“Particularmente acintosos eram os frequentes elogios a Vítor Constâncio que, vindos de um homem que admitia que «na economia era um zero», feririam o orgulho de Salgado Zenha que tinha sido ele próprio ministro das Finanças. No seu antiquado conceito de que o PS não era um trampolin, achava que não bastava ser-se recém-licenciado e declarar simpatia pelo PS para se ser promovido. Para se chegar a um lugar no governo seria necessário fazer tarimba primeiro e mostrar obra, segundo os métodos de promoção política que então eram apontados a Helmut Schmidt, de quem Zenha era amigo e admirador. Só que, embora impedindo a nomeação de Constâncio para o I Governo, a chamada tarimba seria curta e Constâncio acabaria por ser designado um ano e pouco depois, no II Governo, para substituir Medina Carreira na pasta das Finanças.”
Contos proibidos, por Rui Mateus – Publicações D. Quixote lda, 1996, p122
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