sábado, 31 de março de 2018

Guimarães: rio Selho vítima de descarga de efluentes

Descarga poluente de tonalidade roxa junto à ponte romana de Selho S. Lourenço, Guimarães.
Era este o cenário às 15h00 de quinta-feira, 29 e março.
  • A AVE (Associação Vimaranense para a Ecologia), vai apresentar junto da APA (Agência Portuguesa do Ambiente) e da SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente), uma denúncia referente às descargas de líquidos poluentes no rio de Selho, na freguesia de Selho S. Lourenço. «Isto acontece muitas vezes. Umas vezes é azul, outras é preta, tem muitas cores”, diz Tito Oliveira, vizinho do local, que acrescenta achar estranho estes acontecimentos uma vez que «não há nenhuma empresa ou fábricas nas imediações». +GuimarãesNão terá sido uma manifestação de uma tinturaria solidária com a época pascal? Serão os responsáveis violentamente admoestados, tal como a Celtejo?
  • O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, considera «um bocadinho desolador» a decisão judicial de transformar uma coima de 12.500 euros à Celtejo em uma mera admoestação, conta o DN.

EUA: Marcas de artigos desportivos combatem concessão de áreas de parques naturais a petrolíferas

Foto: Anadolu Agency/Getty Images
  • A startup alemã Africa Green Tech está a converter contentores em pequenas centrais solares móveis que podem fornecer eletricidade limpa e barata para uma aldeia inteira. Comunidades no Mali e no Níger já estão a ser equipadas com esta tecnologia. DW.
  • Um juiz federal norte-americano rejeitou a tentativa da Exxon arquivar duas investigações sobre se a gigante petrolífera enganou os investidores, durante vários anos, sobre os riscos das alterações climáticas. ICN.
  • Nos EUA, a concessão de zonas de exploração de gás e petróleo em parques nacionais permitida pela administração Trump começa a enfrentar uma forte oposição. Marcas famosas de artigos de desporto de aventura e ar livre, como a Patagonia, a North Face, a Black Diamond, a Osprey Packs e a REI, já lançaram campanhas contra esta usurpação de terrenos públicos. O movimento é tal que a própria Outdoor Industry Association, que representa mais de 1.200 empresas de desporto de aventura e ar livre, já deu a cara pela luta, argumentando que é preciso ter cuidado com uma indústria que movimenta 887 biliões de dólares por ano.

Reflexão - «Eucalipto é uma árvore. Não pode ser culpada.»

Imagem colhida aqui.

«- Choca-o ver a forma como os eucaliptos estão a renascer junto da EN236, conhecida pela "estrada da morte"?
- Trata-se de uma espécie florestal, que reage bem ao fogo. Aquilo é uma árvore. Não pode ser considerada a culpada. Está a reagir ecologicamente àquilo que ela sabe fazer: está a regenerar, a sair das cinzas e a entrar no verde. Ela vai arder já para o ano? Não, as folhas daquelas árvores têm muita água. Pode fazer muita confusão, mas tenho uma visão técnica do problema.» Tiago Oliveira*, in JN de 26mar2018.

*Tiago Oliveira, 40 anos, engenheiro florestal do Porto, ex serviço de proteção florestal do grupo Navigator (ex Portucel/Soporcel), chefia há 5 meses a Estrutura de Missão para a instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, a quem caberá criar a Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais proposta pela comissão técnica independente que elaborou o relatório aos incêndios de Pedrógão Grande.

Memórias curtas

Foto: Paul Hilton/Greenpeace
  • 31mar2015 - Patrick Moore, considerado perito em ecologia, entrevistado pelo Canal+, diz que o Roundup, um herbicida produzido pela Monsanto, é tão seguro que se pode beber, mas nega-se a fazê-lo, acabando intempestivamente com a entrevista e chamando parvo ao entrevistador.
  • 31mar2007 - A aplicação de um dos artigos do Decreto-Lei n.º 124, de 28 de Junho de 2006, que impõe uma faixa de protecção de 50 metros para as edificações em zonas rurais, já mereceu a contestação da Associação de Municípios da Alta Estremadura (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós), que alega o aumento da desertificação das zonas rurais.
  • 31mar2005 - o bloqueio de ambientalistas na Vicaima acabava em detenções. Via JN.

Bico calado

  • «(…) Temos os bons e os maus que são os russos, armas atómicas boas e as más que são as russas, armas químicas boas e armas químicas más que são as russas, extremistas islâmicos bons e árabes maus que são os apoiados pela Rússia. Temos um Trump bom e um Putin mau. Até os fascistas são bons se forem ucranianos e quiserem fazer frente a Putin. A Rússia ficou com a Crimeia onde a esmagadora maioria da população é russa, num território historicamente russo, mas ninguém diz que o que a Rússia fez na Crimeia não foi o mesmo que os EUA fizeram no Texas, uma província que era mexicana e onde os colonos invasores estavam em minoria? A Rússia tem nas suas fronteiras menos territórios conquistados pela força do que os EUA, onde se queixam de em muitas regiões nem ser necessário falar inglês, ignorando que a língua materna desses Estados antes da ocupação era o castelhano. Não foram os russos que invadiram a França, mas sim Napoleão que tentou conquistar a Rússia. Não foi Stalin que tentou conquistar a Alemanha, mas sim Hitler que tentou ficar com a Rússia. Que se saiba a única vez que os ingleses foram à Rússia não foi para libertar aquele país, mas sim para tentar voltar a colocar o Czar no poder. Já o mesmo não se pode dizer dos russos: a primeira vez que invadiram a Europa Ocidental foi para a libertar e ajudar os ingleses a não serem derrotados pelos alemães. (…) Boris Johnson, Theresa May, Trump e até o nosso esganiçado do Rangel têm razão, esses russos são um perigo! Se o Trump ainda andasse a promover a sua virilidade pagando a atrizes pornográficas, a Theresa May andasse a fazer bolinhos e o Rangel se limitasse a ganhar umas massas em Estrasburgo o mundo estaria bem mais seguro.» O Jumento.
  • O número de jornalistas palestinianos detidos em prisões israelitas subiu para 28 após a prisão de três jornalistas nos últimos dias. MEM.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Reino Unido: as renováveis produziram mais eletricidade do que o nuclear

