quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Bico calado

  • O PSD-Madeira proíbe a entrada nas suas sedes a jornalistas. A situação não é inédita. Já em Março de 1994, os correspondentes da SIC,Diário de Notícias e PÚBLICO foram expulsos de uma conferência de imprensa realizada na sede regional do partido, à rua dos Netos, no Funchal. Em Julho de 2011, o PSD-M recusou facultar aos Diário de Notícias da Madeira e de Lisboa, TSF/Madeira e jornal PÚBLICO credenciais de acesso e livre trânsito nas zonas reservadas à comunicação social na sua herdade do Chão da Lagoa, para a cobertura da festa anual.
  • “ESTOU FARTO de políticos mentirosos que na oposição prometem tudo e que no Governo nada fazem. ESTOU FARTO de políticos despudorados que concorrem a eleições com um programa e que, quando eleitos, o rasgam sem ponta de vergonha. ESTOU FARTO de políticos autistas que não percebem que a elevada abstenção representa um não ao actual sistema político. ESTOU FARTO de políticos malabaristas que jogam com números já hoje duvidosos e amanhã falsos, tentando fazer de nós estúpidos e ineptos. ESTOU FARTO da promiscuidade entre políticos e poderes financeiro e empresarial. ESTOU FARTO de ministros que são nomeados e que depois se volatilizam, tal como o dinheiro dos contribuintes que o Estado coloca nos bancos falidos. ESTOU FARTO de pagar mais impostos, ver a pensão reduzida e a dívida a aumentar. ESTOU FARTO de ouvir dizer que o problema são os juros da dívida e não ver coragem para negociar a sua reestruturação. ESTOU FARTO de banqueiros e de presidentes de empresas com prejuízo receberem milhões de indemnização e definirem para si próprios reformas obscenas. ESTOU FARTO de bancos e empresas com conselhos de administração de 20 membros a ganharem quantias exorbitantes. ESTOU FARTO de uma AR cujos deputados passam parte do tempo a trabalhar para empresas privadas. ESTOU FARTO das juventudes partidárias que só produzem políticos incultos, arrogantes e inexperientes. ESTOU FARTO de ex-ministros muito críticos, esquecidos de que já tiveram o poder e não resolveram os problemas do País. ESTOU FARTO dos reguladores que não regulam nada e no final ainda são promovidos. ESTOU FARTO de uma classe dirigente com salários muito superiores aos dos seus colegas europeus, enquanto o salário mínimo nacional está muito abaixo da média europeia. ESTOU FARTO das fugas de informação que beneficiam os depositantes que têm 10 M euros e nunca os que têm 10 000 euros. ESTOU FARTO de um sistema judicial que está estruturado para proteger os fortes e poderosos e aniquilar os fracos e desprotegidos. ESTOU FARTO de uma justiça lenta, inoperante e que deixa prescrever processos importantes. ESTOU FARTO de ouvir dizer que o nosso sistema de pensões é insustentável porque o número de idosos é muito superior ao dos jovens, enquanto na Alemanha há percentualmente mais idosos e menos jovens do que em Portugal e o sistema ali é viável e as reformas intocáveis. ESTOU FARTO de ser acusado, juntamente com os outros reformados e funcionários públicos, de sermos as gorduras do Estado, de termos vivido acima das nossas possibilidades e daí arcarmos com a maioria das medidas correctivas. Mas pergunto: e as gorduras dos gabinetes de governo e empresas? E as reformas de políticos e gestores de empresas? ESTOU FARTO de ver o Governo corajoso a reduzir as pensões e medroso frente às PPP. ESTOU FARTO dos offshores, das pessoas que lá colocam o dinheiro e dos governos incapazes de travar esta fuga aos impostos. ESTOU FARTO dos empresários que obtêm lucros em Portugal e depois os aplicam no exterior." Mário Cabrita, tenente-general in Basta, estou farto! DN 27ag2014.
  • Professor norte-americano desaparecido depois de detido e interrogado por publicar 2 livros de ficção científica.
  • “Ser preso por roubar um banco ou numa aloja dá direito a prisão. Ser apanhado a vender cocaína ou a roubar um carro dá direito a rpisão. Mas se for um CEO de um dos maiores bancos da América e esse banco for multado em milhares de milhões por fraudes, você não precisa preocupar-se porque o Departamento de Justiça dos EUA dá-lhe um passe de livre circulação; você está, de facto, acima da lei.” Michael Payne.
  • "Imagina um documento, desconhecido pela maioria da população da União Europeia e dos Estados Unidos, que substituía as leis nacionais e comunitárias de uma só vez. Imagina que esse documento era discutido atrás de portas fechadas, com as negociações entregues a burocratas não eleitos e representantes de empresas multinacionais. Imagina que esse documento quebrava à partida a legislação comunitária ao ser discutido em segredo. Imagina que o documento entrava em vigor e tu nem sabias de nada. Era uma obra de ficção ao nível da Guerra das Estrelas, com traições, acordos secretos e subversão das instituições. Não precisas imaginar mais. Esse documento chama-se Tratado de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (sigla TTIP) e está em discussão há meses em Bruxelas e Washington. (...) É por tudo isto que o tratado tem de ser negociado de maneira secreta. É por isso que não querem escrutínio público ou democrático. É a política da Guerra das Estrelas, com tecnologias de ponta a ser dirigidas por pessoas que defendem os princípios da Idade Média.”  João Camargo in Tratado Transatlântico: O Império Contra-Ataca, Público.

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