quarta-feira, 25 de abril de 2018

Praga de gaivotas é problema de saúde pública em centros urbanos

Silvalde, Espinho. Imagens de Joaquim Ribeiro em 28 de outubro de 2016

As gaivotas invadiram e instalaram-se nos centros urbanos. 
Elas enxameiam restaurantes e esplanadas e chegam a atacar as pessoas. 
Tudo porque estão viciadas na comida disponibilizada voluntariamente pelas pessoas ou involuntariamente por lixeiras a céu aberto.
O ruído, a sujidade, a degradação do património são razões suficientes para a presença das gaivotas ser encarada como um problema de saúde pública. JN.

Militantes socialistas propõem agua da torneira para consumo de toda a administração pública

Sete Cidades e e respetivo facsimile - S. Miguel-Açores. Foto: Luis Filipe Matos 23abr2018.
  • Dois militantes do PS vão apresentar uma moção ao congresso, que se realiza a 25 de maio na Batalha, para generalizar o consumo da água da torneira em toda a administração pública e eventos por si organizados. Público.   
  • Um relatório da Agência Europeia de Segurança Alimentar revela quais são as frutas e legumes mais perigosos. As bananas surgem no topo da lista dos alimentos com mais pesticidas, seguido pelas laranjas, as nectarinas, as uvas de mesa, os morangos, peras, pêssegos, maçãs, alfaces, pepinos. RTP.
  • A Greenpeace lançou uma campanha em Espanha pela abolição das embalagens de plástico nas frutas e vegetais nas lojas e supermercados.
  • Vencedores dos prémios Goldman: Makoma Lekalakala e Liz McDaid (África do Sul), líderes de uma coligação contra o acordo nuclear entre a África do Sul e a Rússia; Khanh Nguy Thi (Vietname), empenho na liuta contra o carvão e a favor das energias renováveis; Claire Nouvian (França) ativista contra a sobrepesca, contra a destruição do fundo dos mares por parte dos arrastões, pressionou com sucesso o governo francês para obrigar a cadeia dos supermercados Intermarché a comercializar peixe de capturas sustentáveis; Manny Calonzo (Filipinas) na luta pela abolição de chumbo nas tintas; LeeAnne Walters (EUA) as denúncias da contaminação da água de Flint obrigaram o governo local a tomar medidas e a garantir água segura  e Francia Márquez (Colômbia) liderou uma campanha pelo fim da extração do ouro em La Toma

Reflexão

«E quanto à poluição, vai ser Primeiro a América!». Fonte

A mensagem de Trump no Dia Mundial da Terra foi um excelente exercício da novilíngua orwelliana. 
Sendo um dia para falar na defesa da qualidade do Ambiente, de melhorar a qualidade do ar, da água, da preservação dos recursos e da biodiversidade do Planeta, Trump celebra a destruição do Planeta que está a ser feita pelo seu governo. Como? Afirmando: «Sabemos também que uma economia forte, orientada para o mercado, é essencial para proteger esses recursos. Por isso, o meu governo está empenhado em eliminar regulamentações desnecessárias e prejudiciais que atrofiam o crescimento económico e tornam mais difícil para as comunidades locais prosperar e escolher as melhores soluções para seu Ambiente.»
Trump está precisamente a celebrar a desregulamentação da indústria, com rédea solta para destruir, poluir e contaminar. 

Bico calado

  • «Marcelo Nuno, PR, deu uma entrevista telefónica à jornalista Alexandra Tavares-Teles, na revista Notícias Magazine, suplemento dominical do DN, recordando, ‘como viveu o 25 de Abril’, data que amanhã se celebra. O PR, refere a resposta que deu ao pai, um influente ministro da ditadura, depois de este lhe ter dito que Marcelo Caetano lhe garantira que vinham a caminho de Lisboa tropas fiéis ao governo. Marcelo afirmou: «Disse-lhe o que sabia. ‘Não, pai, não vêm forças nenhumas, não pensem nisso, isto está a correr rapidamente. Acabou.’» E a jornalista perguntou-lhe: «De onde vinha essa certeza?» Marcelo respondeu com aquela candura que usa na intriga e nos afetos: - O António Reis [militante e dirigente político ligado ao PS] tinha-me avisado da proximidade do 25 de Abril com alguma precisão. E embora o meu pai fosse dos membros do governo teoricamente mais bem informados, percebi, naquele momento, que, de facto, estava muito pouco informado. Penso que ele terá transmitido a informação a Marcello Caetano e que este terá respondido: “Esse Marcelo Nuno só traz más notícias. Isso são coisas do contra». (* In Notícias Magazine, 22 de abril de 2018, pág. 20, 3.ª coluna.) Não sei o que mais admirar, se a insensatez do jovem político António Reis, a devoção filial ao ministro fascista ou a maldade da denúncia da Revolução ao governo e a traição à (in)confidência do amigo. Aliás, era interessante saber quando foi «aquele momento», o da indiscrição de António Reis a Marcelo Nuno ou o da delação ao governo, através do [pai] ministro de Caetano. Felizmente, Marcelo Caetano não o levava a sério.» Carlos Esperança, in O que levou Marcelo a denunciar a Revolução? FB.
  • Curar doentes é mau para o negócio, diz a Goldman Sachs. Zap.

domingo, 22 de abril de 2018

12 milhões para limpar linhas de água e reflorestar as margens

Foto: Foto: Mother earthir
  • Os municípios afetados pelos incêndios de 2017 vão receber cerca de 12 milhões de euros para projetos de regularização fluvial. Estas zonas vão poder limpar linhas de água ou reflorestar as margens. RTP.
  • A proprietária de uma exploração de cabras situada na Quinta da Amieira, perto de Abrantes, diz-se desesperada com as descargas de efluentes de uma suinicultura vizinha numa linha de água que passa pela sua propriedade e que quando transborda contamina os pastos em volta. A situação arrasta-se há nove anos e já vários animais morreram contaminados. O pequeno ribeiro para onde são despejados os dejetos atravessa a Quinta da Amieira e vai desaguar ao rio Tejo, entre Barca do Pego e Casal das Mansas. O executivo camarário de Abrantes, de maioria PS, tem dito que o problema não é da sua competência. O Mirante.
  • As autoridades estão a tentar identificar a origem das descargas poluentes realizadas na ribeira das Descobertas, na Carregueira, concelho da Chamusca, nos dias 12 e 13 de Abril. Suspeita-se que a poluição tenha tido origem no Eco Parque do Relvão, situado na freguesia e a população há muito que anda preocupada com os riscos de poluição na zona. O Mirante.
  • Uma enorme mancha escura foi avistada no rio Tâmega, no Marco de Canaveses. Os sinais de aparente poluição são provenientes do afluente Odres, que desagua no Tâmega próximo da ponte de caminho-de-ferro. JN.
  • A Europa não tem conseguido controlar o contrabando de lixo eletrónico tóxico enviado em carros usados com destino à Nigéria, revela um estudo da United Nations University.

