quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Reguladores franceses e espanhóis vetam gasoduto dos Pirinéus

  • Os reguladores franceses e espanhóis vetaram o gasoduto dos Pireneus entre os dois países. O gasoduto, que teria duplicado a capacidade de transporte de gás natural através das montanhas na fronteira franco-espanhola, era apoiado pela União Europeia como forma de reduzir a sua dependência do gás russo. Climate News Network.
  • 450 escolas foram encerradas na Tailândia por precaução devido ao elevado nível de poluição do ar. The Guardian.
  • Trabalhadores da Samsung na Coreia do Sul que sofreram graves problemas de saúde estão a inscrever-se para serem indemnizados após um acordo de mediação, resultado de uma década de luta. Segundo o acordo, as indemnizações serão feitas por doenças do sangue, cancro, doenças pulmonares, abortos e tumores cerebrais sofridos por funcionários que trabalham nas fábricas de chips e LCD da Samsung desde 1984. CBC.

Reflexão - «Os mortos de Brumadinho custam barato para a Vale»


«(…) Desastres como o de Mariana e Brumadinho são didáticos para contemplar a pior face do capitalismo brasileiro. Neles, se somam ganâncias privadas, a captura do legislativo estadual e federal por poderosos interesses econômicos e a brutal incompetência, corrupção e vistas grossas do poder público. (…) Na economia de mercado, as empresas buscam mais lucros e menos custos. Tratar rejeitos de mineração é custo, não é receita. (…)

A única forma de forçar a empresa a se comportar é por meio da legislação e da pressão social. O público pode se recusar a comprar produtos de uma empresa poluidora, forçando o empresário a se preocupar com o meio ambiente. Esse cenário, porém, não vale para a Vale. Seu comprador é a China, que está a milhares de quilômetros de distância de Minas Gerais. E os governantes que podem puni-la dependem dos seus impostos para pagar os funcionários públicos – o governo de Minas, em especial, está em situação falimentar e não pode abrir mão desse dinheiro. (…) Precisando desses recursos e dos empregos diretos e indiretos gerados por projetos da Vale, políticos são incentivados a atender aos desejos dessa empresa gigantesca, inclusive facilitando a concessão de licenças ambientais ou fazendo vista grossa para irregularidades.
Nas eleições de 2014, por exemplo, a Vale “doou” quase R$ 30 milhões para campanhas de deputados federais, notadamente de Minas, Bahia e Pará. Tais doações se dividiram entre PMDB (R$ 13,8 mi), PSB (R$ 5,7 mi), PT (R$ 4,3 mi), PSDB (R$ 3,6 mi) e PP (R$ 1,7 mi). Isso deixa claro que o poder econômico da empresa irriga quase todo o espectro político brasileiro.
Na Assembleia de Minas, o deputado tucano João Vítor Xavier tentou aprovar um projeto que endurecia as regras para liberação de barragens das mineradoras. O texto, amplamente discutido com técnicos e representantes da sociedade civil, foi derrotado, em favor de um projeto virtualmente escrito pelas próprias mineradoras.
Num mundo hipotético – que em nada lembra o Brasil, felizmente –, uma empresa rica pode simplesmente subornar os agentes envolvidos no processo. Desde um simples fiscal de um órgão público, a um juiz encarregado de alguma demanda de seu interesse, passando pelo governador ou presidente. Uma hipótese remota. 

Nas páginas especializadas, já há matérias do tipo “É hora de comprar ações da Vale?” Não sou trader, mas eu diria que sim. Afinal, já sabemos que as punições são leves em termos monetários (R$ 250 milhões de multa ambiental, como se diz pela avenida Paulista, é peanuts) e ninguém vai para cadeia (ninguém graúdo, pelo menos).
O que preocupa mesmo os compradores de suas ações é o apetite dos chineses por minério de ferro. E só.»

Alexandre Andrada, in Os mortos de Brumadinho custam barato para a Vale. O que importa mesmo é a ChinaThe Intercept.


Bico calado

  • John Bolton, conselheiro de Trump, não poderia ter sido mais franco e claro do que quando disse isto muito recentemente: «Estamos a considerar os ativos de petróleo. Esse é o fluxo de renda mais importante para o governo da Venezuela. Estamos a pensar o que vamos fazer com isso. Estamos a falar com grandes empresas americanas. Não queremos que elas sejam apanhadas desprevenidas. Acho que estamos a tentar chegar ao mesmo resultado final. Isso fará uma grande diferença para os Estados Unidos economicamente se pudermos ter petrolíferas americanas de facto a investir e a produzir petróleo na Venezuela.»
«Agora que destruímos o país, podemos resconstrui-lo, vocês pagam com petróleo».
  • O primeiro relator da ONU a visitar a Venezuela em 21 anos afirmou que as sanções dos EUA ao país eram ilegais e podiam ser consideradas crimes contra a humanidade. De Zayas elaborou um relatório que foi ignorado pelas NU e não provocou o debate público que merecia. Zayas diz que as sanções matam, que as principais vítimas são os mais pobres que ficam sem condições para comprar comida e remédios. Por isso, o Tribunal Internacional de Justiça deveria investigar essas sanções. «As sanções económicas e os bloqueios modernos são comparáveis aos cercos medievais das cidades. As sanções do século XXI tentam subjugar não apenas uma cidade, mas também países soberanos», afirma Zayas. As sanções foram impostas por Barack Obama em março de 2015 alegando que a Venezuela representava uma ameaça para a segurança nacional dos EUA. Trump intensificiou essas sanções e chegou a ameaçar invadir o país e ponderou um golpe. Zayas diz que o seu relatório foi ignorado pelas NU porque vai contra a narrativa popular de que a Venezuela precisa de mudar de regime. «Quando digo que a emigração é em parte provocada pela guerra económica travada contra a Venezuela e às sanções, as pessoas não gostam de ouvir isso. Só querem ouvir a narrativa de que o socialismo falhou e que prejudicou o povo venezuelano», diz Zayas. As sanções são parte de um esforço dos EUA para derrubar o governo venezuelano e instalar um regime mais favorável aos negócios, como foi feito no Chile em 1973 e noutros países, acrescenta. The Atlantic.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Excesso de vistorias despenaliza a Fabrióleo


O Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria anulou a ordem de encerramento da Fabrióleo porque a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI) fez vistorias a mais. O tribunal considerou que, legalmente, só poderiam ter sido feitas 3 vistorias de controlo e que, por isso, a vistoria de 23 de janeiro de 2018, que fundamentou a decisão do IAPMEI, como entidade coordenadora, de encerrar a Fabrióleo, era a 5ª vistoria, foi considera inválida. O IAPMEI já recorreu desta sentença, que seguiu agora para o Tribunal Central Administrativo Sul.
O IAPMEI não se conforma «com esta decisão por entender que a realização desta vistoria de 23/01/2018 tinha como objetivo a verificação do cumprimento das condicionantes anexas ao titulo de exploração nº 36158/2017-1 e, como tal, é legalmente válida». Em outubro de 2017 a fábrica com sede em Torres Novas já havia sido ilibada de um processo de contraordenação movido pelo Ministério Público, tendo a juíza considerado que as amostras pontuais recolhidas na noite de 7 de agosto de 2015 não se revelavam idóneas para suportar a contraordenação. Em novembro, porém, foi condenada a pagar 27 mil euros por infrações detetadas na área da gestão de resíduos, emissão de poluentes do ar e descarga de águas residuais. Em março de 2018 o IAPMEI retirou o título de exploração e decretou o encerramento da Fabrióleo, decisão agora anulada pelo excesso de vistorias. Mediotejo.