Couto de Esteves.
  • No Reino Unido, em 2017, as centrais solares e eólicas produziram mais eletricidade do que as centrais nucleares. The Guardian.
  • A Polónia foi o último país europeu a aprovar uma lei que ratifica o acordo de Paris, conta a Reuters. Sublinhe-se que a Polónia se fez um osso duro de roer. Em abril de 2014 ainda dizia querer aumentar a extração do carvão e de gás de xisto; em outubro do mesmo ano, dizia que colaboraria no esforço de combate às alterações climáticas se a União Europeia lhe desse mais tempo e mais subsídios; em setembro de 2016, sublinhava que ratificaria o Protocolo se recebesse mais subsídios.
  • A exploração de areias pesadas em Nagonha está a colocar uma aldeia costeira em sério risco de ser arrastada para o oceano Índico, denuncia a Amnistia Internacional, que recomenda a suspensão imediata das atividades de exploração mineira da chinesa Haiyu, a cerca de 180 km de Nampula. «A inação do Governo deixou os residentes de Nagonha à mercê de uma empresa que dá a prioridade à busca do lucro e negligência a vida das pessoas», disse Deprose Muchena, Diretor Regional da Amnistia Internacional para a África Austral. «A Amnistia Internacional apela ao Governo moçambicano para investigar as ações desta mineradora em particular aquelas que põem em causa a legislação do país e a vida da população. Apelamos, igualmente, ao Governo para assegurar que a comunidade de Nagonha está a ser compensada pelos danos causados pela mineradora». A AI recomenda também ao Governo para realizar urgentemente inspeções ambientais, sociais e de direitos humanos legalmente exigidas a todas as operações mineiras realizadas pela empresa Haiyu e disponibilizar as suas conclusões para consulta pública. DW.

Reflexão – O apoio do lóbi das embalagens a grupos anti-lixo dificulta a aplicação de soluções mais eficazes


É muito mais barato e mais conveniente para a indústria concentrar-se na responsabilidade individual e do consumidor pelo lixo e pela sua limpeza, em vez de mudar os métodos de produção e de embalagem. Não admira, pois, que a indústria de embalagens e seus clientes no setor da alimentação e bebidas apoiem várias campanhas anti-lixo na Europa. A indústria faz isso por vários motivos, nomeadamente o greenwashing dos seus produtos com embalagem de utilização única com o verniz da respeitabilidade ambiental. Mas esta tática tem outros propósitos mais pérfidos, sobretudo para tentar mudar a narrativa popular e política sobre resíduos, especialmente plásticos e embalagens descartáveis. Colocar a recolha do lixo, por mais importante que seja, no centro do debate sobre resíduos, transpõe a responsabilidade de os tratar para as autarquias e os cidadãos, e não para os produtores da indústria, e dificulta a procura de soluções políticas públicas - como tornar a indústria responsável pelo ciclo completo dos seus produtos - o que pode prejudicar os lucros das empresas.
Ao minimizar a sua responsabilidade pelos produtos que saem das suas fábricas ou lojas, a indústria tenta sacudir a água do capote. Tudo para maximizar os lucros e externalizar os custos; isto é, descartando os impactos negativos da produção de plástico e resíduos para a sociedade e para o ambiente. Ao perpetuar este modelo, a indústria evita pagar o custo total da produção do seu plástico. 

Se o lixo e a sua recolha se tornarem o centro do debate, a ênfase será transferida para os consumidores e autarquias para que resolvam os problemas. Entretanto, a indústria ganha créditos ecológicos ao patrocinar limpezas de lixo e campanhas de educação pública, ao mesmo tempo que desvia a atenção de ações de políticas públicas de maior alcance para lidar com os resíduos plásticos.

Nada disto é novidade. Já nos anos 1970s, a campanha americana Keep America Beautiful, financiada pela indústria, apresentava uma narrativa sobre resíduos e lixo que se concentrava na responsabilidade pessoal. Mobilizou campanhas de recolha de lixo cheias de pessoas bem-intencionadas que nunca perceberam que por trás da Keep America Beautiful estavam as mesmas empresas que produziam as latas e as garrafas que constituíam grande parte do problema do lixo, as mesmas empresas que se opõem a políticas de redução e reciclagem.

Esta tática continua na União Europeia. Ao patrocinar ou criar algumas ONGs anti-lixo, ao sentá-las nas suas comissões executivas, ao ceder pessoal ou ao encomendar-lhes pesquisas para influenciar as decisões de políticas públicas, torna-se difícil ver onde acaba a indústria e começam algumas ONGs. 
Em Bruxelas, o lóbi dos resíduos, do plástico e das embalagens é liderado por Eamonn BatesA Eamonn Bates Europe Public Affairs (EBEPA) representa 3 clientes de peso: a International Paper (uma gigante norte-americana do papel e da celulose), a Serving Europe (uma associação de fast food que inclui gigantes como a Burger King, a McDonald’s e a Starbucks), e a Pack2Go Europe (uma associação comercial para a indústria de embalagens de "alimentos de conveniência"). O objetivo deste lóbi é impor o conceito de que as embalagens descartáveis são confortáveis e amigas do ambiente. 
Em 2011, acusou a Comissão Europeia de fazer uma caça às bruxas contra o plástico quando ela lançou o programa de taxação de sacas plásticas nos supermercados.
Foi assim que Bates conseguiu dissuadir a França de introduzir chávenas e pires biodegradáveis sob pena de a processar junto do tribunal europeu por alegada violação da legislação europeia. Um dos argumentos era que essa medida poderia provocar mais lixo uma vez que as pessoas não teriam o cuidado de o descartar convenientemente por pensarem que ele se decompunha facilmente. Bates tenta ainda impor a sua visão na Irlanda, cujo governo pretende reduzir a utilização única de plásticos e lançar um esquema de depósito de lixo com retornoalegando a violação de regras de embalagem e de livre movimentação de bens. 