Bico calado – O outro lado da indústria do voluntariado solidário

Foto: Ronald Wittek/EPA
  • A indústria do voluntariado solidário funciona segundo a ideologia colonialista, escreve Lynne Jones, na Aeon. Os reais destinatários da ajuda são explorados, marginalizados e, pior, os esforços para melhorar as suas próprias condições são anulados, e até mesmo bloqueados pelas ONGs que alegam estar a ajudá-los. «Durante 25 anos trabalhei como voluntária solidária para instituições que, defendendo a retórica da capacitação dos beneficiários e ouvindo as suas vozes, marginalizam, excluem e enfraquecem aqueles que querem ajudar. O esforço de ajuda após o terremoto de 2010 no Haiti é um bom exemplo de como essas estruturas funcionam. Passei seis meses no primeiro semestre de 2010 estabelecendo e executando um programa de saúde mental enquanto trabalhava para uma grande ONG internacional. Eu vivia com outros voluntários numa bela vivenda com piscina e jardim, enquanto os meus colegas haitianos viviam em tendas. A minha situação fez-me tomar consciência da semelhança entre o projeto em que estávamos envolvidos e as suas raízes imperiais. Em Império da Humanidade (2011), Michael Barnett, um historiador de assuntos humanitários, critica a minha geração de atores humanitários por não conseguir ver dois aspetos importantes e relacionados com o nosso trabalho. Em primeiro lugar, que transformamos a compaixão num símbolo de status que alimenta o sofrimento e, de facto, exige que ele exista continuamente, para que os agentes humanitários possam sentir-se bem consigo próprios. Em segundo lugar, não reconhecemos o grau em que uma ordem humanitária cada vez mais profissionalizada, centralizada e burocratizada está a enfraquecer aqueles que afirma ajudar e a reproduzir os hábitos paternalistas dos nossos antepassados imperiais: todos aqueles missionários empenhados em acabar com a escravatura e iluminar os nativos, enquanto confia no estado colonial para os proteger. Trabalhei com extraordinários profissionais haitianos - médicos, enfermeiros e psicólogos -, mas foi o meu colega ocidental ou eu que íamos às principais reuniões de coordenação. Além dos representantes do governo haitiano, pouquíssimos haitianos eram vistos nesses locais. Os grupos locais de autoajuda e associações de bairro não tinham conhecimentos, transporte ou credenciais para chegar à sede local da ONU. Sacerdotes, pastores e herboristas, a quem a grande maioria dos haitianos recorria para pedir ajuda, não eram convidados. Em julho, cerca de 60 ONGs elegeram uma comissão para garantir uma melhor coordenação, mas nenhuma agência haitiana foi incluída. Em Moçambique, em 2013, trabalhei para uma agência na qual os voluntários  solidários, bem pagos, se dirigiam a aldeias remotas para pedir aos agricultores pobres que disponibilizassem gratuitamente e oferecessem o seu tempo, também gratuitamente, para gerirem infantários. Quando sugeri pedir financiamento ao Banco Mundial para salários locais, responderam-me que isso era insustentável, embora, aparentemente, esse não fosse um problema para a complexa burocracia de ONGs e funcionários do governo que administravam a ajuda. Na Grécia, em 2016, colaborei com um pequeno grupo auto-organizado de refugiados que queria fornecer serviços psicossociais às famílias de um acampamento. Testemunhei que a ONG internacional encarregada do acampamento fazia todos os possíveis para os marginalizar e enfraquecer, rasgando os seus cartazes feitos à mão, proibindo que usassem jaquetas com um logotipo, impondo uma ONG internacional para administrar a escola que eles tinham iniciado. No entanto, era o grupo de refugiados que organizava voluntariamente as limpezas regulares de lixo e os espaços de convivência comunitários que desanuviaram os conflitos interétnicos que ocorriam noutros campos; era a este grupo de refugiados que recorriam as mulheres que precisavam de proteção à noite. A equipa internacional não estava disponível, tinha ido dormir para o conforto das suas casas. Se levamos a sério a não exploração dos mais vulneráveis, temos que os capacitar. Não se trata apenas de trabalhar em colaboração com os homólogos do governo, mas de dar poder diretamente aos mais afetados. Que tal desenvolver mecanismos para colocar todo esse dinheiro de ajuda diretamente nas mãos das vítimas e deixá-las decidir exatamente como deve ser gasto? Eles não mais precisarão se vender a si mesmos ou os seus filhos…»
  • «(…) O projecto «Joãozinho», lançado em 2009 pelo então Presidente do Conselho de Administração (CA) do Hospital S. João, Prof. António Ferreira, (…) começou a angariar fundos mobilizando figuras públicas e anúncios na TV. O projecto passou a associação em 2014, tendo sido convidado pelo CA do S. João para a sua presidência o economista e conhecido especulador financeiro, Pedro Arroja. No entanto, ao fim desses cinco anos, as dádivas totalizavam perto de um milhão de euros, verba claramente insuficiente para financiar os custos da nova construção avaliados em 25 milhões de euros. Pedro Arroja (…) reuniu com o Presidente do CA do Hospital S. João e com o CEO do Continente, engenheiro Luís Moutinho, e todos acordaram um espantoso negócio já bastante distanciado da desinteressada caridade: o Continente fazia um supermercado num terreno, junto à nova ala pediátrica, «gratuitamente» cedido durante 50 anos pelo hospital, contribuindo em troca com cerca de 15 milhões ao longo desses 50 anos (300 mil por ano). O Estado, pelo seu lado, aprovaria uma lei para isentar o projecto da totalidade do IVA (5 milhões). Assim se faria o novo edifício sem que fosse necessário «um cêntimo de dinheiro público», nas palavras de Pedro Arroja, convenientemente esquecido da «dádiva» do terreno do hospital (que apenas estava concedido à «Joãozinho» por três anos), e dos cinco milhões de IVA que deixariam de entrar nos cofres do Estado. (…) com o apoio do CA do Hospital S. João mas sem o dinheiro nem as licenças necessárias, o homem decidiu começar de imediato as obras. Dessa forma, com pompa e circunstância, em Março de 2015, o então Primeiro-Ministro Passos Coelho lançou a primeira pedra da nova ala pediátrica, dando início a demolições preparatórias que acabaram por ser suspensas em Dezembro de 2015 e definitivamente paradas pela actual administração do S. João em Março de 2016, considerando o «desfasamento entre as verbas angariadas e o orçamento total da obra». E assim tudo acabou num imbróglio sem se perceber o que vai acontecer (ou o que aconteceu) ao dinheiro dos dadores, enquanto a Pediatria do S. João continua «provisoriamente» (mal) instalada em pré-fabricados, e «revoltado» Pedro Arroja diz que vai fazer queixa ao Presidente Marcelo. Este delirante processo e o convite que a antiga administração do hospital fez a Pedro Arroja para presidir ao «Joãozinho», levantam as maiores interrogações sobre a credibilidade e motivação de toda esta gente em verdadeiramente beneficiar as crianças doentes. Porque bastava conhecer a entrevista dada pelo presidente da «Joãozinho» à jornalista Fernanda Câncio, numa Grande Reportagem no início dos anos 90 (referida no jornal i de 9-12-2015), para se ficar a saber que o homem – para além de algumas brilhantes reflexões humanistas como considerar que os pretos trabalham menos porque gostam muito de sexo e achar que se devia poder vender o voto, «poderá vendê-lo a alguém que queira votar várias vezes. Já viu quantos pobrezinhos ficavam beneficiados?» – tem a admirável sensibilidade de defender o fim da legislação que impede o trabalho infantil e institui o ensino obrigatório, porque "se a criança vai ou não trabalhar, é com os pais". E para quem se afirma preocupado com as crianças, está tudo dito (…).» Jorge Seabra, in Fundações – caridade e hipocrisia à nossa custa? - Abril Abril.
  • O Irão decidiu abandonar o dólar como moeda de referência de negócios internacionais e adotar o euro, conta a Reuters.
  • Trump quer Gina Haspel para diretora da CIA. GH foi responsável pelo famigerado programa de tortura por água depois do 11 de setembro, tendo ordenado a destruição de 92 gravações dessas torturas em 2005. AP.