Esta estória é lapidar. Como lapidar é o seguinte aforismo atribuído, creio, que a Pascal (cito de memória): As leis são como as teias de aranha por onde passam as moscas grandes e ficam presas as pequenas.

Mão pesada

«A mineira britânica Gemfields aceitou pagar uma indemnização de 8,3 milhões de dólares (7,25 milhões de euros) num acordo extrajudicial relativo a 273 queixas de mortes, espancamentos e outras violações de direitos humanos numa mina de rubis no norte de Moçambique.» Macua.

Reflexão – A tragédia de Brumadinho é resultado direto da impunidade com que foram tratados os responsáveis da tragédia de Mariana.


Poder-se-á dizer que a tragédia de Brumadinho é resultado direto da impunidade com que foram tratados os responsáveis da tragédia de Mariana
É também consequência de um Estado muito carente em termos de competência e transparência.

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais determinou a suspensão imediata de todas as atividades da Vale em Brumadinho
A Vale já recebeu três multas: R$ 250 milhões do Ibama, R$ 99 do Governo do Estado de MG e 100 milhões da Prefeitura Municipal de Brumadinho. 
Três funcionários da Vale SA e dois outros engenheiros que trabalhavam em nome da empresa foram presos, sob suspeita de assassinato, falsificação de documentos e crimes ambientais. 
A empresa disse que indemnizaria cada família das vítimas em 100 mil reais.

Nada disto paga a perda de centenas de vidas humanas, as perdas materiais e a perda da fonte de vida. Comunidades como a Nao Xoha deixaram de poder contar com água de qualidade e de peixes para consumirem: a lama de escórias de minério de ferro contaminou e matou tudo à sua passagem. 

Entretanto, a Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal considera que a tragédia de Brumadinho não foi um acidente, «na medida em que a acepção dessa palavra pressupõe o elemento da imprevisibilidade de maneira alguma aqui presente». Diz ainda que tudo fez para evitar casos como este e, para tal, alertou em devida altura para falhas graves detetadas, como «a fragilidade do marco regulatório, a desestruturação dos órgãos de controle e a falta de punição rápida e efetiva, inclusive no âmbito criminal, para os responsáveis nos casos que se sucedem»

Mas a saga vai continuar, porque, segundo o Secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, não é mais possível fechar os olhos a essa região da Amazônia e tratá-la como um «latifúndio improdutivo». Por isso, o governo anunciou uma nova hidroelétrica na Amazónia. A construção da hidrelétrica no Rio Trombetas (município de Oriximiná) é parte do Projeto Barão do Rio Branco que prevê também a instalação de uma ponte sobre o Rio Amazonas (no município de Óbidos) e a conclusão da rodovia BR-163 até a fronteira com Suriname, todos no estado do Pará. Prevêem-se impactos enormes, uma vez que a região ao longo do Rio Trombetas é uma área de floresta ainda muito preservada na Amazônia, onde estão localizadas quatro Terras Indígenas, oito Terras Quilombolas e cinco Unidades de Conservação.

Bico calado

  • Índice de Perceção da Corrupção 2018: Portugal 64% (30º em 180 países analisados). Acima de países como Polónia (60%), Espanha (58%), Itália (52%), Grécia (45%), Turquia (41%), China (39%), Brasil/Timor-Leste (35%), Ucrânia (32%), México/Rússia (28%), Moçambique (23%), Angola (19%) e Iraque/Venezuela (18%). Mas muito longe de outro como Dinamarca (88%), Nova Zelândia (87%) e Finlândia/Singapura/Suécia/Suiça (85%). Porém, nem mesmo os países no topo desta lista, que ficaram 12 pontos abaixo do ideal, podem lançar foguetes. A Dinamarca foi recentemente abalada por casos de corrupção e pelo escândalo de lavagem de dinheiro que envolveu o Danske Bank, o seu maior financiador. Os bancos suíços, e outros intermediários financeiros e facilitadores, desempenham regularmente um papel significativo nos esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção em larga escala em todo o mundo, como os relacionados com o 1MBD na Malásia, Odebrecht e Petrobras no Brasil. A maior parte destes 7 países no topo da lista pouco têm feito para investigar e punir as empresas que, através deles, acabam implicadas em esquemas de subornos. A sueca Telia foi multada biliões de dólares por suborno no Uzbequistão, onde a empresa pagou à filha do presidente mais de 300 milhões de dólares para contratos de telecomunicações. Na Finlândia, a Patria está envolvida em escândalos de corrupção na Eslovênia e na Croácia. Na Suíça, a extratora de petróleo e gás Addax Petroleum, com sede em Genebra, também foi multada por alegações de subornos na Nigéria e no «escândalo das obrigações do atum», antigos banqueiros do Credit Suisse foram indiciados por estarem envolvidos num esquema de suborno de milhões de euros em Moçambique. Transparency International.
  • O ex-vice-presidente da Câmara de São Pedro do Sul, Adriano Azevedo eleito nas listas do PSD, começa a ser julgado na próxima semana, acusado de ter subtraído 75 mil euros, em notas, de um cofre guardado no sótão do edifício do Centro de Promoção Social de Carvalhais.» Rádio Escuro
  • O ex-presidente da Câmara de Tondela, Carlos Marta, eleito pelas listas do PSD, durante três mandatos, até 2013, começa nesta terça-feira a ser julgado pelos crimes de prevaricação de titular de cargo político, falsificação de documentos e favorecimento de credores. Rádio Escuro.
  • «Mas o mais grave é continuarmos a viver num país onde a cor da pele vai com menores qualificações, menos oportunidades, menos acesso a cargos públicos e, sobretudo, com pobreza e exclusão. Na manifestação espontânea na Avenida da Liberdade, no seguimento dos abusos policiais no bairro Jamaica, uma jornalista aproximou-se de uma rapariga que se manifestava e perguntou-lhe: "A menina é portuguesa?" Adivinhe o leitor qual era a cor da pele da miúda.» Pedro Marques Lopes, DN/FB.
  • «Foram expulsos das suas terras no Kansas e levados para uma reserva rochosa em Oklahoma onde não havia sinal de abundância ou simples sustento. Tempos depois, no entanto, os índios Osage deram com uma imensa reserva de petróleo, ficaram ricos, muito ricos, os mais ricos (per capita) do mundo no início da década de 1920, e houve logo quem se sentisse incomodado com a ideia — ficou incomodado o Congresso norte-americano, que impôs uma série de medidas para restringir os gastos financeiros dos índios que eram proprietários das jazidas de petróleo, e ficaram incomodados alguns homens brancos da região, entre negociantes e advogados, que orquestraram esquemas para roubar e assassinar os Osage e ficar com o dinheiro deles. (…) O drama dos Osage é que os direitos de exploração dos recursos da reserva só podiam ser transferidos por herança. Aqui entra em cena William King Hale, um cowboy conhecido como “Bill” e com muito poder na região; começa a casar os seus sobrinhos e amigos com índios para depois matá-los e herdar os direitos de exploração. Não agia sozinho; também o Estado norte-americano usou todos os seus recursos para roubar os Osage, declarando os membros da tribo como menores de idade e nomeando um tutor branco para gerir cada fortuna acumulada por via da venda de petróleo. “Criou-se um sistema federal de roubo que permitiu a alguns ganhar milhões e milhões e milhões. (…) Para se defenderem, os Osage contrataram detetives privados  (…)No entanto, foi fraca a resistência que conseguiram criar, dada a conivência das autoridades, polícia e justiça com os criminosos. W. W. Vaughan, o primeiro advogado que se interessou pelos Osage, foi atirado de um comboio em andamento quando tinha em sua posse provas dos crimes cometidos. (…) » Helena Bento, in Expresso 28jan2019.
  • Elliot Abrams foi nomeado para liderar a resposta norte-americana à crise da Venezuela. Muito bem. Nada como um profissional altamente competente e com larga experiência e provas dadas de como manipular situações, encobrir outras e fabricar ainda outras. Por exemplo, apoiou o uso de paramilitares e esquadrões da morte na América Latina há três décadas; liderou os esforços para garantir que Noriega, na altura um dos principais aliados dos EUA e suspeito de torturar e decapitar o líder da oposição Hugo Spadafora, não sofresse consequências; em 1982, o governo salvadorenho massacrou mais de 500 camponeses em El Mozote, as tropas do governo degolaram e violaram crianças e Elliott Abrams, então Secretário de Estado Adjunto para os Direitos Humanos e Assuntos Humanitários, liderou o encobrimento da situação; organizou o financiamento ilegal e dissimulado dos Contra na Nicarágua, nas costas do Congresso; mentiu ao Congresso duas vezes sobre o seu papel com os Contras, declarou-se culpado de ambas as acusações em 1991, mas foi perdoado por George HW Bush; ajudou a liderar o esforço dos EUA para encenar um golpe para derrubar os resultados das eleições palestinas de 2006.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Açores: Cofaco responsável por episódio de contaminação da praia de Santa Bárbara

