segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Bico calado

  • “Um néscio, por mais talentoso, letrado, presumido, acalentado, untuoso, extravagante, mimado, protegido, premiado, poliglota, conhecido, publicitado, editado, favorecido, bafejado, convencido, abençoado, agraciado, gracioso, irónico, verrinoso, exótico, cavernoso, lunático, verboso, prolixo, argumentativo, que seja; quer viva no parnaso, no nirvana, em Cascais, na Quinta do Conde, numa corte de aduladores, na Califórnia, em Cardiff, na Porcalhota, num lupanar, ou em Malavado; disponha duma corte de tias apreciadoras das suas graçolas ou dos seus arroubes românticos, faça parte dum clube com mais fãs que o de Tony Carreira ou que  tenha cinquenta mil amigos e um milhão de likes no Facebook ; continuará sempre a ser um NÉSCIO, rudimentar, boçal como a maioria dos néscios. Porém alguns, que são retrógrados e reacionários por snobismo e cagança, prefiro designá-los por lerdaços. LERDAÇOS soa melhor. Ponto.” Daniel D. Dias in Notícias sem censura. Transcrevi na íntegra este texto em protesto contra qualquer tipo de censura, que é o que parece estar a ser feito em relação a este link. Passado um dia, “alguem” continua a desviar este link para o Google...
  • “No seguimento do golpe do 25 de Novembro de 1975, os militares comprometidos com o movimento popular e com a democratização das Forças Armadas, foram presos e colocados em Caxias e Custóias. Os presos em Custóias, sob custódia militar de Pires Veloso, foram colocados em isolamento absoluto, em celas de 3X2 m mais o balde da merda por companhia. Um dia foram surpreendidos pela algazarra de um grupo de presos de delito comum que investiram pelas 3 alas ocupadas pelos presos militares e, de posse dos respectivos molhes de chaves, lhes abriram as portas das celas gritando, “fujam que já abrimos tudo”. Valeu o sangue frio dos presos militares travados, aliás, no natural impulso de ganhar a liberdade – convém lembrar que o isolamento incluía a inexistência de qualquer informação sobre as causas da prisão, sobre o enquadramento da sua situação e sobre o destino que os esperava e que tudo era possível - pela intervenção dos majores Cruz Oliveira, Queiroz Azevedo e Campos Andrada que gritaram “o pessoal não sai daqui”. Porque aquela cena só podia tratar-se de uma provocação para serem abatidos quando tentavam fugir. Os três majores dirigiram-se através de corredores desertos e portas escancaradas até ao posto da chefia dos guardas prisionais onde lhes foi dito nada saberem! Para lá do portão, lá fora, um pelotão da GNR aguardava…”  Mário Tomé in Pires Veloso: nem vice-rei nem homem, apenas canalha.

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