A Clean Europe Networkcriada pela Pack2Go em2012, diz coordenar NGOs e autoridades públicas para «melhorar as técnicas de prevenção de resíduos na Europa». A Clean Europe Network recebeu 358 mil e 167 mil euros, respetivamente em 2014 e 2016, para apoiar instituições na definição do que são resíduos e como os medir, e em campanhas de consciencialização.

Na Flandres, zona de língua holandesa da Bélgica, tem havido debate sobre a introdução de um esquema de depósito para latas e garrafas. No entanto, o programa foi adiado quando após a assinatura de um acordo entre a indústria e as autoridades públicas para financiar a Mooimakers em 9,6 milhões de euros por ano, entre 2016 e 2018.
A Mooimakers é uma plataforma que inclui a OVAM (a empresa de resíduos públicos da Flandres), a Associação de Cidades e Municípios Flamengos (VVSG) e a Fost Plus, um grupo industrial que trabalha com reciclagem cujos membros do conselho incluem a Coca-Cola, a Danone, o Carrefour, a Unilever e o IKEA, entre outros. (A Coca-Cola sozinha produz 100 biliões de garrafas plásticas descartáveis por ano.) A Mooimakers está sediada no prédio da OVAM em Mechelen e dedica-se à recolha e prevenção de lixo. Os seus cerca de 10 milhões de euros anuais vêm da Fost Plus, da Fevia (a federação da indústria alimentar belga) e da Comeos (a federação dos serviços e comércio da Bélgica), que estão representadas na sua administração.
Ironicamente, o relatório de março de 2017 encomendado pela OVAM mostrava que os resíduos tinham registado um aumento de 40% na Flandres.

Na Holanda, a Nederland Schoon, membro da Clean Europe Network, criada pela indústria de embalagens e pelas autoridades de gestão de resíduos, começou por se empenhar no lançamento de esquemas de depósito de lixo com retorno. Mas, com o passar do tempo, esta posição metamorfoseou-se entre a oposição direta e o lançar de dúvidas sobre tais propostas.

Na Escócia, há anos que o governo tenta avançar com um esquema de depósito de lixo com retorno. A Keep Scotland Beautiful (KSB), membro da Clean Europe Network, tem feito todo o tipo de fretes à indústria do plástico para impedir essa solução. Inclusivamente, tem feito estudos de resíduos patrocinados pela indústria das embalagens INCPEN, que inclui a Coca-Cola, a Diageo, a Nestlé, a Unilever, a Dow e a Tesco, entre outras, empresas abertamente contra esse esquema. E são precisamente essas mesmas empresas que, perante o governo, sublinham as conclusões dos estudos da KSB para não se avançar com esquemas de depósito de lixo com retorno. Este escandaloso esquema de lóbis e pressões foi investigado e denunciado por organizações como os Friends of the Earth, os Ninjas for Health e a Greenpeace. A própria Coca-cola já inverteu publicamente a sua posição e diz estarmos na altura de avançar com um esquema de depósito de lixo com retorno na Escócia.
CEO.


Mão pesada

Foto: STR/EPA

A Celtejo fora condenada a pagar coima de 12.500 euros por despejo ilegal de efluentes no rio Tejo. Não satisfeito com a redução da coima para 6 mil euros, o tribunal agora aplicou-se uma admoestação, conta o Público.

Só falta agora a Celtejo avançar com um processo contra o ministro e/ou ministério do Ambiente e exigir indemnização por alegada humilhação pública.

Memórias curtas

Foto: Earnest Tse/Alamy
  • 30mar2012 - A Administração da Região Hidrográfica do Tejo acusa a Câmara de Vila Velha de Ródão e a Centroliva de alegadas descargas ilegais de efluentes.
  • 30mar2011 - No Porto da Caloura, em Água de Pau, S. Miguel, Açores, um edifício de um piso está a ser ampliado para alegadamente fornecer melhor apoio a atividades náuticas, mesmo sobre o mar, em cima de uma esplêndida formação rochosa basáltica.

Bico calado


  • Não haverá árbitros portugueses no Mundial 2018 na Rússia, lamenta o Público.  Está visto que Portugal prefere produzir treinadores; produzir decisores custa muito mais. 
  • Governo britânico alerta para possíveis ataques terroristas em Portugal, conta o JNE se o governo portuguÊs convocasse o embaixador britânico e lhe perguntasse se isso era um alerta ou uma ameaça?

quinta-feira, 29 de março de 2018

Matosinhos vai voltar a usar glifosato

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  • O executivo camarário de Matosinhos deliberou voltar a usar o glifosato para eliminar as chamadas ervas daninhas de valetas e outros espaços públicos do concelho. A decisão foi tomada tendo em conta a autorização dada pela comissão Europeia ao uso daquela substância ativa por mais cinco anos em território europeu alegando que «a avaliação científica provou que não há um critério para classificar o glifosato como cancerígeno, mutagénico ou tóxico para a reprodução». Votaram a favor do glifosato os vereadores do PS, do PSD e da lista de Narciso Miranda. Abstiveram-se os vereadores da CDU e os da lista António Parada Sim! Público. Lamento o enorme passo atrás que foi dado. Lamento ainda que haja tanta gente que nem sequer coloca a questão da precaução. Fazem-me lembrar um estratega militar que, perante uma dúvida, não hesitava em mandar lançar a bomba.
  • Cerca de 40 petrolíferas, incluindo a Shell, a BHP Billiton, a BP, a Chevron, a ConocoPhillips, a ENI, a ExxonMobil, a Repsol e a Total, estão a ser ouvidas no âmbito de uma imensa investigação às suas responsabilidades nos impactos negativos das alterações climáticas na qualidade de vida das pessoas. Acontece em Manila, Filipinas, pela mão da Comissão dos Direitos Humanos.