  • Está desvendado o mistério da origem da poluição da praia de Santa Bárbara em S. Miguel, Açores. O Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente confirmou que a ocorrência teve origem numa descarga controlada da fábrica de conservas da Cofaco, em Rabo de Peixe, com o conhecimento da Direção Regional do Ambiente. Esta situação não é inédita. Em setembro de 2018, o Governo Regional já fora questionado no Parlamento sobre coimas aplicadas à empresa por uma infração específica detetada pela Polícia Marítima e confirmada pela Inspeção Regional do Ambiente em agosto. A manchete do Açoriano Oriental de 28 de agosto de 2018 dizia: «Cofaco e Corretora alvo de processos ambientais».
  • Uma nuvem de enxofre proveniente de Kola, Rússia, força os noruegueses a permanecerem dentro de casa. Cecilie Hansen, ex-prefeita de Kirkenes, diz que a fábrica devia ser obrigada a reduzir a produção quando a poluição excedesse os padrões noruegueses de qualidade do ar. The Barents Observer.
  • A China aumentou em 12% a sua capacidade de energia renovável em 2018, diz a Reuters.

Reflexão - Será que barragem rima com lavagem?


Porque será que a barragem de retenção de rejeitos de minério de ferro é normalmente reduzida a uma simples barragem quando os media portugueses falam da tragédia do Côrrego do Feijão, em Brumadinho? 
Já dei voltas e voltas à imaginação e ainda não encontrei resposta. Não acredito que seja pura e dura preguiça dos jornalistas de serviço. É que com esse pormenor da «barragem», o ouvinte penos informado será levado a crer que a tragédia foi provocado por uma enxurrada resultante de uma tromba de água e, que, portanto, nada se poderá fazer porque a tragédia teve origem natural, e contra isso, apenas resta rezar pelos mortos e continuar a fazer o mesmo, cometendo os mesmos erros.
Sobre a mesma tragédia, há outro pormenor que os nossos noticiários também menosprezam: 
as 300 pessoas desaparecidas não são pessoas quaisquer. Dois terços delas eram trabalhadores da Vale que estavam a almoçar na cafeteria

Fosse um caso de futebol, - exceção, claro à pena do Ronaldo por fraude fiscal enquanto jogava pelo Real Madrid -, os media não se cansariam de explorar à exaustão pormenores como estes referidos pelo The Intercept:
  • que a ampliação da capacidade da Mina Córrego do Feijão não era bem aceite pela população de Belo Horizonte
  • que o Fórum Nacional da Sociedade Civil na Gestão de Bacias Hidrográficas (Fonasc) pediu ao secretário do Meio Ambiente, Germano Luiz Gomes Vieira, a suspensão do processo de licenciamento dessa ampliação. 
  • que a Vale, com o beneplácito do governo estadual, concedeu a licença fazendo de conta que o empreendimento era de menor envergadura.
  • que o Fonasc pediu a Breno Esteves Lasmar, presidente da Câmara de Atividades Minerárias, a rejeição do pedido de licenciamento da Vale por ser uma «insanidade», por terem minimizado o seu impacto minimizado e por haver problemas técnicos, nomeadamente a falta da correta delimitação da área
  • que a expansão atingiria o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, colocando em risco as mananciais que a unidade de conservação protege – cursos d’água como Taboão, Rola Moça, Barreirinho, Barreiro, Mutuca e Catarina, todos fontes de abastecimento da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
  • que há mais de 10 anos que a população local se queixa do desmatamento ilegal e a má qualidade da água contaminada pela mineração, responsável pelo elevado número de problemas dentários.
  • que os problemas na barragem tinham sido identificados por uma consultoria contratada pela mineradora, a empresa Nicho Engenheiros Consultores Ltda, uma firma de Belo Horizonte e que a Vale fora alertada sobre falhas nos procedimentos de controle e manutenção da barragem, mas omitira as informações para a população
  • que uma outra mineradora, a A Flapa Minerações e Incorporações, foi condenada a se retratar, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia de descumprimento, por coagir funcionários a votar em Bolsonaro.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o governo será muito rigoroso no apuramento das responsabilidades.
Conhecemos este tipo de tiradas para a fotografia. O ministro alinha pelo diapasão do chefe e foram eles que há muito prometeram a flexibilização da legislação ambiental para acelerar  o desenvolvimento do país. O próprio diretor executivo da empresa alemã, Fabio Schvartsman, que tem vistoriado as minas da Vale, a TUV SUD, já veio dizer que as últimas inspeções não tinham detetado nada de anormal.
Mas também sabemos que, em 2010, a TUV SUD foi suspensa por uma comissão das alterações climáticas das Nações Unidas por não respeitar procedimentos e por «dar uma opinião de validação positiva para alguns projetos, apesar de haver dúvidas».

Também sabemos que as ações da Vale caíram 17% e que isso não resgata centenas de vidas ceifadas pela ganância e incúria de gente sem escrúpulos. O mesmo tipo de gente (Samarco Mineracao SA = Vale+ BHP Billiton) responsável por tragédia semelhante ocorrida em Mariana há pouco mais de 3 anos.

Mão pesada

O Ibama multou a mineradora Vale em 250 milhões de reais por violações relacionadas com a barragem de rejeitos de minério de ferro que colapsou em Córrego do Feijão. ReutersEntretanto, um tribunal de Minas Gerais congelou 5 biliões de reais nas contas da mineradora Vale SA (VALE3.SA) para pagar pelos danos causados pela tragédia. A decisão segue um congelamento anterior de 1 bilhião de reais que os tribunais estaduais tinham aplicado a contas da Vale.