sábado, 21 de abril de 2018

Bélgica anuncia a duplicação da sua capacidade de energia eólica offshore

Foto: Sergei Gapon/AFP/Getty Images
  • A Endesa diz ter detetado 186 casos diários de fraude elétrica em 2017. Curiosamente, a maior parte das fraudes detetadas foram cometidas por grandes consumidores, isto é, por empresas industriais e de serviços, negócios e particulares com consumos elevados. A empresa diz ter aumentado as inspeções e desenvolvido novas tecnologias e ferramentas para combater a fraude. A Endesa, que é subsidiária da italiana Enel, destaca os videoscópios e rastreadores, que permitem inspecionar instalações subterrâneas, embutidas em paredes ou inacessíveis a olho nu, para detetar possíveis manipulações. Salienta ainda as ferramentas de análise de dados em massa que permitem agrupar os dados históricos de consumo e contrato das instalações nas quais os algoritmos de cálculo são aplicados para identificar possíveis fraudes. Energias Renovables.
  • A designer Stella McCartney diz, entrevistada pela BBC, que a moda é uma indústria medieval que produz uma montanha de lixo.
  • A Bélgica anunciou a duplicação da sua capacidade de energia eólica offshore até 2030, altura em que abandonará a produção de energia nuclear. Reuters.
  • Apesar da política de Trump contra as renováveis, as eólicas registaram progressos significativos em 4 estados de maioria republicana. 30% da energia consumida no Iowa, no Kansas, em Oklahoma e na Dakota do Sul é produzida pelas eólicas. Inside Climate News.
  • Em 2015 a Monsanto processou a Califórnia por aquele estado querer rotular o seu herbicida Roundup como cancerígeno, segundo, aliás as conclusões da própria Organização Mundial de Saúde. Os tribunais acabam de dar razão à Califórnia. A Monsanto soma mais uma derrota. Sustainable Pulse.
  • Pelo menos 45% das barragens no Brasil funcionam de forma irregular e sem autorização, admite a Agência Nacional de Águas. São 10.330 barragens sem concessão ou licença num total de 22.920, o que dificulta a fiscalização e a monitorização. EcoDebate.

Mão pesada

A Severn Trent Water Limited foi multada em 68 mil libras por descarga de hidróxido de sódio da sua estação de tratamento de água de Ogston para o rio Amber, provocando a morte de 30 mil peixes. GovUK.

Bico calado – A música dos Capacetes Brancos

  • Durante um concerto em Barcelona em 13 de abril, Roger Waters denunciou os Capacetes Brancos como sendo «uma organização falsa que existe apenas para criar propaganda a favor de jihadistas e terroristas». Advertindo que as alegações não verificadas dos grupos sobre ataques de armas químicas em territórios controlados por rebeldes pretendiam provocar a intervenção militar ocidental, Waters advertiu o seu público: «Se nós escutássemos a propaganda dos Capacetes Brancos e outros, encorajaríamos os nossos governos a começar a lançar bombas sobre o povo sírio. Isso seria um erro de proporções monumentais para nós como seres humanos». Na véspera do concerto, Roger Waters tinha sido abordado por um fotojornalista francês chamado Pascal Hanrion para apoiar os Capacetes Brancos, exigindo juntar-se ao músico no palco e aí transmitir a sua mensagem em nome das «crianças da Síria». Acontece que em julho de 2016, este mesmo Pascal Hanrion participou numa espécie de maratona nos alpes suíços envergando um capacete branco que disse ter sido uma prenda de um voluntário baseado em Jisr al-Shugour, na província de Idlib controlada pela Al Qaeda. Por isso, Roger Waters não foi na conversa e, no concerto de Barcelona, denunciou o esquema e apelou ao público para desmontar todo o atual muro de narrativas bélicas: «O que devemos fazer é convencer os nossos governos a não despejar bombas sobre as pessoas. Pelo menos até termos feito toda a pesquisa necessária para termos uma ideia clara do que realmente está a acontecer. Porque vivemos no mundo em que a propaganda parece ser mais importante do que a realidade». Já em outubro de 2016 Roger Waters tinha sido abordado, em nome do Corniche Group, pela The Syria Campaign, a empresa de relações públicas dos Capacetes Brancos, convidando-o para um jantar de luxo organizado por Hani Farsi, o milionário saudita-britânico do petróleo, onde poderia subscrever a missão dos Capacetes Brancos para ajudar a «divulgar as vozes dos heróis pacíficos da Síria». Mint Press.
  • Os Capacetes Brancos da Síria e a guerra de propaganda, por José Pedro Teixeira Fernandes Público 20abr2018.
  • A associação de alunos do Barnard College, uma prestifiada instituição de ensino de artes de New York, votou maiaoritariamente a favor do desinvestimento de 8 empresas (Hyundai Heavy Industries, Caterpillar, Lockheed Martin, Boeing, Elbit Systems, Hewlett Packard Enterprise, Bank Hapoalim, Mekorot) que são cúmplices da ocupação israelita da Palestina e disso beneficiam. MEM.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Portugal vence Fossil Fuel Subsidy Awards

