quinta-feira, 30 de junho de 2016

Portugal: renováveis produziram cerca de 70% da eletricidade durante 46 dias

Imagem captada aqui.
  • Durante 46 dias dos primeiros cinco meses do ano as energias renováveis produziram quase 70% de toda a eletricidade gerada em Portugal Continental. DN. Os portugueses ainda não viram benefício algum nas suas faturas de eletricidade.
  • O país de Gales poderá ser multado por violação das emissões da sua central a carvão de Aberthaw, Glamorgan. The Guardian.
  • A Administração Obama aprovou mais de 1.500 licenças offshore de fraturação hidráulica no Golfo do México. Silêncio absoluto por parte dos media de referência. Desmog.

Bico calado

Espinho, 29jun2016.

«A primeira ilação a extrair deste episódio – exemplar entre muitos outros das práticas dos órgãos de comunicação social – é a de que a ampliação do acesso e da utilização de tecnologias de captação e transmissão de imagens e dados, bem como a sua disponibilização no espaço público, corresponde a um expressivo aumento da capacidade de escrutínio das práticas jornalísticas pelos cidadãos. A segunda e muito importante conclusão é a de que os cidadãos, tendo ao seu alcance cada vez mais meios para cruzar, verificar e comparar as informações veiculadas pelos grandes meios, mas também de partilhar as suas críticas e informação alternativa, estão a tomar maior consciência das omissões, entorses e manipulações a que são sujeitos – e a reagir. Apesar do poderoso aparelho mediático que influencia e comanda muitos aspectos das nossas vidas, subordinado a um indisfarçável consenso ideológico e a uma agenda inseparável dos grandes interesses das classes dominantes comum aos grandes meios de informação, há uma frente de resistência e de combate a ganhar terreno. Das formas individuais de participação cívica e discussão nas redes sociais, produzindo, agregando e distribuindo informações, à intervenção colectiva no espaço público através de blogues e de sítios de reflexão, crítica, denúncia, intervenção e mesmo de informação alternativa, os cidadãos estão a furar o cerco de silenciamentos e deturpações.» Aflfredo Maia in Os Media e o despertar dos cidadãosAbril Abril.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Comissão Europeia dá mais 18 meses ao glifosato

Rio Balsemão, em Cotelo, Serra de Montemuro. Foto de Luís Filipe Correia.

  • A Inspeção-Geral do Ambiente detetou em 2015 irregularidades em duas instalações de resíduos perigosos não reportados nos Mapas Integrados de Registo de Resíduos e infrações. DN.
  • A Alemanha acaba de proibir a fraturação hidráulica. Mas os ambientalistas criticaram o governo por não ir ao fundo da questão, uma vez que a moratória aprovada acaba por, de facto, não proibir a extração de gás e petróleo, para além de que os estados, individualmente, poderão ter uma palavra a dizer. E, sublinhe-se, esta moratória será reapreciada em 2021. EcoWatch.
  • A Comissão Europeia prologou por 18 meses a comercialização do glifosato. InfoGM. Ora aqui está uma decisão que quase passava despercebida no meio da balbúrdia e do rescaldo do Brexit. O canibalismo capitalista voltou a vencer, a impor as suas regras. Os seus sequazes assim o quiseram. O glifosato é a substância ativa incluída em muitos herbicidas, como Roundup da Monsanto ou o Montana da Sapec. «Independentemente das pressões do poderoso lóbi da indústria química e de produtos fitofarmacêuticos, independentemente dos criativos do marketing do glifosato que o consideram inócuo ao ponto de até poder ser bebido, - um alegado cientista, entrevistado por um jornalista francês, recusou-se a bebê-lo dizendo que não era parvo -, o Montana e quejandos são, de facto, herbicidas sistémicos. Isto é, o glifosato, aplicado sobre plantas, é imediatamente absorvido pelas folhas e partes verdes, sendo transportando pela seiva até às raízes, provocando a destruição total das plantas. A chuva depois encarrega-se de arrastar os resíduos do glifosato para as linhas de água e destas para o mar, onde vivem peixes. E nós consumimos e apreciamos peixe. Temperado com glifosato saberá melhor, dirão alguns entendidos.»
  • As despesas de saúde relacionadas com casos de cancro provocado por exposição ao amianto representam 1,7 biliões de dólares por ano no Canadá. A fatura é de 818 mil dólares por cabeça, revela a investigação coordenada por Emile Tompa, do Institute for Work & Health. The Globe and Mail.