Reflexão – Será que o glifosato tempera melhor o vinho e a cerveja?

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Algumas cervejeiras e produtoras de vinhos estão a tomar medidas para evitar que os seus produtos sejam contaminados pelo glifosato, a substância ativa do Roundup, o herbicida mais popular do mundo. 

Em 2015, a insuspeita CBS divulgava um processo judicial contra 31 marcas de vinhos por registarem elevados níveis de arsénio inorgânio.

Em 2016, análises feitas na Alemanha revelavam resíduos de glifosato em todas as amostras das 14 marcas de cerveja recolhidas, incluindo marcas independentes.

Posteriormente, a Moms Across America levou a cabo outras análises que confirmaram a existência de resíduos de glifosato em 12 marcas de vinhos da Califórnia.

A semana passada, resultados idênticos foram conseguidos por análises levadas a cabo às marcas mais populares de vinhos americanos e de outras partes do mundo

Em janeiro de 2018, o biólogo molecular francês Gilles-Éric Séralini publicou os resultados acerca dos testes realizados a produtos tratados com Roundup: mais de 12 tinham níveis elevados de arsénio – mais de 5 vezes acima do limite estabelecido e níveis perigosos de metais pesados.

O Roundup é pulverizado em campos de vinha para manter as fileiras limpas e livres das chamadas ervas daninhas e nas culturas de grãos (usadas na cerveja) como um agente de secagem pouco antes da colheita. Os herbicidas com glifosato já provaram ser neurotóxicos, cancerígenos, disruptores endócrinos e uma causa de doença hepática de nível baixo.

As marcas de vinho testadas incluem Gallo, Beringer, Mondavi, Barefoot e Sutter Home. Asmarcas de cerveja testadas incluem Budweiser, Busch, Coors, Michelob, Miller Lite, Sam Adams, Samuel Smith, Peak Organic and Sierra Nevada.

«Deixei de usar o RoundUp em 1977», diz Phil Coturri, diretor das vinhas Sonoma, reconhecidas pela Golden Gate Salmon Association pela sua viticultura ambientalmente saudável. «Não se pode usar constantemente um produto e pensar que não vai ter efeito. O glifosato foi feito para matar.»

Mais de mil pessoas, a maioria agricultores, entraram com ações judiciais contra a Monsanto, uma importante fabricante de glifosato, pela exposição ao Roundup, levando ao Linfoma não-Hodgkin.

Mesmo grandes marcas de cerveja estão a descobrir o benefício do orgânico. A Anheuser-Busch anunciou a semana passada que a sua marca Michelob lançou uma nova cerveja feita com trigo orgânico chamado Ultra Pure Gold.
A Associação de Cervejeiras, que certifica pequenas cervejas artesanais e independentes, fez esta declaração a respeito dos novos resultados do teste de glifosato da MAA: Os fabricantes de cerveja não querem que o glifosato seja usado na cevada ou em qualquer material cru, e as organizações de produtores de cevada também estão fortemente contra o glifosato. É claro que as indústrias de malte e de produção de cerveja estão contra o uso do glifosato na cevada para malte.
Resultados completos, marcas e relatório do laboratório podem ser consultados aqui.

Bico calado

Morcego no Audubon Zoo de New Orleans. Foto: Gerald Herbert/AP
  • «Lembram-se daquelas manifestações de pessoas vestidas de amarelo, reclamando contra o corte nos subsídios aos colégios privados? Lembram-se das canárias amarelas que gritavam pelas  ruas que iam ser vítimas do maior despedimento colectivo de que há memória em democracia? Lembram-se dos paizinhos a arrebanhar os vizinhos para se juntarem às manifs dos amarelos, porque os filhos iam ser obrigados a frequentar escolas públicas? Lembram-se de os proprietários das escolas privadas defenderem que a atribuição de subsídios é um dever  do Estado, porque as escolas privadas estão a garantir um serviço que o Estado não presta? Lembram-se de a associação de escolas privadas reclamar mais dinheiro do Estado e dizer que muitas escolas seriam obrigados a encerrar e deixar milhares de crianças sem aulas e professores sem emprego, porque era impossível sobreviver  sem um aumento dos subsídios? Pois ficamos agora a saber que o MP acusa administradores de colégios de desvio de milhões para cruzeiros, carros, jantares e champanhe. Agora me lembro que  o governo Passos/Portas despediu milhares de professores das escolas públicas para subsidiar colégios privados.» Carlos Barbosa de Oliveira, in Para onde vai o dinheiro das escolas? - Crónicas do Rochedo.
  • Timothée Houssin, ex-assessor do eurodeputado Nicolas Bay, figura de proa da Frente Nacional, está a ser investigado num caso de empregos alegadamente fictícios de assistentes de eurodeputados da FN. Depois de Marine Le Pen e Louis Aliot e de quatro outros assistentes, este é o nono caso investigado pelas finanças francesas desde dezembro de 2016. Le Figaro.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Amares: Populares apresentam queixa por descargas ilegais para o rio Cávado