Vale do Rio Alvoco. Foto: Portugal em caminhadas.
  • A associação Amigos do Cáster criticou os estragos causados nos recursos naturais da zona costeira de Ovar pelas obras de defesa costeira em curso, incluindo a destruição por máquinas das dunas primárias consolidadas. Carlos Ramos diz que o problema se refere às intervenções a norte e a sul da praia do Furadouro e acrescenta que dirigiu as denúncias à Agência Portuguesa do Ambiente, à Câmara Municipal de Ovar e ao Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR. O dirigente da associação critica ainda o abandono, no topo da duna, de vários conjuntos de caixas plásticas identificadas como sendo as de mudas de estorno (‘Ammophila arenaria’) utilizadas nas plantações efetuadas. «Além do mau exemplo dado, o abandono das caixas plásticas no terreno constitui um grande desleixo e uma fonte de poluição por plásticos; a falta de cuidado e o desperdício com as mudas de estorno é literalmente atirar ao mar o dinheiro dos contribuintes», acrescentou. DN. O presidente da Câmara, Salvador Malheiro (PSD), lamenta a atitude da Associação dos Amigos do Caster que revela «algum fanatismo em torno da questão da preservação ambiental», descurando completamente outros vectores da sustentabilidade, designadamente o social e o económico».
  • «Recuperar solos contaminados através da aplicação controlada de plantas associadas a microrganismos e fungos (fitotecnologias) é a proposta da iniciativa internacional PhytoSUDOE. Esta abordagem preconiza um aumento microbiano e da biodiversidade de plantas do solo, ajudando a recuperar a sua funcionalidade. A Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Católica no Porto, em parceria com o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), integra o projeto e tem estado nas Minas da Borralha, em Montalegre, a aplicar fitotecnologias para atenuar os efeitos nefastos da extração de volfrâmio. Os microrganismos, como bactérias e fungos, ajudam no estabelecimento e crescimento das plantas em locais com contaminação por metais provenientes de minas antigas ou por contaminação industrial. The UniPlanet.
  • Portugal recebeu a medalha de ouro dos Fossil Fuel Subsidy Awards por autorizar prospeções de petróleo no Alentejo. A medalha de prata foi para a Polónia, pelos apoios concedidos a centrais a carvão. A Espanha mereceu o a medalha de bronze por bloquear o encerramento da central térmica de Es Murterar e dificultar o desenvolvimento das energias renováveis em Mallorca. O certame é organizado pela Climate Action Network. Energias Renovables.
  • Nos EUA, entre 2009 e 2014, a cobertura de árvores em zonas urbanas diminuiu 0,7%, o que corresponde a 36 milhões de árvores, conclui o estudo coordenado por  Dave Nowak e Eric Greenfield da USDA Forest Service's Northern Research Station. O estado de Rhode Island liderou essa perda. As árvores melhoram a qualidade do ar e da água, reduzem os custos de energia no verão arrefecendo as casas, reduzem o ruído, mitigam o escoamento e as cheias e melhoram a saúde e o bem-estar humanos. Calculam-se em 18 biliões de dólares os benefícios anuais derivados das florestas urbanas dos EUA devido à remoção da poluição do ar, ao sequestro de carbono e à redução do uso de energia dos edifícios. Science Daily.
  • Nos EUA, a dinâmica dos processos judiciais contra as petrolíferas pela sua responsabilidade nos impactos negativos das alterações climáticas deixou de se focar em zonas costeiras, estando agora a avançar para localidades do interior do país, reporta o NYTimes.
  • O Ministério Público Federal no Amapá recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que indefira a licença para exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, solicitada pela Total E&P do Brasil, por considerar o Estudo de Impacto Ambiental feito na região insuficiente. EcoDebate.

Memórias curtas

  • 20abr2016 - A Quercus avançou com uma ação judicial para cancelar as obras no espaço do festival Marés Vivas, que decorrem junto à Reserva Natural, no Vale de Sampaio, no Estuário do Douro.

Bico calado

Foto: Klaus-Dietmar Gabbert/AFP/Getty Images
  • No telejornal da RTP1 de 19 de abril de 2016, José Rodrigues dos Santos (JRS) proclamou, ao minuto 35:26: «Cuba prepara-se para um novo ditador» (sic). Oito minutos mais tarde, precisamente ao minuto 43:35, JRS anunciou a sucessão de Raul Castro em Cuba da seguinte maneira: «O novo ditador deverá ser o até agora vice-presidente…». Não foi na qualidade de comentador ou entrevistado que JRS usou o termo «ditador». Fê-lo na condição de jornalista que comunica uma notícia num canal de uma televisão pública, estatal, paga com os impostos de todos os portugueses. O uso abusivo da palavra «ditador», a sua repetição arrogante, ultrapassa o bom senso, o bom gosto e o rigor que deve ser posto na comunicação de notícias. Afinal, JRS não costuma referir-se nesses termos a dirigentes que, também eles, são notoriamente ditadores ou assumem com frequência atitudes ditatoriais.
  • O Presidente da República discursou nas Cortes Gerais, em Madrid. No final da sessão, os parlamentares independentistas catalães levantaram-se, aplaudiram a intervenção de Marcelo e logo a seguir começaram a cantar a "Grândola, Vila Morena" (no vídeo ao minuto 47). Via DN.
  • Os principais ingredientes do gás sarin (fosfato de dimetilo (DMP), trimetil fosfato (TMP) e hexamina) foram vendidos por empresas britânicas na década de 1980, garante a Síria à Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons (OPCW), conta a BBC.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Lisboa finalista na corrida ao título de Capital Europeia Verde de 2020

  • Houtouwan, uma aldeia piscatória na ilha chinesa de Shengshan está abandonada desde a década de 1990. Devido ao aumento da concorrência com a vizinha Xangai e ao esgotamento das reservas de pesca, os moradores foram forçados a encontrar trabalho noutros lados, deixando a sua aldeia costeira ao capricho da Mãe Natureza.
  • Lisboa é novamente finalista na corrida ao título de Capital Europeia Verde de 2020. A capital portuguesa disputa o título com Gent (Bélgica) e Lahti (Finlândia). TVI24.

Mão pesada

Um agricultor de Shropshire foi multado em 36 mil libras por extração de água de um furo sem a devida licença. GovUK.

Bico calado – O grande filme dos Capacetes Brancos

Subsídios recebidos pelos Capacetes Brancos, reportados a outubro de 2016.
Info captada aqui.

Capacetes Brancos homenageados em Fafe pedem mais firmeza à ONU para evitar novo desastre humanitário.
Já em 5 de março passado, o restaurante Mezze disponibilizou-se para cenário de angariação de fundos para os Capacetes Brancos

Este súbito movimento de apoio aos Capacetes Brancos é muito estranho. Em março de 2017, o Guardian levantava uma ponta do véu que sobre o bilião de libras concedido pelo britânico Conflict, Stability and Security Fund, sublinhando que esse orçamento era tão secreto que só um restrito número de deputados britânicos conhecia a lista completa dos 40 países onde esse dinheiro era «investido». 

Sabe-se hoje que, para além do apoio inicial do United Kingdom Foreign and Commonwealth Office e posteriormente do Conflict, Stability and Security Fund e do Hero Fund, os Capacetes Brancos recebem muito apoio da USAID e da norte-americana Chemonics, do canadiano Peace and Stabilization Operations Program, do governo dinamarquês, do governo alemão, do ministério dos Negócios Estrangeiros da Holanda e da Nova Zelândia e da Japan International Cooperation Agency.