Bico calado

Na Austrália, a McDonald’s quadruplicou os lucros mas reduziu os impostos para metade através de uma offshore em Singapura. «É como se tivéssemos pedido um hambúrguer com batatas fritas e nos tivessem trazido picles», desabafou o senador Nick Xenophon.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Câmara de Espinho continua a abusar do glifosato


A foto regista o momento em que técnicos da SUMA aplicavam herbicida no espaço envolvente do Multimeios, em Espinho. 
Os «aplicadores» da SUMA, do grupo Mota-Engil, só sabem que estão a aplicar Montana, da belga Sapec. Presume-se que saibam que o herbicida em questão tem cerca de 40% de glifosato, substância ativa de várias marcas de herbicidas, considerada cancerígena pela Organização Mundial de Saúde. Presume-se que tenham tirado o respetivo curso de aplicador de produtos fitofarmacêuticos. Presume-se também que tenham recebido o respetivo cartão oficial de aplicador passado pela respetiva Direção Regional de Agricultura. Ou será que o «patrão» da «coisa» tirou o curso e este serviu para toda a equipa de «colaboradores»?

Zonas de Beijing afundam-se 11 centímetros por ano

Imagem captada aqui.
  • Em Campania, no sul de Itália, são cada vez mais os casos de crianças com tumores e cancro no cérebro e de mulheres com graves problemas nos ovários. Tudo provocado por resíduos tóxicos que, não sendo devidamente acondicionados e tratados, contaminam solos e águas. Telegraph.
  • Na Suécia foi descoberta tecnologia para produzir, de forma muito mais barata, hidrogénio a partir da água. SD.
  • A gigante mineira canadiana Barrick Gold verteu resíduos de cianeto em cinco rios da Argentina após dispensar um engenheiro que levantou questões de segurança sobre a operação de mineração responsável pela contaminação. National Observer.
  • Algumas zonas de Beijing estão a afundar-se 11 centímetros por ano. O esgotamento das águas subterrâneas é a causa mais provável do fenómeno, dizem os investigadores. HP.
  • Milhares de pessoas manifestaram-se contra a construção de uma incineradora em Xiantao alegando futuros prejuízos para a sua saúde e para o Ambiente. Reuters.

Mão pesada

  • A Volkswagen concordou pagar 10 biliões de dólares de multa na sequência do escândalo do sistema de controlo de emissões dos seus automóveis. ITV.
  • A cervejeira Yuengling foi multada em 2,8 milhões de dólares por descarga de efluentes não tratados. Foi ainda intimada a investir cerca de 7 milhões em melhorias ambientais nas suas instalações. DB.

Bico calado

«Francisco Assis, militante e eurodeputado do PS, tem em muito má conta tudo aquilo que está a esquerda do PS e não hesita em considerar-me “eternamente adolescente” por privilegiar essa esquerda. Na sua arrogância política irracional, Assis deve considerar-se “eternamente adulto” por privilegiar a direita, como se quisesse transmitir-nos em modo subliminar a ideia, verdadeiramente grotesca, de que a direita é “responsável” e a esquerda não, de que os “adultos” são de direita e os “adolescentes” é que são de esquerda.» Alfredo Barroso in Resposta a Francisco Assis: arrogante e grotesco - Público 27jun2016.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Portas e Cristas tornaram barragem do Tua irreversível