Bico calado

  • «Não quero saber da República para nada. Aqui, na Madeira, o Cristiano Ronaldo é e sempre foi visto como pessoa de bem». Miguel Albuquerque, sobre a possibilidade de Cristiano Ronaldo perder as condecorações atribuídas no passado no âmbito da condenação de fraude fiscal em Espanha. Tribuna Expresso. Refira-se que CR7 foi condenado a pagar multa de 18,8 milhões de euros por fraude fiscal - por ter defraudado o estado espanhol em 14,8 milhões entre 2011 e 2014
  • «(…) A tendência de aparecer, sobretudo na televisão, todos os dias, muitas vezes para dar conta da sua preocupação com assuntos que não há ninguém de bom senso que não esteja preocupado, cheira a vampirismo político.(…) Marcelo não está a prometer preocupações a mais, bem tendo consciência plena que cabe ao governo tratar do desgaste de cada profissão? Que pretende Marcelo? Levar a cabo um levantamento socioprofissional de cada profissão? Um levantamento sociológico? Ou ser notícia? (…)» Domingos Lopes, in Incontinência e ou vampirismo?Público 26jan2019.
  • «Cristas consegue ter cara para exigir explicações sobre a Caixa Geral dos Depósitos quando, durante quatro anos, foi cúmplice do porfiado esforço de Passos Coelho para a degradar de forma a tornar inevitável a almejada privatização, e chegou a aprovar reforços do seu capital, assinando confessadamente de cruz o respetivo documento à saída da praia.» Jorge Costa, in Ventos semeados.
  • «(…) Através do relatório da Ernst & Young confirmámos agora que esses conjurados, grandes comendadores da República, compraram acções do BCP com empréstimos concedidos pela Caixa a troco de nenhuma garantia — o que hoje lhes permite dever centenas de milhões à Caixa e ostentarem um património imobiliário milionário. Mas se um qualquer trabalhador pedisse um empréstimo para compra de habitação própria, a primeira coisa que lhe exigiam era a hipoteca da casa.(…)» Miguel Sousa Tavares, in Uma caixa sem fundo – Expresso 26jan2019.
  • Iogurtes em fim de prazo da Danone e da Nestlé vendidos com trabalho escravo. Danone multada em R$ 185 mil, e a Nestlé em R$ 139 mil. The Intercept.
  • São milhares de quilómetros pagos e ajudas de custo inventadas que fizeram disparar o vencimento do presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus (PSD). Em alguns casos, o salário do autarca duplicou e ultrapassou o salário do primeiro-ministro. TVI24.

sábado, 26 de janeiro de 2019

Bruxelas: milhares de estudantes exigem melhor proteção do Clima

  • Pela terceira semana consecutiva, mais de 30 mil estudantes desfilaram pelas ruas de Bruxelas exigindo uma melhor proteção do Clima. Reuters.Video. Em Berlim, 10 mil fizeram o mesmo.
  • A Comissão Europeia processou a Espanha por nada ter feito para proteger o aquífero de Doñana, uma área protegida, uma das mais importantes reservas naturais da UE e Patrimônio da Humanidade. O processo contra a Espanha começou em 2010, quando a WWF apresentou uma queixa a Bruxelas. El País.
  • As altas temperaturas registadas em Melbourne já provocaram a suspensão do Open de ténis e diversos apagões. Reuters.
  • A Armada norte-americana rejeitou mais de 4 mil processos de indemnizações exigidas por vítimas de graves problemas de saúde provocados por ingestão de água contaminada na base militar de Camp Lejeune, na Carolina do Norte. O problema foi detetado em meados dos anos 1980s, tendo o Department of Veterans Affairs calculado que 900 mil militares terão sido afetados entre 1953 e 1987. De então para cá, mais de 4 processos exigem indemnizações por contaminação por Tricloroetileno, vugo TCE, uma substância química usada para desengordurar metais, considerada concerígena pelo Centro de Controle de Doenças e pela Agência de Proteção Ambiental. ABC
  • O colapso de 3 barragens de efluentes de minério de ferro da mineradora brasileira Vale SA provocou o desaparecimento de 200 pessoas. Reuters. A Greenpeace não hesita em afirmar: «Isto não é apenas um desastre, é um crime ambiental. E os responsáveis por isso precisam ser responsabilizados.
  • A qualidade do ar em navios de cruzeiro é tão má que pode prejudicar a saúde, alerta um relatório da Johns Hopkins University, Bloomberg School of Public Health. A ré destes super navios é o pior lugar. Ironicamente, é aí que em geral os passageiros passam mais tempo devido à proximidade de piscinas e outros espeços desportivos. As empresas envolvidas respondem referindo vultuosos investimentos em tecnologia de ponta para minimizar este tipo de impactos. CNN.

Mão pesada

  • O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou a Itália por não proteger os cidadãos de da siderurgica poluente de Ilva, em Taranto, no sul do país, culpada por centenas de mortes relacionadas com cancro. O tribunal determinou que o Estado italiano deve indemnizar 161 pessoas que viviam perto de Ilva em 5 mil euros cada. Reuters.
  • Um indivíduoa de Bradford foi multado em mais de 3 mil libras por transporte ilegal de resíduos. GovUK.
  • A Bullseye Glass, fabricante de vidro no sudeste de Portland, foi condenada a pagar 6,5 milhões de dólares de compensações por danos causados à saúde de vizinhos por exposição a elevados níveis de metais pesados. A empresa foi ainda intimada a investir 2,2 milhões em sistema de controlo e monitorização de emissões. Oregon Live.

Bico calado

  • O que é que Trump quer com a Venezuela? Provavelmente o mesmo que com a Líbia, em 2011: os EUA deveriam derrubar os governos deles e recompensar os norte-americanos pegando no petróleo deles. Questionado se isso não iria prejudicar esses países, Trump respondeu: «Quem se importa?»
  • Jean Wyllys, o primeiro e único congressista brasileiro assumidamente homossexual disse que abdicava do seu posto e não regressava ao Brasil, porque já tinha recebido imensas ameaças de morte e não queria ter a mesma sorte que a sua amiga Marielle Franco, uma autarca lésbica morta a tiro em março de 2018. A família Bolsonaro festejou nas redes sociais a demissão e exílio do deputado brasileiro.
  • A evasão fiscal priva os europeus de cerca de cinco vezes mais dinheiro do que é gasto no orçamento da UE de 2019, alerta um estudo do grupo social-democrata do Parlamento Europeu. O déficit fiscal da UE pode ser de € 825 biliões por ano e pode exceder os gastos com saúde em metade de todos os estados membros da EU. Tax Research UK.

