BICO CALADO

- “(…) Em
Portugal, a transparência é uma palavra oca, usada em discursos
institucionais como adorno, mas raramente praticada. A Administração
Pública, politizada até à medula, opera sob a égide da “lei da
rolha”, protegendo os seus interesses de grupo e bloqueando, por
todos os meios possíveis, o exercício de direitos fundamentais como
o acesso à informação. (…) que Justiça é esta? Uma Justiça
que deveria ser o garante da equidade transforma-se num instrumento
de proteção do status quo do Estado e da Administração Pública.
Uma Justiça que deveria punir abusos de poder torna-se cúmplice dos
mesmos. Quando os cidadãos olham para o sistema judicial e veem
lentidão, opacidade e decisões que parecem proteger os mais
poderosos, a democracia não resistirá. Se esta postura
institucional não mudar, a começar pelas cúpulas da Justiça,
resta-me a amarga conclusão de que o estúpido, nesta história
toda, sou eu, por acreditar que, neste país, a transparência é
algo que se pode alcançar sem ser necessário anos de luta nos
tribunais.” Pedro Almeida Vieira, É a Justiça portuguesa, estúpido! Página Um.
- “O mais horrível
do holocausto de Gaza é saber que vai voltar a acontecer. Mesmo que
este cessar-fogo consiga, de alguma forma, manter-se, outro pesadelo
será desencadeado pelo império centralizado dos EUA, algures no
mundo, nos próximos anos. Podemos ter a certeza absoluta de que
voltará a acontecer porque nada foi feito para garantir que não
aconteça. Não foram introduzidas quaisquer alterações políticas
importantes. Ninguém foi punido - nem os funcionários
governamentais responsáveis, nem os media que encobriram a sua
criminalidade durante todo este tempo. Incendiaram o local e depois
saíram impunes, tal como fizeram com o Iraque. A razão pela qual
nada foi feito para impedir que outras Gaza se repitam é porque eles
querem que outras Gaza se repitam. O império dos EUA depende da
violência e do abuso contínuos para manter o seu domínio
planetário”. Caitlin Johnstone, Substack.
- Como é que elimino
o meu Microsoft Copilot? Os
utilizadores estão a pagar pela sua assistência indesejada. Fonte.

- “Na sua miríade
de sonhos prometidos - que agora com o PRR ele cairá do céu! -,
Miguel Reis assume a ‘construção de habitação a preços
acessíveis para as classes médias’, a criação de um ‘programa
municipal de arrendamento e arrendamento jovem com rendas a custos
controlados’ (vá lá compreender-se a diferença entre nada e
coisa nenhuma), a requalificação das ‘habitações e espaços
comuns dos Bairros Sociais’ e a redução da taxa de IMI. (…) Tal
como noutros lugares, o preço das casas disparou, sem que os
salários o consigam acompanhar. A avaliação bancária da habitação
em Espinho é a terceira mais elevada da Área Metropolitana do
Porto, antecedida apenas pelo Porto e por Matosinhos. Tudo isto
existe graças a políticas públicas municipais que, sobretudo nesta
última década, foram frequentemente subordinadas à necessidade de
priorizar a manutenção do dinamismo do sector imobiliário. (…) O
que se espera agora de um socialista é a ousadia de enfrentar quem,
nesta cidade, tudo tem e tudo pode. Sei bem que, num município que
tem uma prática de enorme proximidade com os interesses de alguns
empresários, dizer alguma coisa que escape a esta lógica é um
radicalismo ou um extremismo. O PS, nestes anos, optou pela via da
abstenção violenta, pela impassibilidade, pela mão cheia de nada,
pela ‘coisa em forma de assim’. Ser socialista é ser radical na
procura de instrumentos que contrariem o privilégio e a crescente
desigualdade económica, não é a neutralidade que sempre beneficia
o oportunismo dos poderosos. E isso, no nosso concelho, está ao
alcance daqueles que conquistaram democraticamente o poder.” João
Matos, O ventre de arquitecto - Defesa de Espinho 21out2021.
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