“Em 19 de Dezembro, Mário Soares escreveria uma carta afirmando que «não obstante estar efectivamente desligado das actividades» da FRI desde que tomara «posse do cargo de Presidente da República» vinha pedir para «ser excluído da qualidade de membro dessa Fundação». Evidentemente que o choque de me ver acusado de alegadamente «subornar» Carlos Melancia e o desejo de que ninguém pudesse vir a dizer que eu teria actuado sempre de acordo com as suas instruções seriam tão grandes que Mário Soares se esquecera que todas as actividades da FRI de 1986 a 1990 tinham sido executadas à sua medida e que apesar de, então, se vir declarar convenientemente «desligado» da FRI se esqueceria de devolver o veículo pertencente à FRI, que tinha estado ao seu serviço aqueles anos todos. Tinha sido um magnífico e luxuoso Citroen que resultara, também ele, de um donativo de um empresário português com negócios em Africa.
Contos proibidos, por Rui Mateus – Publicações D. Quixote lda, 1996, p372
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