  • Em Davos, depois de Michael Pompeo ter repetido os argumentos de Trump sobre a atual situação da Venezuela, Medea Benjamin interrompeu os aplausos exibindo um cartaz dizendo «OAS: NÃO APOIEM UM GOLPE NA VENEZUELA». «Não apoiem o golpe!", gritou. «Um golpe não é uma transição democrática! Não dêem ouvidos ao secretário Pompeo! Não apoiem o golpe! Não apoiem o golpe na Venezuela!» Via Caitlin Johnstone.
  • «Os EUA declararam efetivamente um golpe de Estado político na Venezuela, a partir do exterior. (…) A oposição venezuelana apoiada pelos EUA prometeu realizar uma privatização em massa de bens do Estado e implementar políticas capitalistas neoliberais duras. As legislaturas controladas pela oposição declararam, no seu “programa de transição”, que o “modelo centralizado de controlo da economia será substituído por um modelo de liberdade e mercado baseado no direito de cada venezuelano trabalhar sob as garantias dos direitos de propriedade e liberdade de empreendimento." Os EUA também sugeriram o uso da violência na Venezuela. Após a declaração de Trump, o jornalista Dan Cohen ouviu uma autoridade dos EUA declarar que se o governo do atual presidente Nicolás Maduro responder com violência, “eles não têm futuro imediato, não têm meios de subsistência imediatos. De uma maneira ou de outra, eles têm os dias contados.” (…) Esta rebelião não é claramente motivada pela resistência ao autoritarismo. A Venezuela, que tem as maiores reservas de petróleo do mundo e desafiou a hegemonia do dólar americano, há muito que é alvo da agressão norte-americana. Em 2002, os EUA apoiaram um golpe militar que derrubou por pouco tempo o presidente democraticamente eleito Hugo Chávez e substituiu-o pelo oligarca de direita Pedro Carmona. A intervenção dos EUA, incluindo sanções económicas incapacitantes, continuou desde então. (…) Em 2017, o governo venezuelano criou uma Assembleia Constituinte para reescrever a Constituição. A oposição nunca reconheceu esse órgão e boicotou as eleições, mantendo, no entanto, o controlo da Assembléia Nacional, administrando-a como uma legislatura paralela separada. A Assembléia Nacional, controlada pela oposição, elaborou uma lei de “transição” que descreve abertamente que políticas a oposição, liderada por Juan Guaidó, levará a cabo no seu “governo” ilegítimo e reconhecido pelos EUA na Venezuela. (…)» Ben Norton, in Gray Zone.
  • «(…) Se o que motiva Washington na sua política externa é o amor à liberdade, então por que é que o seu maior aliado no Oriente Médio é a Arábia Saudita, uma ditadura brutal com eleições locais limitadas? Donald Trump chegou a dizer que os EUA estão "subsidiando" os militares sauditas. (…) Também não é a preocupação pela liberdade ou democracia que motiva a política externa dos EUA, mas sim o interesse do governo. É por isso que os EUA tÊm ignorado completamente a brutalidade do regime saudita. É também por isso que os EUA odeiam o governo da Venezuela: porque este último ameaçou os interesses económicos e geopolíticos dos EUA. Mas se o humanitarismo tiver sido o fator motivador, por que razão Washington não fez nada de significativo para impedir a pior crise humanitária do mundo no Iémen, que foi causada em grande parte por vaga de bombardeamentos liderada pelos sauditas? O sofrimento humano supera em muito o que aconteceu na Venezuela. (…)» Peter Bolton, in The Canary.
  • Cristas deve estar com as orelhas a arder. TSF/Tubo de Ensaio 25jan2019.
  • Blair tem uma atração fatal por Bs. Depois da cimeira dos caixões, na Terceira-Açores, com Bush e Barroso, agora fez questão de posar com Bolsonaro, em Davos.
  • O Supremo Tribunal da Suíça inocentou 28 atletas da equipa russa falsamente acusados de doping durante os Olímpicos de Inverdo de 2014, em Sochi. RT.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Açores: o que anda a poluir a praia de Santa Bárbara?

  • A praia de Santa Bárbara, perto da Ribeira Grande, em S. Miguel, Açores, tem aparecido coalhada por uma substância que, à distância, parece ser composta por centenas, milhares de esferas de pedra-pomes. Obervadores locais queixam-se do mau cheiro a peixe morto que isso exala e sugerem que isso possa ter origem em descargas de efluentes não tratados. A ocorrência foi comunidada às autoridades competentes. Sugere-se, entretanto, a vedação da zona de modo a evitar eventuais problemas para utentes em geral e surfistas em particular. 
  • A poluição do ar e o ruído têm aumentado porque há cada vez mais aviões a voar, admite o European Aviation Environmental Report. Embora o desenvolvimento tecnológico tenha possibilitado a redução do ruído dos aviões, o seu número aumentou imenso. EURactiv.
  • O número de leis de proteção ambiental aumentou 38 vezes desde 1972, mas a falta de fiscalização tornou inúteis muitas delas, admite um relatório das Nações Unidas.
  • O que mantém as famílias numa das zonas mais poluídas da Califórnia, pergunta Elizabeth Aguilera na CALmatters. Resposta: a sua situação económica e a sua etnia. Por isso, comunidades como Imperial continuam a sofrer graves problemas respiratórios. Medidas? Há 6 anos o governo de Obama disponibilizou verba para a instalação de algumas dezenas de monitores da qualidade do ar e aconselhou as pessoas a reduzir o uso de lenha para se aquecerem.

Mão pesada

Um indivíduo foi condenado a 8 anos de prisão por fraude e lavagem de dinheiro no âmbito do esquema do comércio de emissões de carbono. REDD Monitor.

Bico calado

  • «A Venezuela precisa de eleições livres e internacionalmente validadas. Mas ver o CDS a pedir "democracia" na Venezuela, quando ainda acham que o Governo português é "ilegítimo", só comprova duas coisas: 1 - Que são um partido de hipócritas 2 - Que não é democracia que eles querem». Uma Página numa rede social.
  • «E não me venham com o choradinho sobre a "comunidade portuguesa". Se a respeitassem minimamente tinham enviado alguém, nem que fosse um secretário de estado, à posse do presidente eleito Nicolás Maduro, pense o que pensar o governo sobre esta figura. Caso contrário, perguntamo-nos o que significaram as vénias presidenciais a BolsonaroJosé Gabriel, FB.
  • A OPEC vai ficar agora com dois presidentes? pergunta a Bloomberg. A Venezuela, agora com 2 presidentes, é neste momento, por rotatividade, presidente da OPEC. Há uns anos, numa situação semelhante na Líbia, a OPEC só autorizou a participação de um representante do país que tinha sido reconhecido pela maioria dos membros da daquela organização e pelas NU.
  • Haverá hipótese de esta cena ser reeditada? (Cavaco e Costa içam bandeira nacional de pernas para o ar em 5 de outurbo de 2012.)
  • «O Dia de Camões tem sido presidido por ilustres figuras. Nem sempre consensuais, mas todas com inquestionáveis habilitações - designadamente académicas. Todos nos lembramos de Jorge de Sena, João Caraça, Sobrinho Simões, Onésimo Almeida e outros. Finalmente - e, quiçá, pela primeira vez - as comemorações serão presididas por alguém que poderá não fazer ideia de quem são e o que fazem ou fizeram estes seus antecessores. É o triunfo do comentadorismo rasca, do lixo televisivo e jornalístico! Parece que a intenção de Marcelo é trazer para a ordem do dia os problemas da comunicação social. A escolha de João Miguel Tavares evidencia o que o presidente dela espera. Aguardamos agora, com natural ansiedade, dados sobre quem se encarregará da animação cultural. Quim Barreiros, Tony Carreira ou o Avô Cantigas? E, espero, nas artes plásticas não serão esquecidos os trabalhos em cerâmica produzidos nas Caldas da Rainha. É preciso manter o nível!» José Gabriel, FB.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Famalicão, Penamacor e Vila Nova de Poiares investem na reflorestação