Imagem retirada daqui.
  • Continuam as descargas poluentes no Ribeiro da Boa Água. «Mas então as ETARs que foram inauguradas em Torres Novas não foi com a intenção de resolverem duma vez por todas as descargas em diversos ribeiros e com incidência junto a este Ribeiro da Boa água?» interroga-se um local, queixando-se do frequente mau cheiro entre o Estabelecimento Prisional de Torres Novas e a A23. Entretanto, os presidentes das câmaras de Torres Novas e Golegã querem que sejam identificados os autores das descargas ilegais que têm ocorrido na bacia hidrográfica do Almonda, sublinhando o investimento feito pelos municípios para tratamento dos efluentes domésticos. Nas últimas semanas as autoridades identificaram, com a ajuda dos cidadãos, vários infractores que foram alvo de processos de contra-ordenação por alegadas descargas ilegais na bacia do Almonda, conta o Correio do Ribatejo.
  • «Paulo Portas e Assunção Cristas foram decisivos para que a polémica barragem do Tua avançasse e se tornasse hoje numa obra irreversível. Enquanto ministros do anterior governo, foram eles que colocaram o diplomata Seixas da Costa a negociar a aprovação da barragem junto da UNESCO. Meses depois da sua intervenção, a UNESCO rasgou o parecer negativo que tinha dado à obra e viabilizou o avanço das gruas da Mota Engil. Logo que terminou esta negociação, Seixas da Costa foi contratado por esta empresa do norte e é hoje consultor da Mota Engil para África. Há três meses, o embaixador tornou-se também colaborador de uma das empresas da concessionária da barragem, a EDP Renováveis. Paulo Portas seguiu-lhe o exemplo e é agora consultor da Mota Engil para a América LatinaRTP.

Bico calado

«Claro que eu posso dizer estas coisas e nenhum político o pode, sobretudo se estiver no poder ou próximo dele, e ainda bem que nenhum importante o disse até agora. Encurtando razões, porque é que isto é importante? Naturalmente, porque a imprensa deve ser mais equilibrada (e mais transparente). Mas também porque mostra a tacanhez dos empresários portugueses. À direita, há sempre dinheiro para investir ou, em alguns casos, para perder, em jornais. À esquerda, não. É uma visão limitada da vida política nacional e perigosa, mesmo para eles. Não será fácil ser jornalista neste pequeno mundo.» Pedro Lains in Jornalismo.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Cidadãos exigem fim da poluição da Ribeira dos Milagres pelas suiniculturas

Gerês. Foto de Luís Ferreira.
  • Dezenas de cidadãos manifestaram-se ontem, ao fim da tarde, no Mercado de Sant'Ana, em Leiria, onde decorria a Gala Porco D'Ouro, com o patrocínio da Câmara Municipal de Leiria e a participação de muitas empresas de suinicultura. «Não aceitamos que continuem impunemente a poluir as linhas de água da região e do país, a contaminar recursos hídricos e a destruir biodiversidade. Exigimos a construção de Estações de Tratamento de Efluentes Suinícolas em dimensão apropriada à realidade da suinicultura da região, que se responsabilizem os infractores, que se mobilizem as entidades públicas e que, efectivamente, se acabem com as descargas ilegais e danosas para o ambiente e para a sociedade. O nosso ouro são os recursos naturais e o ambiente», dizia o comunicado dos organizadores. Ribeira dos milagres, FB.
  • Cinco anos antes do grande escândalo da batota das emissões dos automóveis, a Comissão Europeia avisou a VW para acabar com a batota que havia nos seus automóveis para controlar as análises das emissões. The Guardian.

