quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Arte de Furtar (10)

“Seja o primeiro do que cada dia vemos em provimentos de naus da Índia, e de galeões e navios  que manda el-rei nosso Senhor ao Brasil, Angola, e outras partes. Provêm-se de chacinas podres, bacalhau corrupto, biscoito mascavado, vinho azedo, azeite borra, porque acham tudo isto assim mais barato na compra, e sai-lhes mais caro no efeito, porque adoecem todos os passageiros, morre a metade, malogra-se a viagem, perde-se tudo, porque foram providos com unhas de fome e por pouparem o que se furta, fizeram com que o barato custasse caro a todos.”

A Arte de Furtar, Tomé Pinheiro Da Veiga/Padre António Vieira, p330  – Oficina de Martinho Schagen, Amsterdão 1744

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