domingo, 26 de janeiro de 2025

BICO CALADO

  • “(…) Em Portugal, a transparência é uma palavra oca, usada em discursos institucionais como adorno, mas raramente praticada. A Administração Pública, politizada até à medula, opera sob a égide da “lei da rolha”, protegendo os seus interesses de grupo e bloqueando, por todos os meios possíveis, o exercício de direitos fundamentais como o acesso à informação. (…) que Justiça é esta? Uma Justiça que deveria ser o garante da equidade transforma-se num instrumento de proteção do status quo do Estado e da Administração Pública. Uma Justiça que deveria punir abusos de poder torna-se cúmplice dos mesmos. Quando os cidadãos olham para o sistema judicial e veem lentidão, opacidade e decisões que parecem proteger os mais poderosos, a democracia não resistirá. Se esta postura institucional não mudar, a começar pelas cúpulas da Justiça, resta-me a amarga conclusão de que o estúpido, nesta história toda, sou eu, por acreditar que, neste país, a transparência é algo que se pode alcançar sem ser necessário anos de luta nos tribunais.” Pedro Almeida Vieira, É a Justiça portuguesa, estúpido! Página Um.
  • “O mais horrível do holocausto de Gaza é saber que vai voltar a acontecer. Mesmo que este cessar-fogo consiga, de alguma forma, manter-se, outro pesadelo será desencadeado pelo império centralizado dos EUA, algures no mundo, nos próximos anos. Podemos ter a certeza absoluta de que voltará a acontecer porque nada foi feito para garantir que não aconteça. Não foram introduzidas quaisquer alterações políticas importantes. Ninguém foi punido - nem os funcionários governamentais responsáveis, nem os media que encobriram a sua criminalidade durante todo este tempo. Incendiaram o local e depois saíram impunes, tal como fizeram com o Iraque. A razão pela qual nada foi feito para impedir que outras Gaza se repitam é porque eles querem que outras Gaza se repitam. O império dos EUA depende da violência e do abuso contínuos para manter o seu domínio planetário”. Caitlin Johnstone, Substack.
  • Como é que elimino o meu Microsoft Copilot? Os utilizadores estão a pagar pela sua assistência indesejada. Fonte.

  • “Na sua miríade de sonhos prometidos - que agora com o PRR ele cairá do céu! -, Miguel Reis assume a ‘construção de habitação a preços acessíveis para as classes médias’, a criação de um ‘programa municipal de arrendamento e arrendamento jovem com rendas a custos controlados’ (vá lá compreender-se a diferença entre nada e coisa nenhuma), a requalificação das ‘habitações e espaços comuns dos Bairros Sociais’ e a redução da taxa de IMI. (…) Tal como noutros lugares, o preço das casas disparou, sem que os salários o consigam acompanhar. A avaliação bancária da habitação em Espinho é a terceira mais elevada da Área Metropolitana do Porto, antecedida apenas pelo Porto e por Matosinhos. Tudo isto existe graças a políticas públicas municipais que, sobretudo nesta última década, foram frequentemente subordinadas à necessidade de priorizar a manutenção do dinamismo do sector imobiliário. (…) O que se espera agora de um socialista é a ousadia de enfrentar quem, nesta cidade, tudo tem e tudo pode. Sei bem que, num município que tem uma prática de enorme proximidade com os interesses de alguns empresários, dizer alguma coisa que escape a esta lógica é um radicalismo ou um extremismo. O PS, nestes anos, optou pela via da abstenção violenta, pela impassibilidade, pela mão cheia de nada, pela ‘coisa em forma de assim’. Ser socialista é ser radical na procura de instrumentos que contrariem o privilégio e a crescente desigualdade económica, não é a neutralidade que sempre beneficia o oportunismo dos poderosos. E isso, no nosso concelho, está ao alcance daqueles que conquistaram democraticamente o poder.” João Matos, O ventre de arquitectoDefesa de Espinho 21out2021.

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