  • A Câmara de Vila Nova de Famalicão está a ceder gratuitamente projetos de florestação e reflorestação, disponibilizando plantas e árvores autóctones como pilriteiros, medronheiros, faias, cerejeiras bravas, plátanos bastardos, amieiros e salgueiros para reabilitar cerca de 25 ha do território, através da plantação de 25 mil árvores e arbustos até 2025. Também as autarquias de Penamacor e de Vila Nova de Poiares promovem ações semelhantes, pela mão da Climagir, envolvendo alunos de escolas locais.
  • A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) garantiu que não teve qualquer intervenção no processo de licenciamento das pedreiras junto à estrada municipal 255, entre Borba e Vila Viçosa. Mercês Ferreira esclareceu que todo o processo de licenciamento e declarações de impacto ambiental foram da responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo e não da APA. «A 19 de novembro de 2018 um troço de cerca de 100 metros da estrada municipal 255, entre Borba e Vila Viçosa colapsou devido ao deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra para o interior de duas pedreiras. O acidente causou a morte de dois operários de uma empresa de extração de mármore na pedreira que estava ativa e de outros três homens, ocupantes de dois automóveis que seguiam na rodovia que ruiu e que caíram para o plano de água da pedreira sem atividade. RR.
  • O Bloco de Esquerda apresentou no parlamento um projeto de resolução com vista à extinção da concessão turística na Serra da Estrela. A Turistrela, a concessionária desde 1986 e por um período de 60 anos, não terá cumprido de obrigações estabelecidas no contrato. Segundo o BE, a Turistrela violou e contornou a lei desde 2003. Por exemplo, em 2015, ao substituir «o telesqui por um tapete rolante, obra que acabou por ser embargada numa fase em que já estava praticamente concluída e que recentemente foi chumbada no âmbito da Declaração de Impacto Ambiental». Sábado.

França: Agência Nacional de Segurança Alimentar, Ambiente e Trabalho descobre 60 produtos químicos tóxicos em fraldas para bebés

  • A escocesa Sustainable Marine Energy aliou-se à alemã Schottel Hydro para formar a SME. Objetivo: desenvolver o sistema de energia flutuante PLAT-I, com projetos na Escócia e no Canadá. Energy Voice.
  • Os robôs Eolos da espanhola TSR Wind já concretizaram a inspeção de mais de 3 mil turbinas desde que iniciaram a sua atividade em 2017. Energías Renovables.
  • O Reino Unido é o campeão europeu dos subsídios aos combustíveis fósseis, admite um relatório da Comissão Europeia. A França, a Holanda, a Suécia e a Irlanda também deram mais subsídios aos combustíveis fósseis do que às renováveis. Do lado oposto estiveram a Espanha e a Itália. The Guardian.
  • Em França, a Agência Nacional de Segurança Alimentar, Ambiente e Trabalho descobriu 60 produtos químicos tóxicos, incluindo o glifosato, em fraldas para bebês. Alguns dos químicos, como o lindano, o quintozeno e o hexaclorobenzeno, foram proibidos na União Europeia há mais de quinze anos.
  • A Arábia Saudita diz ter recebido propostas de instalação de centrais nucleares por parte dos EUA, Rússia, França, Coreia do Sul e China. A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo bruto do mundo, projeta construir dois reatores nucleares para reduzir a sua dependência do petróleo para produção de energia. MEM.
  • Os quebequenses preocupados com a saúde do lago Memphremagog manifestaram-se em Vermont em protesto contra a expansão de uma lixeira na margem norte-americana do lago. O projeto de expansão da lixeira de Coventry tem merecido imensas críticas por se prever que as águas residuais da estação de tratamento do aterro estejam a poluir o lago. Essas preocupações aumentaram em setembro, quando Vermont admitiu que não estava a monitorizar o lago para rastrear o efeito das águas residuais tratadas nele descarregadas. O lago Memphremagog é a fonte de água potável para 170 mil pessoas nas cidades do leste, incluindo Sherbrooke. CBC.
  • As propriedades ao longo da orla costeira do estado do Maine sofreram uma desvalorização de 70 milhões de dólares entre 2005 e 2017, revela uma investigação da Columbia University e da First Street Foundation. Portland Press Herald. Malditas alterações climáticas...
  • A republicana Debbie Wasserman Schultz e 12 outros membros da delegação ao Congresso da Flórida escreveram a dois congressistas apelando para pressionarem o ministério do Ambiente dos EUA sobre a urgência na tomada de medidas para regular a contaminação química na água potável. A carta seguiu após uma reportagem do Herald/Times revelando que foram precisos quatro meses para as autoridades de saúde estaduais notificarem os moradores de Ocala sobre os níveis potencialmente elevados dos produtos químicos nas águas dos seus poços. Nenhum dos 14 republicanos subscreveu a carta. Miami Herald.
  • 40 cavalos selvagens foram encontrados mortos num poço seco de Apwerte Uyerreme, perto de Santa Teresa, na Austrália central, no que se acredita ser uma morte em massa causada por condições meteorológicas extremas. The Guardian.

Reflexão – Pode uma espécie de entrevista camuflar uma poderosa operação de marketing e greenwash?


É o que parece ter acontecido em Davos, na cerimónia de abertura do Fórum Económico Mundial.
O Príncipe William «entrevistou» David Attenborough, o Rei de programas de TV sobre vida selvagem. Falaram das alterações climáticas e de outras questões ambientais. A meia hora de conversa soou a déjà-vu, as generalidades foram proferidas como se tivessem sido escritas e ensaiadas previamente.
Tudo isto depois de, uma semana antes, ambos terem protagonizado a antestreia absoluta do primeiro episódio de uma nova série do Planeta Azul perante um grupo de crianças. Não terá toda esta encenação tido um dedinho da BBC e da Netflix?
Attenborough pode bem ter pedido aos líderes mundiais presentes para tomarem medidas de combate às alterações climáticas, mas isso só terá sido para a fotografia. Duvido que esses líderes o tenham ouvido e, sensibilizados, tenham decidido alterar a sua postura. Convém referir que, todos os anos, em janeiro, milhares de políticos, lobistas e homens de negócios concentram-se nesta estância de esqui e privilegiam o transporte em jato particular. Previam-se, este ano, 1500 voos privados de entrada e saída dos aeroportos que servem Davos. Muitos terão pago 11 mil euros pela viagem de helicóptero entre o aeroporto e o Fórum.  


Outro «artista» na ribalta de Davos foi Bolsonaro. «Somos o país que mais preserva o meio ambiente», afirmou o presidente do Brasil no seu discurso
«Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós. A agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território e cresce graças a sua tecnologia e à competência do produtor rural. Menos de 20% do nosso solo é dedicado à pecuária. Essas commodities, em grande parte, garantem superávit em nossa balança comercial e alimentam boa parte do mundo. Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis.»
A agenda desenvolvimentista de Bolsonaro não engana ninguém: ele quer reduzir o aparelho de Estado para reduzir o controlo sobre o Ambiente, nomeadamente a floresta amazónica, permitindo o avanço inexorável de todo o tipo de patos-bravos sedentos da privatização de um imenso recurso natural tão útil na harmonização do Clima. Por isso, transferiu serviços do ministério do Ambiente para o da Agricultura, que é controlado pelo lóbi do agronegócio.

Mão pesada

A Thames Water foi condenada a pagar de 20 mil libras por despesas cobradas pelo ministério do Ambiente britânico na investigação do caso de uma fuga de esgotos não tratados para duas linhas de água que desaguam no rio Shuttle. A companhia de águas foi ainda condenada a transferir 80 mil libras para a South East Rivers Trust proceder a operações de limpeza da zona e instalar um sistema de passagem segura de peixes. GovUK.