Os Capacetes Brancos estão, pois, longe de ser aquela ONG independente que agrega voluntários empenhados em salvar vidas e fortalecer as comunidades sírias. Para além de se conhecer os fortes apoios internacionais que recebem, eles trabalham de mãos dadas com a Nusra Front, a al-Qaeda síria, com quem partilham as suas bases

Até mesmo médicos suecos  denunciaram os Capacetes Brancos por más práticas médicas e abuso de crianças com objetivos de propaganda. 
Os Capacetes brancos são uma poderosa máquina de propaganda muito bem oleada por porta-vozes dos grandes media de referência, diz John Pilger

E o prémio foi o Óscar que lhes atribuíram em 2017 por um documentário propagandístico que dizem ter feito. Curiosamente, o seu chefe Raed Saleh, faltou à cerimónia da atribuição do prémio por não ter conseguido o visto de entrada nos EUA por alegadas ligações a grupos extremistas.
Entretanto, vários vídeo clips e fotografias mostram membros dos Capacetes Brancos marchando sobre cadáveres de forças governamentais sírias e agitando bandeiras de organizações terroristas. Além disso, uma análise, nas redes sociais, aos perfis de 65 figuras ligadas aos Capacetes Brancos detetou numerosos postes de apoio ao ISIS, Jabhat al-Nusra, Ahrar al-Sham e outras organizações terroristas. Aconteceu até que um vídeo divulgado pelos media de referência mostrando um rapaz «sírio» resgatando a irmã sob fogo de atirador furtivo não passava de uma fraude produzida em Malta por uma equipa norueguesa que garantiu tê-lo feito «para ver a reação dos media».

E há ainda o devastador artigo que Philip Giraldi, ex especialista da CIA em contra terrorismo e funcionário da secreta militar, publicou em julho de 2017: «A Fraude dos Capacetes Brancos». 

Refira-se que os Capacetes Brancos foram criados em 2013, na Turquia, por James Le Mesurier, um ex-funcionário da secreta militar britânica, que, na altura, tratava de um contrato para os governos do Reino Unido e dos EUA. Foi esta estória que o próprio Le Mesurier contou numa conferência em Lisboa em 26 de junho de 2015.


quarta-feira, 18 de abril de 2018

Mar galgou a terra em Esmoriz e Furadouro


Em Espinho, o mar foi muito benevolente na tarde de ontem. Embora tenha fustigado o esporão da praia da Baía e se tenha espraiado pelos areais a norte, proporcionou uma tarde para a juventude exibir umbigos e ombros sequiosos de sol.

A sul, o cenário foi totalmente diferente. O mar galgou a terra em Esmoriz, 


e a Câmara Municipal de Ovar teve que mandar avançar máquinas para tapar brechas abertas no enrocamento junto ao bar do “Albano”, na praia do Furadouro.

Espanha continua a apoiar a produção de óleo de palma

Rabo de Peixe, S. Miguel-Açores. Foto: Rui Soares.
  • A Espanha, ao contrário de Portugal, Holanda e outros países, não vai subscrever uma proposta do Parlamento Europeu para deixar se usar o óleo de palma no biodiesel por não o considerar uma energia renovável. Está provado que a produção de óleo de palma provoca enormes emissões de dióxido de carbono, deslocaliza populações nativas e destrói a biodiversidade. Ecologistas en Acción.
  • Centenas de barris com resíduos nucleares de uma instalação de armazenagem provisória na cidade de Leese, no estado alemão da Baixa Saxónia, têm de ser examinados quanto ao risco de derrame. DW.
  • A ministra alemã da Agricultura, Julia Kloeckner, informou que está a concluir um projeto de regulamentação para acabar com o uso do herbicida glifosato em jardins, parques e instalações desportivas, e estabelecer limites máximos para a sua aplicação na agricultura. Reuters.
  • Desenvolvida enzima que "come" garrafas de plástico, conta a RTP. Fixe! Afinal eles podem continuar a inundar o mundo de plástico que não faz mal, haverá sempre uma enzima à sua espera. As petrolíferas agradecem.
  • Nazildo dos Santos Brito, ativista contra a produção de óleo de palma, é a terceira vítima mortal em 4 semanas com o aumento dos conflitos por terra no estado do Pará, Brasil. The Guardian.
  • A venda de baterias para armazenamento de energias renováveis disparou em todo o mundo, revela a consultora multinacional IHS Markit. Energías Renovables.

Bico calado

  • Mark Taliano, de Damasco: o ataque com armas químicas não aconteceu. Foi um «hoax/false flag usado como pretexto para uma escalada de crimes de guerra na Síria. A apresentação dramatizada incluiu a filmagem de “vítimas” num hospital local, para onde foram lavadas para serem “descontaminadas”. Os moradores da zona garantem que foram aterrorizados pelos terroristas ocupantes, não pelo presidente Assad, que eles apoiam. OAN. Via Global Research.
  • «Há anos que Israel abastece regularmente rebeldes sírios perto da sua fronteira com dinheiro, comida, combustível e apoios médicos, um envolvimento secreto na guerra civil do país inimigo, com o objetivo de implantar uma zona-tampão povoada por forças amigas. O exército israelita está em comunicação regular com grupos rebeldes e a sua assistência inclui pagamentos não revelados a comandantes que ajudam a pagar salários de combatentes e comprar munição e armas, segundo entrevistas com alguns combatentes sírios. Israel estabeleceu uma unidade militar que supervisiona o apoio na Síria - um país com quem tem estado em guerra há décadas - e reservou um orçamento específico para a ajuda, disse uma pessoa familiarizada com as operações israelitas.» (sic) Rory Jones in The Wall Street Journal de 18jun2017. Também no Independent, no Times of Israel, no Haaretz, e na insuspeita Newsweek.
  • «E foi preciso uma pequena estação de rádio irlandesa para entrevistar Robert Fisk em Douma, e com tantos media grandes e de referência por lá. Pior foi ver Richard Hall (BBC), Dan Hodges (Mail) e Brian Whitaker (Guardian) criticarem-no a partir dos seus sofás confortáveis. Mas a parte mais importante da reportagem de Fisk não foi o levantar de enormes dúvidas acerca da veracidade do alegado ataque com armas químicas. A parte mais importante da sua reportagem são as provas concludentes de que os Capacetes Brancos fazem parte das fações jidaistas que o Ocidente tem armado, financiado, treinado, aconselhado e apoiado, ao lado da Arábia Saudita e IsraelCraig Murray.
  • Macron, Sr. Pequeno Napoleão, disse Marisa Matias no Parlamento Europeu.
  • 7 mil pares de sapatos cobrem a relva do Capitólio em homenagem às crianças abatidas a tiro desde o massacre da escola primária de Sandy Hook, no Connecticut, em 14 de dezembro de 2012. Como as matanças têm sido limpinhas, feitas com armas vendidas legalmente, seria impossível vermos Theresa May, Boris Johnson e Emmanuel Macron atacar os EUA com bombas e mísseis para os castigar por causa destas matanças de crianças.
  • O embaixador de Israel nas Nações Unidas faz neste momento o trabalho de cicerone a 40 colegas (Sérvia, Jamaica, Bósnia-Herzegovina, Hungria, Libéria, Ucrânia, Uganda, Eslovénia, Malta, Moçambique e Etiópia) na véspera do dia da independência e que marca a expulsão de cerca de um milhão de Palestinianos para dar lugar a Israel. MEM.
  • «O caso Skripall teve um desenvolvimento inesperado. Tanto o laboratório militar de Porton Down como a OPCW (Organização para a Proibição da Armas Químicas, na sigla em inglês) não conseguiram identificar o agente químico usado na tentativa de envenenamento de Sergei Skripall e da sua filha Youlia. A OPCW enviou as amostras que Londres lhe tinha facultado para o laboratório suiço Spiez, laboratório que é referência mundial nos estudos técnico-cientificos das ameaças derivadas de acidentes nucleares, biológicos e químicos. O agente químico foi identificado como BZ, nunca produzido na União Soviética ou na Rússia. Quem o produz são os Estados Unidos da América e o Reino Unido e quem os usou ou usa os países da NATO. A OPCW já noticiou qual o agente químico utilizado, ocultando quem o produz e quem o detém o que, no mínimo, é pouco sério. O que dirão agora Theresa May e Boris Johnson, depois de tantas certezas e da guerra diplomática que desencadearam? Que dirão Trump e Macron? E os outros países que tão pressurosamente alinharam com as teses desses farsantes? E os media sempre tão apressados a ribombar tambores com as diatribes dessa gente? (…).» Manuel Augusto Araújo, in A grande farsa Praça do Bocage.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Celtejo intimada a reduzir em 52% o despejo de efluentes no rio Tejo