Mão pesada

  • O Tribunal de Justiça europeu aplicou a Portugal uma multa de três milhões de euros por incumprimentos no tratamento de águas residuais de Matosinhos e Vila Real de Santo António. Em 2009, Portugal tinha já sido condenado pelo incumprimento da diretiva em causa, em 22 aglomerações urbanas. DN.
  • A JSB Industries, Inc. foi multada em 156 mil dólares por fuga de amoníaco anidro dos seus sistemas de refrigeração em Chelsea e Lawrence, Mass., e intimada a investir 119 mil dólares em equipamento de segurança. EPA.
  • A cadeia de supermercados Trader Joe foi multada em 500 mil dólares por fugas de hidrofluorocarbonetos dos seus sistemas de refrigeração. The Guardian.
  • O Exército norte-americano foi multado em 100 mil dólares e intimado a eliminar 12 fossas ilegais. Pacific Business News.

Bico calado

«O problema está exposto e a hipocrisia desmascarada. No caso do banco privado, o Banif, o Governo de PSD e CDS-PP passou um cheque em branco de 1,1 mil milhões de euros ao banco, em 2012, sem fazer perguntas, sem exigir explicações, apesar da empresa estar em pré-falência e de saber-se que dificilmente voltaria a pagar essa ajuda do Estado. Durante os três anos seguintes, Passos, Portas e Maria Luís adiaram o assunto, mascararam-no e geriram-no de forma grosseiramente incompetente. Para mascarar as contas públicas, empurraram a bomba-relógio para o Governo seguinte e, hoje, agem como se nada tivessem a ver com o assunto. No caso da CGD, o banco público que constitui os alicerces onde assenta todo o sistema financeiro português, antes da resolução do assunto as mesmas pessoas, do PSD e CDS-PP, exigem a politização deste tema, através de uma comissão de inquérito que demorará meses a ser concluída, e colocam entraves à recapitalização em todas as fases do processo, exibindo um nível de exigência que não é sequer comparável com a exigência que demonstraram na injecção de dinheiro em bancos privados. Não sejamos ingénuos, a antiga ambição de PSD e CDS-PP, de privatizarem a CGD, tem tudo a ver com a politização que estes partidos querem fazer dos maus negócios que prejudicaram o banco público.» Uma página numa rede social, FB.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Espanha terá que alterar o modelo de gestão dos recursos hídricos

Canal perto de Southall. Imagem retirada daqui.
  • É demolidor o relatório do Parlamento Europeu sobre a gestão do Tejo por parte do governo espanhol. Aprovado por unanimidade, o texto diz literalmente que «deve mudar-se o modelo de gestão dos recursos hídricos em Espanha e dar prioridade aos requisitos ambientais em relação aos socioeconómicos». Sugere-se ainda, entre outras coisas, que o governo espanhol reveja o caudal ecológico proposto para o Tejo porque o atual «não é suficiente» para garantir um bom estado do rio e para permitir uma diluição suficiente das águas residuais depuradas». Cadena Ser.
  • A reciclagem de painéis solares representa um altíssimo potencial económico, podendo ultrapassar os 15 mil milhões de dólares até 2050. Energias Renovables.
  • A Pacific Gas e a Electric Co. anunciaram que não vão renovar as licenças para os reatores da central nuclear de Diablo Canyon, que deverá encerrar em 2025. Esta central manteve uma relação tumulktuosa com a comunidade local durante 31 anos, tendo provocado impactos anuais de 1 bilião de dólares. Esta é a única central nuclear a funcionar na Califórnia após o encerramento da San Onofre, em 2012. The Tribune.

Mão pesada

  • A maior fornecedora de petróleo de Porto Rico foi acusada de se ter apropriado indevidamente de 11 milhões de dinheiros públicos. A PetroWest é acusada de ter aplicado aos clientes uma taxa de 0,5% à já endividada Puerto Rico Electric Power Authority apesar de alguns municípios lhe terem concedido uma taxa mais baixa e até dispensado da taxa. The Indian Express.
  • A agência regional do Ambiente de Shandong, China, foi processada por não ter aplicado sanções contra as violações ambientaias praticadas pela Qingshun Chemical Technology Company. The Guardian.

