quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A Arte de Furtar (17)

“A um mister de Lisboa ouvi dizer que bastavam na Câmara três Vereadores, e que tinha sete, 
e que fora melhor poupar quatro mil cruzados para as guerras. E acrescentava: para que são na mesa do Paço oito ou dez desembargadores se bastam quatro ou cinco? Na casa da Suplicação
para que são vinte ou trinta, bastando meia dúzia? E em todos estes Tribunais, para que são tantos Conselheiros, que se estorvam uns aos outros. Engordam particulares com salários e emagrecem as rendas reais no comum, e não há por isso.”

A Arte de Furtar, Tomé Pinheiro Da Veiga/Padre António Vieira, p344-345  – Oficina de Martinho Schagen, Amsterdão 1744

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