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  • Persistem há semanas as descargas de saneamento para o rio Cávado, provenientes da estação de tratamento elevatória situada na freguesia de Lago. A responsabilidade é das Águas do Norte, diz Manuel Moreira, autarca. O PS local refere um «diferente entre a Câmara e a empresa Águas do Norte» sobre 500 mil euros que a empresa reclamava e que, agora há um novo diferendo entre as duas entidades, com a empresa a reclamar 200 mil euros de faturas vencidas. Semanário V.
  • A extração de gás e petróleo tem contribuído para alarmantes movimentos de terra e o aumento considerável de buracos enormes ao longo de uma grande faixa no oeste do Texas. Segundo geofísicos da Southern Methodist University, a região tem sido perfurada descontroladamente desde os anos 1940s, e, apenas em fevereiro de 2018, foram abertos nada mais nada menos do que 297 mil poços de petróleo no Texas. Toda essa atividade, alertam os investigadores, representa um perigo sério para residentes, estradas, linhas de caminho-de-ferro, barragens, oleodutos e até mesmo para a contaminação das águas subterrâneas. The Guardian.
  • Os EUA pediram à China para não concretizarem a proibição de importar sucata, depois que o maior comprador de sucata do mundo ter fechado a porta para muitos tipos de resíduos. Alega-se que a decisão foi demasiado rápida para a indústria norte-americana se adaptar, colocando em risco 155 mil empregos e fazendo com que as pessoas descartem os materiais em vez de os reciclar. Os EUA acusam ainda a China de violar o estabelecido pela Organização Mundial do Trabalho ao aplicar regras diferentes para resíduos domésticos e resíduos estrangeiros. A China respondeu dizendo que cada país devia ser responsável pelo tratamento dos resíduos que produz e tinha decidido reduzir a importação de resíduos do estrangeiros para poder arrumar a sua própria casa. Reuters. Recorde-se que, já em janeiro passado, o Reino Unido entrara em pânico com a  decisão chinesa. A indústria de reciclagem britânica admitia não saber como reciclar as 500 mil toneladas de resíduos plásticos que a China deixaria de importar. 
  • A China massificou, há dois anos, programas de partilha de bicicletas em muitas cidades. Os impactos negativos começam a evidenciar-se: cemitérios de bicicletas por todo o lado, como mostra a DW.

Memórias curtas

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28mar2007 - A maior central solar do mundo foi inaugurada em Serpa. Situada perto de Brinches, a central de 52 mil painéis fotovoltaicos tem uma capacidade instalada de 11 megawatts e vai produzir 20 gigawats/hora de energia por ano a oito mil habitações.

Bico calado

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  • «Eu tinha fome e cortaste-me o subsídio de alimentação; eu era um estrangeiro e deportaste-me; eu estava doente e negaste-me cuidados de saúde; eu era uma criança que tinha medo de ir para a escola e tu votaste ao lado da Associação Nacional das Espingardas.»

IMI em Espinho e distrito de Aveiro

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  • O congresso dos EUA aprovou uma contribuição de 706 milhões de dólares para apoiar o programa de defesa de mísseis de Israel, anunciou o ministro da Defesa daquele país. MEM.

terça-feira, 27 de março de 2018

Alijó é pioneira na criação de um Plano Municipal de Ordenamento Florestal

Serra da Peneda. Foto: Portugal em caminhadas.
  • Alijó já deu o primeiro passo para a criação de um Plano Municipal de Ordenamento Florestal, pioneiro no país, que pretende ajudar a prevenir incêndios florestais e combater a desertificação. O projeto é diferente porque, pela primeira vez, será feito à escala municipal - até agora, só existia a nível regional. Um dos objetivos é reforçar o ordenamento florestal e territorial para garantir a segurança de pessoas e bens, ao minimizar o risco de incêndio. E, caso o fogo bata à porta, garantir que não assume grandes proporções. Também a economia local sai beneficiada, com a aposta na exploração dos recursos naturais de uma floresta adequada à região. A silvicultura pode vir a gerar postos de trabalho. Por isso, a aposta passa pelas espécies autóctones, que possam enriquecer a paisagem e proteger os solos e a água. Colaboram no projeto a Associação Nacional dos Engenheiros e Técnicos do Setor Florestal e a Quercus. CM.
  • Portugal continua a subsidiar políticas energéticas incompatíveis com os objetivos do Acordo de Paris, que tem em vista o combate às alterações climáticas. Ao clicar aqui, acede-se a 8 projetos europeus que contradizem aquele Acordo. Vote em Portugal, vote contra a exploração de gás e petróleo ao largo da costa alentejana. Vote ainda em mais dois países com projetos que contradizem o Acordo de Paris.