Menhir dos Três Irmãos, Serra da Freitaa
  • A fábrica de papel Celtejo, de Vila Velha de Ródão, vai ser obrigada a reduzir em 52% a carga poluente que despeja no rio Tejo. Público.
  • O governo-sombra de Rui Rio para o Ambiente foi instalado em Aveiro. Ana Isabel Miranda é a coordenadora e Salvador Malheiro é o porta-voz. Ovar News.
  • Trump pediu ao ministério do Ambiente dos EUA para aligeirar as restrições a empresas e governos estaduais que mostraram ter feito esforços para reduzirem os níveis de poluição. LATimes.
  • Em Los Angeles, pintar o piso de ruas tem reduzido o impacto das ilhas de calor. A solução é cara, mas os resultados são benéficos, dizem os vizinhos. MNN.
  • O rio Mississippi esteve encerrado ao tráfego de barcos numa extensão de 16 km na sequência de um derrame de gasóleo de um barco que chocou com um cais perto de New Orleans. Reuters.

Memórias curtas

Foto: Chris Van Wyk/ZSL/PA

Mão pesada para a Centroliva

A Centroliva foi condenada a pagar uma coima de 300 mil euros e a encerrar a atividade durante três anos. Em causa estão descargas de águas residuais para a Ribeira do Lucriz, afluente do rio Tejo, em Vila Velha de Ródão. RTP.

Bico calado

Foto: Himanshu Sharma/AFP/Getty Images

«(…) O país encontra no futebol a sua fábrica de irrelevância e distracção barata, e também uma cultura de violência consentida e sobre a qual há enorme complacência. Não é bom. Mas encontra uma outra coisa mais séria — uma comunicação social em crise que se agarra ao futebol como tábua de salvação, varrendo todos os outros interesses, todas as outras preocupações, todos os outros temas. É bom para o poder, é mau para as pessoas e é péssimo para a comunicação social cuja degradação se acentua à medida que a tabloidização cresce e as notícias e o jornalismo perdem relevância.(…)» José Pacheco Pereira, in Perguntas que não levam a parte nenhuma por causa das respostas - Pùblico 15abr2018.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Ovar: dunas primárias arrasadas a norte do Furadouro

  • Dunas primárias estão a ser destruídas na zona norte da praia do Furadouro, denuncia Sisandra Sousa. A decisão e a operação são incompreensíveis, tendo em conta que ainda há poucos anos, um passadiço foi lá implantado para proteger o cordão dunar, impedindo o pisoteio e permitindo a formação e crescimento de novas dunas. «O passadiço cumpriu a sua função, as pessoas respeitaram as regras e assim dunas novas se formaram, foram crescendo e até nalguns locais soterrando parcialmente o passadiço. Assim nasceu esta duna, que já com algum grau de consolidação pela presença de vegetação, foi destruída!» lamenta Sisandra Sousa. 
  • Portugal concorre com um projeto para os Prémios Natura 2000 anualmente concedidos pela Comissão Europeia e que, na sua categoria de prémio Cidadão, é eleito por voto popular.  VOTE ATÉ 22 DE ABRIL, domingo. O projeto educativo “Escola da Natureza”, promovido pelo CMIA de Viana do Castelo, mereceu o destaque do programa “Biosfera”, da RTP2. Neste programa foram apresentados três exemplos de projetos educativos onde a Natureza é uma escola! Durante o ano letivo 2016/2017 foram inúmeras as iniciativas levadas a cabo no âmbito deste projeto: saídas de campo aos ecossistemas naturais (praia rochosa, sistemas dunares, ecossistemas ribeirinhos e Parque Ecológico Urbano), visitas de estudo aos municípios parceiros, atividades de formação para professores em diversas áreas (formação creditada), etc. Mais informação aqui.


Foto: Raimundo Quintal 9abr2018.

  • A erosão costeira atinge a ilha de Porto Santo.



Suécia avança com projeto pioneiro de carregamento de veículos elétricos

Foto: Stuart Pimm/NG.
  • Cerca de 2 km de trilhos elétricos foram embutidos numa estrada perto de Estocolmo para carregamento de veículos. Neste projeto pioneiro a nível mundial, a estrada eletrificada é dividida em seções de 50m, com uma seção individual alimentada somente quando um veículo se encontra por cima dela. Quando o veículo pára, a corrente é desligada. O sistema é capaz de calcular o consumo de energia do veículo, o que permite que os custos de eletricidade sejam debitados por veículo e utente. Este «carregamento dinâmico», ao contrário do uso de postos de carregamento na estrada, significa que as baterias do veículo podem ser mais pequenas e a sua produção também ser mais barata. Embora 1 km custe 1 milhão de euros, o custo da eletrificação é 50 vezes inferior ao necessário para construir uma tradicional linha de elétrico urbano. The Guardian.
  • O governo da Nova Zelândia não concederá novas licenças de exploração de petróleo em alto-mar, o que foi saudado por grupos ambientalistas como uma vitória histórica na luta contra as alterações climáticas. The Guardian.
  • O milionário indonésio Anthoni Salim é acusado de usar empresas de fachada para desmatar floresta para produzir óleo de palma. O mais recente crime ambiental levado a cabo por empresa da sua responsabilidade foi a destruição de uma zona húmida de turfa em Borneo. Todas estas operações causaram tanto impacto que até mesmo o mui insuspeito Citigroup  anunciou que cancelou todos os acordos de empréstimo com a IndoAgri, o braço de agronegócios do Grupo Salim. O Grupo Salim já tinha sido acusado de estar por trás de quatro empresas na vanguarda da expansão ilegal de dendezeiros na região de Papua, na Indonésia, empregando uma complexa rede de diretorias compartilhadas e empresas offshore para ofuscar as suas responsabilidades. Mongabay.

