quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bico calado

  • Para além de lamentável, foi imperdoável a prolongada e minuciosa atenção dedicada pelos canais de televisão portuguesa, nomeadamente o canal público, à formação, evolução e consequências do furacão Sandy no outro lado do Atlântico. Para tal, presumo que pagaram a deslocação de jornalistas para comentarem o óbvio e repetir o supérfluo, e prodigalizaram tradução legendada em algumas entrevistas de rua. Pelo contrário, o temporal que assolou os Açores e a Madeira e provocou grandes estragos no Pico, em S. Jorge, em S. Miguel e no Funchal, no meio do Atlântico, mereceu referências de passagem e com atraso assinalável. Para cobrir os estragos do temporal nos Açores e na Madeira não foi preciso enviar jornalistas, muito menos traduzir e fazer legendas para as entrevistas. A coisa até terá ficado barata. E curta, porque a RTP ocupou, no seu Telejornal das 20h de terça-feira, 30 de outubro,  2 minutos com o temporal dos Açores e outros 2 com o temporal na Madeira, depois de ter ocupado 15 minutos com o Sandy. A SIC e a TVI tocaram por partitura parecida. Será por esta atitude de menosprezo por conteúdos locais, regionais e nacionais que muitos projetos noticiosos estão a falir? É que para fazerem o que estão a fazer, - pouco mais do que uma mera copicolagem -, o produto é demasiado caro para ser tão repetitivo e alienado.
  • Desde o início de 2012 que as viagens de avião de governantes, em classe executiva, estão limitadas a trajetos com duração superior a 4 horas. Conta a Bola que o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lancasta, deslocou-se a Madrid em executiva. Diz que não violou o estabelecido no Orçamento do Estado para 2012 porque comprou os bilhetes à TAP em executiva mais baratos do que na classe económica.

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