Bico calado

  • Ministério Público acusa sete arguidos, entre os quais o antigo secretário de Estado do PSD José Canavarro e o antigo diretor regional da Educação de Lisboa, João Almeida, por uso de dinheiro do Estado (30 milhões), recebido pelo grupo GPS ao abrigo dos contratos de associação, para pagar jantares, viagens e cruzeiros. Sábado. «Sabe-se agora que o dinheiro do Estado para os colégios GPS pagou férias, carros de luxo e bilhetes para o Mundial. A título de exemplo, a acusação diz que em 2006, as faturas de restauração do arguido António Calvete discriminavam o consumo de vinho com um preço por garrafa entre os 75 e 120 euros, e que o restaurante Manjar do Marquês faturou, “numa refeição para três pessoas, 36 garrafas de vinho pelo preço total de 1.440 euros”. Em Defesa da Escola, PONTO.» in Yronikamente.
  • As televisões portuguesas falaram de «milhares» nas ruas. Tal como antes do 25 de abril de 1974, temos que confirmar estas coisas nos media «lá de fora». Só em Washington DC foram 800 mil a marchar contra o descontrolo de armas nos EUA
  • José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano, foi constituído arguido e está impedido de sair do país, por suspeita de transferência irregular de 500 milhões de dólares para um banco britânico, que já levou à constituição como arguido de Valter Filipe, ex-governador do Banco Nacional de Angola.
  • «Durante décadas, a posição oficial espanhola foi: podes ser independentista se quiseres, desde que sejas democrata. Era uma posição correta: o independentismo terrorista da ETA era criminoso — e era vergonhoso para a própria causa independentista basca. O independentismo catalão, porém, que sempre foi pacífico e civilista, apresentava um desafio mais complicado para Madrid. E agora a posição oficial espanhola parece ter mudado para a seguinte: podes ser qualquer tipo de democrata que quiseres, desde que não sejas independentista. Os catalães podem eleger independentistas, desde que o programa deles não seja independentista. Todas as vias para um independentismo democrático e até federalista foram sendo bloqueadas, até que o independentismo esticou a corda com um referendo. Madrid esticou a corda mais ainda, considerando o referendo não só ilegal mas a peça central de um crime de rebelião, que pode levar a penas de 30 anos de prisão. E após a suspensão da autonomia catalã e a realização de novas eleições, a corda foi esticada até ao limite: os catalães podem votar em quem quiserem, desde que os líderes que metade dos catalães preferem não possam governar.(…) Rui Tavares, in Europa, Espanha e Catalunha: hipocrisia desorganizadaPúblico 26mar2018.
  • Um empresário russo, alegadamente na lista de morte de Putin, foge de Londres alegando que as ameaças vêm da secreta britânica, conta o insuspeito britânico Mirror.



segunda-feira, 26 de março de 2018

País de Gales: taxa de entrada de automóveis em Cardiff?

Sgwd Gwladins. País de Gales. Foto: Iain M.
  • Dois especialistas em meio ambiente abandonaram o Scottish Environment Link, que representava 35 grupos ambientais, em protesto contra a lentidão e a falta de ambição da Low Emission Zone para Glasgow. Os projetos de redução da poluição em 4 cidades escocesas até 2020 ficaram muito aquém das previsões. BBC.
  • Os automobilistas poderão ser taxados com portagem à entrada de Cardiff. Esta medida poderá fazer baixar os índices de poluição da capital galesa. BBC.

Mão pesada

O fundador e diretor da mineradora Talvivaara foi condenado a meio ano de prisão de pena suspensa por fuga de efluente de mina de níquel e zinco e consequente contaminação de dois lagos em Sotkamo, no norte da Finlândia

Reflexão – Carvalhos, castanheiros, aveleiras, nogueiras e medronheiros protegeram a Mata da Margaça dos últimos incêndios

Couto de Esteves.

«(…) A histórica Mata da Margaraça, composta principalmente por carvalho alvarinho, castanheiros, aveleiras, ulmeiros, cerejeiras, nogueiras, medronheiros, loureiros e azeireiro, considerada pelo Instituto de Conservação da Natureza como uma “relíquia” de florestas do passado, viu menos de 20% da sua área ardida, apesar de estar cercada por área ardida em todos os lados. Sem bombeiros ou apoio relevante, a sua estrutura de espécies e de ecossistema conseguiu reduzir a intensidade do fogo dos extremos para o centro. Foi a composição de espécies desta floresta que combateu o incêndios e o seu núcleo, mais maduro, ficou intacto, como destaca o relatório da comissão.(…)» João Camargo, in O bailinho do eucalipto no caixão do pinheiro - Público 24mar2018.

Entretanto, a aldeia de Ferraria de S. João, em Penela, decidiu arrancar os eucaliptos e criar uma zona de proteção composta por sobreiros, castanheiros, medronheiros e outras árvores mais resistentes ao fogo.

Bico calado

  • Certos media de sarjeta nem sequer já sabem fazer pausas ou intervalos. Parecem apostados em, hora após hora, atacar o governo de forma tão deselegante e mal-educada. Pode ser que esta aparente campanha de intoxicação pública acabe por fazer ricochete.
  • «Há muito tempo que o nosso rasto nas redes sociais é abusivamente utilizado para nos manipularem. Enquanto serviu o comércio estava tudo bem. Só quando governos começaram a cair porque, em vez de roupa e jogos, o Facebook nos vendeu partidos e candidatos, os políticos acordaram. (…) Lembram-se quando os cidadãos tinham acesso a informação livre e independente e era com base nela que votavam? É natural que não se lembrem, porque isso nunca aconteceu. Nem num passado muito distante, como tão bem ilustra “Citizen Kane”, filme inspirado na vida do magnata da imprensa William Randolph Hearst. Se ao poder global da finança correspondem os gigantes do mundo digital, aos grandes grupos industriais correspondiam grandes conglomerados de comunicação social. A manipulação política através da rede é sucessora da manipulação política através da imprensa e da televisão. Entre Hearst, Murdoch e Mercer mudou a tecnologia e a forma de fazer fortuna e de usar as duas, tecnologia e fortuna, para manipular o povo. Mas não mudou o essencial: o dinheiro continua a comprar a gestão da informação para impedir que os cidadãos elejam quem melhor sirva os seus interesses. (…)» Daniel Oliveira, in Citizen Mercer - Expresso 24mar2018 – via A estátua de sal.
Foto: Mário Jorge Carvalho, FB.

Um colégio privado levou a cabo uma romaria. Aconteceu em Ponta Delgada, Açores, na tarde de 6ª feira, 23 de março de 2018.