Mão pesada

Um agricultor de Northumberland foi multado em cerca de 23 mil libras por poluir o rio Till, um curso de água protegido. GovUK.

Bico calado

Foto: 馬薈阜
  • «(…) o nuestro hermano chefe é um  saudosista de Franco. Não respeita as regras da democracia e pediu aos juízes e a um Rei Pasmado que o ajudassem a perverter o espírito democrático. Ignorando o resultado de eleicões livres e democráticas, cujo resultado não lhe agradou, Rajoy  começou por mandar a polícia espancar os catalães e agora, com a preciosa ajuda de uns juizes jarretas, tão fascistas quanto ele, manda prender todos os catalães que rejeitam a vergasta de Madrid. Mas se  o país de "nuestroshermanos" é um fora da Lei, que dizer do nosso irmão Brasil? Por ali há muita alegria, muito samba, mas pouca cabecinha e nenhuma vergonha. Os juizes fazem política e os generais,saudosos dos tempos em que detinham o poder,  dão-se ao luxo de  ameaçar os juizes se não decidirem de acordo com a sua vontade. Temer é uma marioneta colocada no Palácio do Planalto para garantir que os muitos milhões de brasileiros que Lula tirou da miséria voltem à pobreza para servirem de escravos a uma elite pirosa que  enriqueceu à margem da Lei e a uma classe média que gosta de se dar ares.  A justiça  é incapaz de o  julgar, com medo das represálias executadas por jagunços. (…)»  Carlos Barbosa de Oliveira, in Uma família da TretaCrónicas do rochedo.
  • Morreram 257 pessoas, entre os quais militantes da Frente Polisário, em queda de avião militar, num dos acidentes de aviação mais mortais de sempre. Iam mais de 250 pessoas a bordo. Fantástico: considerado um dos acidentes de aviação mais mortais de sempre e os media de referência não desenvolvem. Por outro lado, o afogamento de 2 austríacos na praia do Meco tem dado que falar nas TVs portugueses desde segunda-feira passada. 
  • A Federação Internacional de Jornalistas acusou o governo israelita de «fabricar mentiras para justificar o assassínio», a propósito da morte de Yasser Murtaja, jornalista palestiniano abatido a tiro por tropas israelitas em 6 de abril

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Murtosa insatisfeita com dragagem de canais da Ria

Imagem colhida aqui.
  • presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Joaquim Baptista, mostra-se crítico da dragagem prevista para a Ria e que o Ministério do Ambiente prevê iniciar em Maio. Em entrevista ao Diário de Aveiro, o autarca murtosense, considera que «dragar canais de navegação sem acautelar as estruturas económicas adjacentes não resulta em nenhuma actividade económica. Com o devido respeito, mas fazer uma obra para ver os barcos a subir até à ponte da Varela e depois vê-los descer porque não têm qualquer possibilidade de ancorar nem na Torreira, nem em sítio nenhum, porque apenas o canal principal está navegável, deixa-me preocupado. (…) a dragagem vai intensificar os caudais que entram e saem dos canais principais e aumentar o chamado prisma de maré, ou seja, o diferencial entre as marés baixas e altas». Todos têm saudades da Ria da década de 50 em que havia uma diferença de 1,5 metros entre a maré alta e a baixa. «Não tínhamos tanta água na maré alta, mas tínhamos muito mais água na maré baixa. E isso é que permitia que tivéssemos um espelho de água que permitia a realização de regatas, por exemplo». Só poderá haver actividade marítimo-turística se houver possibilidade de ligar canais ao canal principal. «Ora, isso não é possível no actual esquema. Porque o aprofundamento do canal principal vai fazer com que cada vez menos tempo as zonas adjacentes tenham água, porque esta concentra-se no canal principal muito mais tempo», conclui. Ovar News.
  • Drops Roof é uma cobertura captadora de água desenvolvida por Elisabet González Castro, em Barcelona. Este sistema de placas, que se instala na cobertura dos edifícios, combina três técnicas de captação: a destilação diária, a captação do orvalho noturno e a captação da chuva, satisfazendo a procura de água da casa para seu uso e doméstico. Permite também reciclar as águas sujas. Estima-se que o investimento seja compensado em 4 anos. As placas captam mais de 6 litros de água diários, por metro quadrado. Assim, para um consumo viável por pessoa de 100 litros diários será necessários 16 placas por pessoa. O produto mereceu uma menção honrosa e o prémio Santander Explorer, e já há 20 clientes em fila de espera para o aplicar. El País.
  • morango é, pelo terceiro ano consecutivo, o produto hortícola que regista índices mais elevados de resíduos de pesticidas, revela o relatório de 2018 do Environmental Working Group. Seguem-se-lhe, por ordem decrescente: espinafre, nectarina, maçã, uva, pêssego, cereja, pera, tomate, aipo,  batata e pimentão doce. Por outro lado, os produtos hortícolas que menos resíduos de pesticidas registaram foram: abacate, milho doce, abacaxi, repolho, cebola, ervilha doce congelada, mamão, espargo, manga, beringela, melão, kiwi, cantalupo, couve-flor e brócolos. MNN.

Memórias curtas

Foto: Changqing National Nature Reserve/Xinhua/Barcroft Images


Bico calado

Foto: Victor Moriyama/Getty Images
  • «O golpe aparentemente delineado em Londres pelos serviços secretos da senhora May, com conhecimento directo do ex-secretário de estado norte-americano Rex Tillerson e do presidente francês Emmanuel Macron, está em andamento, apesar de ter sido denunciado e desmascarado em tempo útil. A conspiração assenta num patamar superior de tensão internacional criado pela conjugação dos efeitos da rábula em torno da tentativa de assassínio do ex-espião duplo Skripal e filha e de um suposto ataque com armas químicas na Síria, a atribuir imediatamente às forças governamentais. O plano conspirativo foi conhecido e desmascarado internacionalmente por serviços secretos sírios e russos, o que permitiu a tropas sírias desmantelarem dois laboratórios de armas químicas geridos por terroristas afectos à Al-Qaida. Estes factos ocorreram há quase um mês. Além disso, os episódios da novela em torno da tentativa de assassínio de Skripal e filha estão longe de concluídos – afinal as duas vítimas estão vivas e estabilizadas quando, de acordo com as doses de veneno citadas por fontes governamentais britânicas – mas não segundo a Scotland Yard – deveriam ter morrido imediatamente, sem mesmo poderem deslocar-se a pé até ao local onde foram descobertas e socorridas. Acresce que duas semanas depois de o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, também conhecido pelo «Trump britânico», ter garantido que o veneno usado era de fabrico russo, cientistas britânicos sentiram-se obrigados a desmenti-lo, em nome da seriedade do seu trabalho. Um responsável do laboratório de Porton Down, a 15 quilómetros do local onde Skripal foi descoberto, declarou à televisão Sky News, em seu nome e dos colegas, que não tinham possibilidade de provar que o produto tóxico usado contra o espião reformado fosse de origem russa. (…)» José Goulão, in À beira do abismo, Abril, Abril.
  • «(…) A razão pela qual o Facebook nunca foi transparente nas suas políticas de privacidade é porque sabe que se o fosse, nunca teria o sucesso que teve. A empresa sempre se aproveitou da ignorância dos utilizadores e da margem que a tecnologia lhe permitiu para espiar os utilizadores quando estavam a usar a sua aplicação e também quando não estavam.(…)» Diogo Queiroz de Andrade, Público.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Ovar: 3 quebra-mares vão combater erosão costeira

