terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Arte de Furtar (15)

“Então mandava el-rei D. Dinis, o que fez quanto quis, as arrecadas da rainha à Cidade de Miranda quando se murava,  dizendo: não parem as obras por falta de dinheiro, empenhem-se estas arrecadas, que custaram cinco mil reis, ou vendam-se e vão os muros por diante, que logo irá mais socorro. Estes serão os tesouros antigos! E hoje não há operário que não tenha correntes de ouro, transelins de pedraria e baixelas de prata. Não tornou o tempo para trás, mas a cobiça sim, a que vai adiante pondo em coisas supérfluas e particulares, o que houvera de empregar no aumento do bem comum e defesa da pátria.”

A Arte de Furtar, Tomé Pinheiro Da Veiga/Padre António Vieira, p342  – Oficina de Martinho Schagen, Amsterdão 1744

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