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  • Olá, eu sou o Assange. Dou de borla informação privada acerca de empresas e governos e os media consideram-me criminoso / Olá, eu sou o Zucherberg. Eu vendo a dinheiro a vossa informação privada a empresas e governos e os mediaconsideram-me o homem do ano
  • «(…) estamos a assistir a uma manobra para substituir Mark Zuckerberg por Steve Bannon, o chefe do Breitbart News, a plataforma da ‘alt-right’”, a “direita alternativa”, a marca mais recente da extrema direita norte-americana e que lidera agora uma estratégia para apresentar rivais nas primárias para escolher senadores republicanos para as eleições de 2018 e os negócios mundiais nos próximos anos. Este grupo de extrema-direita lançou a campanha para destruir a marca FB e substituí-la por outra (com outro nome e as mesmas funcionalidades), sob a sua direcção, que herde as suas bases de dados e os seus métodos para os utilizar em seu proveito. A comunicação social embarca e amplia a histeria sobre a privacidade para que os gângsteres realizem o seu golpe. Quanto a privacidade individual, cidadãos comuns: esqueçam e sorriam. Estão sempre a ser filmados e roubados, tanto quanto passam numa portagem de auto-estrada como quando preenchem um visto de entrada num país, ou entregam o impresso dos impostos. Este texto não é uma bênção ao FB, mas é um alerta para uma gigantesca operação de manipulação da opinião pública. Mais uma.» Carlos Matos Gomes, in Facebook — alguém que quer ganhar muito dinheiro está a jogar à vermelhinha connoscoMedium.



domingo, 25 de março de 2018

Algarve: recolha e tratamento do lixo é desastrosa

Jardim do Mouchão, Tomar: um plátano cruxificado. Foto: Américo Costa.

A recolha e tratamento de resíduos sólidos no Algarve, a cargo da empresa Algar (grupo EGF), tem sido “incipiente e desastrosa” sem ter em consideração as reclamações feitas pelos 16 municípios da região. Por isso, a Comunidade Intermunicipal votou contra o relatório de gestão de 2017. Público.


Paris: transportes gratuitos para reduzir poluição?

Couto de Esteves.
  • A presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, pondera disponibilizar transportes públicos gratuitos para reduzir a poluição. The Independent.
  • Cerca de 120 pessoas foram detidas na província canadiana de Colúmbia Britânica durante um protesto contra o projeto de expansão do oledoduto Trans Mountain. The Guardian.

Mão pesada

O Ibama apreendeu 11 barcos, 65 redes de pesca, 1,8 tonelada de pescado e 21 animais selvagens abatidos. Três serrarções clandestinas que operavam sem licença foram embargadas. Os agentes ambientais aplicaram 32 autos de infração, que totalizam R$ 343,4 mil. Também foram apreendidos 40 metros cúbicos de madeira serrada e 246 m³ em tora, o que equivale a cerca de dez camiões carregados. A equipa de fiscalização navegou de Manacapuru (AM), pelos rios Solimões e Purus, até Boca do Acre (AM). Foram realizadas ações nos municípios de Anamã, Beruri, Tapauá, Canutama, Lábrea e Pauini, no Amazonas. Além de madeira, embarcações, redes e animais, também foram aprendidas 7 espingardas, 50 cartuchos carregados, 2 motores de rabeta e 5 serras.

Bico calado

  • A corte riu-se da piada de mau gosto do Marcelo: «Uma bomba aqui era uma crise… já viram o funeral de urnas em fila que era? Os Jerónimos não tinham capacidade…». E os jornalistas Martim Silva e Helena Pereira, do Expresso, não hesitaram em lhe atribuir o "Prémio Humor Negro". Em 1993, Carlos Borrego, ministro do Ambiente de Cavaco, demitiu-se por protagonizar cena vagamente semelhante a propósito de alumínio. O «caso do alumínio» provocara a morte de 25 doentes da Unidade de Hemodiálise do Hospital Distrital de Évora, que era abastecido com a água da albufeira de Monte Novo, contaminada com excesso de alumínio. De visita à cidade, Carlos Borrego decidiu contar uma anedota. «Sabem o que é que no Alentejo – em Évora melhor dizendo – fizeram aos cadáveres das pessoas que morreram ultimamente? Levaram-nos para reciclar, para aproveitar o alumínio». A piada foi considerada um insulto e uma ofensa às vítimas, aos seus familiares e aos alentejanos, e o ministro demitiu-se. Neste caso batem palmas ao presidente que, por vezes, faz papel de bobo da corte.
  • «Barreiras Duarte foi secretário de Estado adjunto de Miguel Relvas, o que significa que um visiting scholar que não era visiting scholar fez trabalho político sob a alçada de um licenciado que não era licenciado. Parece apropriado, mas na verdade não faz sentido: as habilitações inexistentes de Barreiras Duarte são muito mais impressionantes do que o diploma imaginário de Miguel Relvas, pelo que o segundo deveria ter trabalhado sob a orientação do primeiro, e não o contrário. Uma licenciatura na Lusófona é claramente menos importante do que o estatuto de professor convidado em Berkeley, mesmo que ambos pertençam ao domínio da fantasia. (…) tendo em conta a acumulação de casos, parece-me que já faz falta um Ministério da Educação Falsa, para regular os graus académicos fantasiosos e, sobretudo, cobrar propinas verdadeiras aos titulares de habilitações falsas. (…)» Ricardo Araújo Pereira, in Este homem tem um currículo fantástico – Visão 22mar2018.
  • RTP1, 13h40 de sábado, 24 de março de 2018: o jornalista fala de futebol e diz que «os súbditos de sua majestade» puseram a Holanda fora da corrida ao mundial da Rússia. Valerá a pena este utilizador de clichês informar-se sobre a política holandesa antes de bolsar asneiras deste calibre.
  • «(…) O meu único receio é o facto de José Silvano ter sido condecorado por Cavaco Silva, e nós sabemos como acabaram a maioria das pessoas que foram condecoradas pelo velho Aníbal.» João Quadros, in Banhadas de ética - JNegócios 23mar20128.

