puro exercício de retórica, que os ministros desconsideram. O imbróglio acumula-se às omissões, às mentiras, às evasivas de um Executivo que nos não respeita porque se não respeita a ele mesmo. Um Executivo que vive no turvo país dos mitos, desordenado e caótico, no qual cada ministro diz o que lhe vem à boca sem peso, conta e medida. Além de falar num idioma de eguariço. (...)Faltam médicos, faltam enfermeiros, faltam serviços de apoio; falta, sobretudo, vergonha a esta gente, que nos fere, nos despreza e nos condena a uma vil existência. A adicionar ao drama português ponha lá a endemia que parece ter atacado gente, presuntivamente gente de bem, que muda de cor e de palavra logo-assim chega ao poder.» Baptista Bastos in Eles não mudam.
  • Fiscalidade explicada com legos à ministra das Finanças. TVI (1:37)

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