“Em entrevistas à TVI (Entrevista de Mário Soares à TVI no dia 25.04.1994) e a Miguel Sousa Tavares na SIC (Entrevista a Mário Soares na SIC no dia 26.04.1994), por ocasião da referida efeméride, o Presidente da República, além de se colocar no papel de principal líder da resistência à tentativa comunista de 25 de Novembro, adiantaria que, de facto, «conspirara» com Callaghan e os serviços secretos ingleses, embora negasse qualquer apoio dos norte-americanos. Em matéria de «ingerências» estrangeiras nunca perceberia qual a diferença qualitativa entre elas serem oriundas de serviços secretos ingleses e/ou americanos e qual a razão pela qual Mário Soares sempre foi tão sensível em relação aos seus contactos com a CIA! Mas o general Ramalho Eanes, um pouco esquecido pelos media, viria a contestar o papel de Mário Soares no 25 de Novembro, afirmando poder «garantir que a versão dos mesmos apresentada pelo Dr. Mário Soares contém algumas
inverdades». Chegaria mesmo a acusar o seu sucessor de pretender «adulterar a história», de não ter lido os documentos oficiais sobre o 25 de Novembro e de ter tendência para valorizar os seus contactos internacionais. Mas, segundo refere, «a verdade é que os militares trabalharam essencialmente com "matéria-prima" nacional.”
Contos proibidos, por Rui Mateus – Publicações D. Quixote lda, 1996, pp90-91
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