Bico calado

  • O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, em mensagem televisiva, pede aos venezuelanos para correrem com Nicolas Maduro e reporem a democracia. Juan Guaidó declara-se Presidente interino da Venezuela. Trump reconhece o Presidente da Assemblçeia Nacional da Venezuela, Juan Guaido, como Presidente interino da Venezuela. Conceição Cristas, líder do CDS, papagueia o apelo do donoRelacionado: «Entender a nova ofensiva contra a Venezuela», de Romain Migus.
  • O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, diz que não vai exonerar a secretária-executiva da pasta, Ana Maria Pellini, acusada de celebrar, em 2016, contrato irregular, sem licitação, que teria causado dano de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos do Rio Grande do Sul.  O próprio Salles é acusado pelo Ministério Público de fraudar processo do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, em 2016, quando estava à frente da pasta do Meio Ambiente do governo de Geraldo Alckmin. Globo.
  • «Ao contrário da frase batida ("Ah, eu não recebo lições de ninguém!"), sobre racismo eu recebo lições de muita gente. Mas não, obviamente, de toda a gente. O carregador negro que trabalhava num camião e ouviu de mim, eu miúdo, a palavra "preto" deu-me a lição certa, daquelas boas de receber ainda antes de saber juntar as letras. Ele fez sangue num dedo e mostrou-mo: "Preto é carvão, branco é papel mas o sangue é igual, vês?" Tive a minha primeira lição sobre racismo. E, mais importante, aprendi. (…) Há lições que nos ficam para a vida. E sobre racismo elas são essenciais. Estou sempre disposto a recebê-las, lições sobre o racismo, tão importante é o racismo. Mamadou Ba, assessor do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, escreveu no Facebook "bosta da bófia", a propósito dos incidentes no bairro Jamaica. O meu jornal, o DN, escreveu isso: que um assessor do BE no Parlamento diz da polícia ser merda. Mamadou Ba respondeu que a notícia do DN "tem um só objetivo: desacreditar a luta antirracista." (…) Mamadou Ba ao escrever "bosta de bófia" não ajudou nada na luta antirracista. Sobre assunto, o assessor parlamentar do BE parece não ter nada a dizer a ninguém. Digo eu que tive há muito um carregador negro a ensinar-me o essencial.» Ferreira Fernandes, in O assessor parlamentar Mamadou Ba - DN 23jan2019.
  • «Um dos países mais seguros do mundo, uma das melhores democracias do mundo. Cristas é convidada nos programas da manhã e Portas é comentador nos jornais da noite. Mas, para o CDS, “vivemos numa ditadura de esquerda.” Populismo é isto.» UmaPágina numa rede social.
  • James Dyson, o bilionário apoiante do Brexit que revolucionou os aspiradores com a tecnologia sem saco, transferiu a sede da sua empresa do Reino Unido para Singapura. EURActive.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Pedreiras: 191 em situação crítica, apenas metade delas licenciadas

  • Há 191 pedreiras em situação crítica em Portugal, admite um relatório do ministério do Ambiente após a tragédia de Borba. O documento diz que, em muitos casos, são necessárias medidas para evitar o colapso ou abatimento de estradas. O Alentejo é a região com mais casos de pedreiras em situação preocupante. O relatório alerta ainda para o facto de só metade das pedreiras estarem devidamente licenciadas. RTP
  • O presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença, criticou a passividade do governo em de António Costa em mitigar os efeitos da seca na bacia hidrográfica do rio Sado. O autarca lamenta que não se tenha concretizado a garantia dada há um ano da constituição de um grupo de trabalho que seria coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente para estudar o assunto e adotar um conjunto de medidas para carregar as albufeiras a partir de Alqueva, tendo em conta a produção de arroz em Alcácer do Sal. Segundo Vítor Proença, «a falta de resposta do Governo», perante o fenómeno das alterações climáticas que atinge a zona, «põe em causa» a próxima campanha de arroz no Vale do Sado, que representa 30% da produção nacional, e compromete a economia local. DN
  • A Caixa Geral de Depósitos anunciou que baixou as taxas de juro do programa de concessão de crédito Casa Eficiente. Fê-lo depois de o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, ter defendido que era importante aumentar a adesão ao programa Casa Eficiente, considerando que a taxa de juro praticada pelos bancos não era atrativa. ECO
  • O parlamento português aprovou diplomas dos Verdes e do CDS-PP para desincentivar a utilização de microplásticos em cosméticos e produtos de higiene, mas chumbou projetos do Bloco e PAN com caráter de proibição. Rádio Comercial
  • Portugueses e espanhóis fizeram cordão humano contra exploração de urânio na fronteira. A concentração teve início a meio da tarde, na barragem de Saucelle, entre Portugal e Espanha. Os ambientalistas alertam para os perigos da mina projetada para a localidade de Retortillo, que pode ter impactos no meio ambiente e na saúde humana. RTP
  • Muitos dos 28 membros que formam a Alliance to end plastic waste (Aliança para acabar com o lixo plástico), incluindo grandes empresas como a BASF, a Shell, a ExxonMobil, a Dow, a Procter & Gamble, a DSM e a Suez programaram investimentos de biliões de dólares no aumento da produção de plástico, denunciam os ambientalistas da Recycling Netwerk. Vale a pena reler a nossa reflexão de 19 de janeiro.

Reflexão – Que se faz quando o nível das águas do mar sobe e chega ao pé de casa?


Como o nível do mar continua a subir, New Jersey  aprovou um programa que subsidia a relocalização dos moradores em perigo. PBS.

Mão pesada

A sucateira Seattle Iron and Metals Corp. foi condenada a indemnizar os ambientalistas do Puget Soundkeeper em 1,2 milhão de dólares pelas despesas que envolveram a denúncia de fuga de efluentes não tratados para o Duwamish River, e a investir 200 mil dólares em projetos de descontaminação do Puget SoundKTUU.

Bico calado

  • Não sou maçon nem tenho nenhuma ligação à Maçonaria, garantiu Luís Montenegro ao Correio da Manhã. Fernando Esteves, do Polígrafo corrige a imprecisão: «Luís Montenegro foi, de facto, iniciado na maçonaria, tendo mesmo sido submetido ao ritual iniciático. Porém, a sua entrada nunca foi formalizada em qualquer documento da Grande Loja Legal de Portugal». Acrescenta que anteriores referências mediáticas, nomeadamente do Expresso e da Sábado, nunca mereceram qualquer reparo por parte do ex-deputado.
  • Quatro ativistas da No More Deaths foram acusadas de terem invadido um refúgio selvagem e deixado água e comida para migrantes. Cada ativista pode ser condenada a 6 meses de prisão e a multa de 500 dólares. The Arizona Republic.
  • Um dos filhos de Trump terá retirado dinheiro de uma organização de apoio às vítimas de cancro e de fugir aos impostos, revela uma investigação dos jornalistas da ProPublica citados pela insuspeita Newsweek.
  • A Força Aérea de Israel usou dois aviões civis de passageiros como escudos, no dia de Natal, para poder bombardear regiões dos arredores de Damasco escapando aos efeitos do sistema eletrónico de exclusão aérea montado sobre o território sírio. Apesar de a manobra traduzir uma dupla violação do Direito Internacional, nem o Conselho de Segurança da ONU nem o secretário-geral desta organização tomaram, até agora, qualquer posição sobre o assunto. José Goulão, in O Lado Oculto.
  • As notícias dadas durante 50 anos (1967-2017) pelos principais jornais dos EUA sobre o conflito Israel-Palestina foram consistentemente distorcidos e pró-Israel, conclui um estudo da 416Labs. Mint Press.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Bélgica: 10 mil estudantes nas ruas, pelo Clima