sábado, 24 de março de 2018

Reino Unido: governo rejeita mina de carvão a céu aberto

Couto de Esteves
  • Entre 87 e 98% dos navios cumprem as regulamentações mais rigorosas para as emissões de enxofre que foram introduzidas na Europa em 2015, confirmam investigadores da  Chalmers University of Technology, em Gotenburgo, Suécia. Os níveis mais baixos de conformidade foram observados na parte ocidental do Canal da Mancha e no meio do mar Báltico.
  • Os químicos dispersantes utilizados para limpar os derrames de petróleo têm o efeito secundário de transformar o petróleo bruto numa névoa tóxica, indica um estudo da Johns Hopkins University, em Baltimore, coordenado por Nima Afshar-Mohajer.

Reflexão – Que influência nas decisões do Parlamento têm as doações das madeireiras a deputados?

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A maioria dos deputados brasileiros recebeu doações de madeireiros, titula uma grande reportagem de Ana Aranha e Guilherme Zocchio, no Repórter Brasil 30jan2018

«Empresas e pessoas que cometeram crimes e infrações ambientais doaram R$ 58 milhões para mais da metade da Câmara. Entre eles, está Cristiane Brasil, ministra do Trabalho, e José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente. 

Os doadores autuados são, no total, 92 empresas e 40 pessoas físicas. Os dados têm como fonte as declarações dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral e a lista de autuados do Ibama em novembro de 2017
Os dados foram cruzados pelo Ruralômetro, ferramenta produzida pela Repórter Brasil que permite monitorar a atuação de cada deputado em áreas sensíveis ao meio ambiente, povos indígenas e trabalhadores rurais. 
O cruzamento de dados oferece pistas sobre como os interesses de financiadores-infratores ambientais podem estar conectados à ação dos parlamentares. Não é suficiente para concluir que os doadores determinam os votos e proposições, mas revela algumas coincidências que valem ser monitoradas.»

Memórias curtas

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  • 24mar2008 - A Quercus acusa empresários espanhóis de promoverem o abate ilegal de centenas de azinheiras na Herdade da Ínsua, junto ao Guadiana, no concelho de Serpa.
  • 24mar2007 - Em Grândola, o projecto turístico-imobiliário da Costa Terra vai avançar após década de braço de ferro com associações ambientalistas que alegam invasão de zona de Rede Natura.

Bico calado

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sexta-feira, 23 de março de 2018

Espinho: 21 de março (Dia Mundial da Árvore) e 22 de março (Dia Mundial da Água)


21 de março – Dia Mundial da Árvore
22 de março – Dia Mundial da Água

Em Espinho, por estes dias, foi assim:
Enquanto a Câmara plantava árvores em Escolas, o empreiteiro da obra de requalificação da Alameda arrancava as que tinham sido plantadas há pouco menos de 10 anos.
E, na rua 7, a água correu pela valeta durante mais de um dia.
Ora digam lá se Espinho não é mesmo um encanto de cidade.

Terceira-Açores: Relatório americano revela contaminação da água para consumo humano


  • «Análises à água para consumo humano captada nos aquíferos na zona da Base das Lajes, no concelho da Praia da Vitória, ilha Terceira (Açores), revelam excesso de dioxinas, amónia, ácido fosfónico, cobre, ácido acético, chumbo, naftaleno (um hidrocarboneto), trialometano, bem como dos herbicidas glifosato, diquat e endotal, e dos pesticidas hidroxicarbofurano e metiocarbe. A revelação é feita numa lista publicada no relatório das autoridades americanas da base intitulado "Drinking Water Quality Report 2015", a que o Expresso teve acesso. Fontes ligadas à Base das Lajes contam que desde há vários anos os militares americanos e os trabalhadores civis são aconselhados verbalmente a beber apenas água engarrafada. E que os militares e trabalhadores civis da Força Aérea Portuguesa (FAP) receberam 84 emails internos entre 11 de julho de 2017 e 14 de março de 2018 a avisarem alternadamente que a água da torneira estava boa ou imprópria para consumo, sem explicarem as razões para essas mudanças súbitas na sua qualidade.»

Reflexão – O orçamento da defesa da floresta sofreu cortes de mais de 20 milhões entre 2011 e 2015

Cristas posando para tuga ver, fingindo trabalhar com roçadoura a limpar mato.

«O orçamento de despesa da entidade pública responsável pela gestão do património florestal do Estado e das áreas protegidas foi altamente afectado pelos cortes orçamentais do anterior governo. Entre 2011 e 2015, o orçamento caiu mais de 25%, passando de mais de 82 milhões de euros para pouco mais de 61 milhões durante esse período.

A fusão da Autoridade Florestal Nacional e do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade em 2012, que criou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), resultou num corte de 10 milhões de euros no seu financiamento, logo no primeiro ano completo do governo do PSD e do CDS-PP, com Passos como primeiro-ministro e Cristas como ministra da tutela.
Até à derrota eleitoral de 2015, o orçamento do ICNF foi sofrendo cortes sucessivos, perdendo outros 10 milhões de euros até ao final da legislatura. O orçamento para investimento foi o que mais sofreu a partir de 2013: nesse ano passa de 9 para 3 milhões de euros; em 2014 é praticamente obliterado, passando para 500 mil euros.» 


Memórias curtas