Imagem colhida aqui.
  • Vão ser implantados dois quebra-mares ao largo do Furadouro e outro ao largo de Cortegaça. Estas obras de defesa da costa foram acordadas com a Agência Portuguesa do Ambiente, cujo orçamento suportará 3 dos 20 milhões de euros disponibilizados pelo município de Ovar. Ovar News.
  • A Agência Portuguesa do Ambiente chumbou o projeto de construção de um empreendimento junto da praia de Monte Gordo, em Vila Real de Santo António. O município é acusado de se ter apoderado de um terreno do Estado e de o ter vendido com o intuito de aí ser construído um hotel. Já em 2010 o ministério das Finanças fora alertado para esta situação, mas nada fez para defender o interesse público. Segundo o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura - Vila Real de St.º António, a parcela em questão situa-se na faixa de proteção à linha de costa e tem de ser acautelada a salvaguarda do sistema dunar. Apesar disso, a Administração da Região Hidrográfica do Algarve autorizou a construção do edifício a 15 metros da praia, violando os regulamentos do POOC. Público.
  • Pela enésima vez uma corte de alegados ignorantes da grave situação dos efluentes suinícolas que poluem a ribeira dos MIlagers e a bacia hidrográfica do Lis passeou pela zona, manifestou-se chocada e disse que estavam reunidas as condições para se concretizar a construção e gestão pública de uma ETES. Apesar dos inúmeros pormenores da visita, o escriba de serviço omitiu o local concreto do repasto na Batalha.
  • O aterro sanitário do sotavento algarvio, na serra do Caldeirão, está a lançar os lixiviados (líquido com grande carga poluente proveniente da biodegradação dos resíduos depositados) diretamente na ribeira do Vascão, em direcção ao rio Guadiana. Na origem desta situação poderão estar as chuvas. A pluviosidade, considerada anormal para a época, aparentemente alterou o modo de funcionamento desta infra-estrutura. Um das duas lagoas de estabilização da ETAR passou a deitar os efluentes na linha de água sem passar pelos filtros. O facto de estar a chover poderia ter diluído a matéria poluente mas não foi o suficiente para camuflar o eventual crime ambiental. A ETAR que serve o aterro encontra-se avariada há cerca de seis meses. Em alternativa, a empresa concessionária do aterro (Algar), passou a fazer o transporte dos lixiviados em camiões-cisterna para as ETAR na zona litoral, através de um acordo com a empresa Águas do Algarve. Mas mesmo quando a estação de tratamento dos efluentes se encontrava operacional, surgiam reclamações frequentes pelo mau funcionamento do aterro. Público.
  • Cinco guardas florestais foram mortos numa emboscada no parque nacional de Virunga, na República Democrática do Congo. Um sexto guarda florestal foi ferido no ataque que ocorreu na seção central da reserva, mundialmente conhecida pela sua população rara de gorilas-das-montanhas. Mais de 170 guardas morreram protegendo a vida selvagem nos últimos 20 anos. The Guardian.

Reflexão – Mineradora suíça polui e viola direitos humanos no Perú; governo suíço sabe e nada faz

Imagem captada aqui.

A mineradora suíça Glencore opera três minas de cobre e ouro em Tintaya, Antapaccay e Coroccohuayco, em Espinar, Peru. Apesar dos lucros declarados de 5,78 biliões de dólares, a Glencore não só deixa atrás das suas operações um cenário de caos e destruição ambiental de solos, linhas de água e aquíferos contaminados, como regista uma vergonhosa herança de doenças contraídas e mortes causadas devido à exposição das comunidades locais a toda a contaminação.

Em 2012 eclodiram confrontos aquando da abertura da mina de Antapaccay, tendo-se registado 3 mortos e 100 feridos. O presidente da autarquia local, que apoiava os protestos dos camponeses espoliados das suas terras e com as suas águas contaminadas por mercúrio, cianeto, cádmio e arsénio, acabou por ser detido temporariamente. O governo do Perú esteve sempre conivente com a mineradora, tanto neste caso como em outros. 

Junto da mina de Antapaccay vivem cerca de 1200 pessoas, todas pobres, sem eletricidade e sem água corrente em suas casas. A aldeia que foi atacada tem um poço e um rio próximo que a mina quer controlar e desviar para as suas operações. O ataque intimidatório foi levado a cabo por 30-50 agentes de segurança e polícias contratados equipados com material anti-motim. 
O objetivo deste bullying constante é expropriar os agricultores da sua água, sem os indemnizar. A mineração exige muita água e a Glencore não só não quer pagar a água que gasta nas suas operações como ainda por cima contamina a água com metais pesados tóxicos. A Glencore nem sequer oferece aos agricultores habitação alternativa. As mulheres tentaram apresentar queixas na polícia, mas esta não as ouve. 
As pessoas contraem muitas doenças e muitas acabam por morrer por exposição ao ar contaminado. A corrupção grassa na polícia, nos advogados, nos juízes, nos políticos, nos médicos, nos enfermeiros e nos laboratórios da zona. Há três meses, dois indivíduos entregaram amostras do seu sangue e urina para análises a metais pesados. Os resultados das análises ainda não foram entregues, e provavelmente nunca o serão porque revelariam a presença de resíduos tóxicos.
Aquela comunidade sofre de doenças de pulmão, de articulações, perda de memória, falta de concentração e fadiga extrema. A Glencore não disponibiliza assistência médica e quando os mineiros ficam doentes, protestam ou morrem são imediatamente repatriados para as suas regiões de origem para não provocarem mais problemas em Espinar. Por isso, será legítimo concluir que a Glencore paga a médicos, enfermeiros e laboratórios para não revelarem o nível de toxinas que eles detetam nos corpos das vítimas.

Em 2014, uma delegação parlamentar suíça visitou a mina de Glencore em Espinar. O anúncio da visita foi feito com grande antecedência, pelo que a mineradora teve imenso tempo para fazer limpezas, evitando eventuais protestos. A delegação reuniu com o antigo presidente da Câmara, que defendia a população e lhe forneceu dados sobre a realidade da situação. Durante os dois dias da visita, a delegação foi apaparicada pela Glencore, sendo o relatório para o parlamento convenientemente favorável.