  • Na Bélgica, mais de 10 mil estudantes voltaram a faltar às aulas para participar numa marcha exigindo mais e melhores medidas de combate aos impactos das alterações climáticas. Apesar da chuva e do frio, a marcha de protesto em Bruxelas foi maior do que a da semana passada. Cartazes como «A Escola pelo Clima» e «Faltamos às aulas? Não. Lutamos pelo nosso futuro», destacaram-se no cortejo, que não registou qualquer incidente. Patrick Lancksweerdt, diretor de uma escola local, disse ao jornal De Standaard que «a educação tem que transformar jovens em cidadãos maduros. Estas ações provam-no». ABC.
  • A Assembleia Nacional francesa aprovou uma lei explicitando que o óleo de palma «não é um biocombustível» e não terá direito a benefícios fiscais a partir de 1 de janeiro de 2020. A massificação das plantações de palma têm contribuído para a desflorestação de países do hemisfério sul. EURActive.
  • A chinesa Sungrow aliou-se à espanhola Solaria para implantar12 centrais solares em Cáceres, Valladolid, Salamanca, Toledo, Cuenca e Huesca para abastecer um total de 150 mil pessoas. Energías Renovables.
  • A Noruega atribuiu direitos de exploração de petróleo sobre 83 licenças de produção na Plataforma Continental Norueguesa a 33 companhias, o que constitui o maior número alguma vez atribuído numa ronda de licenciamentos. A norueguesa Equinor, a sueca Lundin Petroleu e a alemã DEA adquiriram, respetivamente, 29, 15 9 licenças no Mar do Norte, no Mar da Noruega e no Mar de Barents. JE do Mar.
  • A chinesa General Nuclear Power Corporation vai apresentar planos para construir uma central nuclear no Reino Unido, ajudando a preencher a lacuna provocada pelo fracasso de dois projetos japoneses. Recorde-se que a Hitachi e a Toshiba tinham anunciado o abandono dos seus projetos. Reuters.
  • O ministério do Ambiente da Arábia Saudita impôs a proibição da importação de cebolas do Egito por ter detetado níveis inaceitáveis de resíduos de pesticidas em carregamentos de cebolas importadas daquele país. MEM.
  • Minneapolis está a registar um aumento significativo de instalações solares em bairros economicamente desfavorecidos, resultado de um novo programa para direcionar o investimento nessas áreas sem deslocalizar moradores e empresas existentes. Energy News Network.
  • Níveis perigosos de chumbo foram detetados nas águas que saem das torneiras de 16 das 108 casas testadas o verão passado em Bergen e Hudson, admite a operadora Suez North America. A companhia, que abastece 800 mil clientes no norte de New Jersey, atribui o problema à antiguidade das tubagens. NJ Spotlight.
  • Após anos de defesa e proteção do Ambiente em suas plataformas, Barbra Streisand e Gisele Bündchen são homenageadas no próximo mês na Hollywood for Science Gala do Instituto do Ambiente e Sustentabilidade da UCLA. People.
  • A imagem limpa e verde da Nova Zelândia sofreu forte mossa o verão passado, quando os turistas que viajavam pelo interior do país divulgaram fotos de lagos e rios contaminados por efluentes agrícolas, lixo e fezes humanas. 60% das águas desses lagos e rios são impróprias para banhos, admitira o próprio ministério do Ambiente em 2014. A semana passada, mais de 13 mil pessoas subscreveram uma petição da Greenpeace apelando à proibição do uso do fertilizante à base de nitrogénio sintético, considerado o principal ingrediente responsável pela conta,minação das águas superficiais do arquipélago. Reuters.

Mão pesada

Um indivíduo de Manchester foi condenado a pena de prisão durante um ano por despejo de 100 toneladas de resíduos no parque de estacionamento da Kingfisher Special School, uma escola de Ensino Especial em Oldham. GovUK.

Reflexão – Podem energéticas, petroquímicas e produtoras de plástico resolver a crise da poluição plástica?


A Alliance to End Plastic Waste, composta por grandes empresas de energia, petroquímica e produção de plástico, como a Procter & Gamble, Chevron e ExxonMobil, anunciou a atribuição de 880 milhões de euros a projetos para minimizar e gerir resíduos de plástico e promover soluções para plásticos usados. No entanto, peritos na matéria desconfiam destas intenções.

«A reciclagem de plástico será o último recurso depois de repensar, substituir, redesenhar, refazer, reduzir e reutilizar», diz Jo Ruxton, da Plastic Oceans.
Gigi Kellett, da  Corporate Accountability , acusa as empresas da aliança de lavar a sua longa história de poluição: «Durante décadas, estas empresas lucraram imenso com a produção e criação de procura desnecessária de plásticos  enquanto faziam lóbi para bloquear políticas que realmente pudesse reduzir o desperdício e a poluição. A melhor maneira de protegerem o nosso Ambiente é deixarem de bloquear soluções comprovadamente eficazes para lidar com essa crise na origem, e não com esquemas perigosos que apenas alimentam os seus lucros». AFP.

Bico calado

  • «Não teve coragem de se candidatar à liderança do partido, apesar da indisfarçável ambição, refugiando-se por trás de uma barriga de aluguer, que, entretanto abandonou o seu partido para formar o seu próprio núcleo de oposição à direita. Não teve a decência de deixar o líder eleito disputar uma eleição que fosse, optando antes por atirar o partido para (mais) uma crise interna, ridicularizando e descredibilizando o PSD. E montou uma encenação degradante, secundado pelos restos do passismo, com vista a tomar o poder através de uma golpada mal-amanhada, com vista a salvar uns quantos lugares parlamentares dos seus potenciais vassalos. Fez mais por António Costa numa semana do que a oposição alegadamente inócua de Rio durante um ano. Se a hecatombe eleitoral se confirmar, será injusto retirar Montenegro da equação. O seu contributo para o resultado que se antevê, possivelmente o pior da história do partido, foi precioso.» João Mendes, in Aventar.
  • «Luís Montenegro tem mais tempo de antena do que Rui Rio, líder do PSD, tal como aconteceu, há três anos, com Francisco Assis em relação a António Costa. Enquanto der jeito à direita mais à direita, ele e os adversários do líder têm a comunicação social à disposição.» Carlos Esperança, FB.
  • «O Benfica já não é o que era. As polícias já sabiam há meses do cavalheiro e nada faziam para o parar. Agora, que calhou a vez de ser “hackeada” à PLMJ, até houve dinheiro para mandar uma brigada da PJ à Hungria! Moral da história: o Dr. José Miguel Júdice tem muito mais poder do que os tais 6 milhões de benfiquistas.» A Estátua de Sal.
  • Ahmed Hussein-Suale, jornalista, foi abatido a tiro no Gana. Com o jornalista ganense Anas Aremeyaw Anas, trabalhava numa investigação para a BBC sobre corrupção nas ligas de futebol do país. Ambos já tinham denunciado casos de suborno, o que provocou a renúncia de um árbitro de alto escalão da FIFA que deveria atuar no Mundial do verão passado e a dissolução da federação nacional de futebol do Gana. Transparency International. Será que os media portugueses vão falar deste caso. É que há dias que não desferram do caso de Rui Pinto,  detido na Hungria por pirataria informática e divulgação de negociatas do mundo do futebol.
  • Dois terços dos terrenos para o muro proposto por Trump são propriedade de estados, cidadãos ou tribos índias. A pretensão de usar o domínio eminente militarizado para confiscar propriedade privada é discurso de tirano. The Hill.
  • A ponte Tappan Zee, sobre o Hudson, inaugurada em 1955, foi implodida por razões de segurança. Foi substituída pela ponte Governador Mario M. Cuomo, 30 milhas a norte de New York City. AP/The Washington Post.