“Enviar-lhe-ia então um «outro fax» na forma de uma carta datada de 30 de Outubro que o enfureceria ao lembrar que desde a última conversa em Julho nada mais me fora «adiantado sobre o assunto sendo informado das despesas a efectuar com o seguro do veículo que se encontra ao seu serviço bem como o salário da única funcionária da Fundação e a renda da casa». Afinal a fundação tinha estado ao seu serviço anos a fio. Eu nunca fora remunerado no quadro da mesma. E agora, para além do castigo no quadro da Emaudio, tinha sido acusado pelo procurador-geral-adjunto de «subornar» Carlos Melancia — imaginem — e ainda tinha que aguentar a FRI. A carta resultaria, embora reconheça que, a partir dessa data, a raiva de Soares contra mim tivesse passado a ser um verdadeiro ódio.
Contos proibidos, por Rui Mateus – Publicações D. Quixote lda, 1996, p372
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