Bico calado

  • Relatórios sobre a indústria extrativa e a evasão fiscal na América Latina: A produção da soja domina a evasão fiscal na Argentina, principalmente através da triangulação, da sobrefaturação de importações, da subfacturação de exportações, da utilização de acordos de dupla tributação, do aumento de custos através de faturas apócrifas do pagamento de serviços inexistentes e da manipulação dos preços de transferência. No Brasil, é o ferro que baila. A criação de empresas offshore é a prática mais vulgar. Embora a China seja o principal destino das exportações brasileiras de produtos minerais, a Suíça e as Ilhas Caimão constam da lista dos principais compradores destes produtos. O setor mineiro é rei na Colômbia. É comum as empresas mineiras, na Colômbia, venderem os seus produtos a inbtermediários, que normalmente pertencem ao mesmo grupo económico mas estão sediadas em paraísos fiscais. Na Costa Rica, é o ananás que dá cartas. Os mecanismos utilizados na evasão fiscal são a criação de subsidiárias em jurisdições de alta opacidade em termos fiscais e os chamados preços de transferência, que são mecanismos de comércio entre subsidiárias da mesma empresa, através de intricados mecanismos para burlar a fiscalização tributária ao longo de toda a cadeia de produção e comercialização. Por exemplo, a Del Monte não se satisfaz com uma sede nas super blindadas Ilhas Caimão: tem 30 subsidiárias em outros paraísos fiscais como Gibraltar, Bermudas, Antilhas Holandesas e Ilhas Virgens. Eurodad.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Três ambientalistas mortos por semana em 2015

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  • Três ambientalistas foram assassinados por semana em 2015 por defenderem direitos ambientais contra explorações mineiras hidroelétricas e florestais. A Global Witness denuncia a morte de 185 ativistas em 16 países, um aumento de 60% em relação a 2014. O Brasil, as Filipinas e a Colômbia lideram em número de mortes, respetivamente com 50, 33 e 26. Reuters.
  • Inspetores de Água da Smiths Falls, uma pequena cidade a sudoeste de Ottawa, estão a monitorizar uma empresa funerária pioneira na utilização de uma solução alcalina para dissolver restos humanos, e, em seguida, despejar os efluentes cor de café no sistema de esgotos. CBCNews.
  • Cinco unidades de conservação federais no estado do Amazonas, criadas pela ex-presidente Dilma Rousseff, correm o risco de serem anuladas. O território corresponde a 2,83 milhões de hectares, equivalente ao estado de Alagoas.  Tudo para satisfazer os interesses de entidades ligadas ao setor rural no estado, que se diz prejudicado com a criação das áreas protegidas. EEF.

Reflexão - quem lê o Ambiente Ondas3 e quais as preferências?

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No Ambiente Ondas3, os três textos mais populares dos últimos oito dias foram, segundo a Google Analytics:
Durante o mesmo período, as visitas vieram dos seguintes países, por ordem decrescente: Portugal, Brasil, EUA, Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Suíça, Bélgica e Angola.

Ainda durante este período, a proveniência, também por ordem decrescente, dos leitores de língua portuguesa foi a seguinte: Espinho, Porto, Lisboa, São Paulo, Coimbra, Amadora, Ponta Delgada, Matosinhos, Gaia.

Bico calado

  • «Trata-se, de certa forma, de um desafio à condição de inimputabilidade a que muitos órgãos estavam sujeitos e com a qual se sentiam muito confortáveis. Mas quem pode fazer capas, quem pode interferir na opinião pública, que entra no debate, também deve estar sujeito ao escrutínio, à crítica, à discussão pública. Dentro dos limites que se impõem a tudo: respeito, educação, elevação.» Os truques da imprensa portuguesa, FB.
  • O Brexit seria ótimo para os paraísos fiscais, para a desregulamentação financeira, para a impunidade da evasão e corrupção fiscal do tipo revelado pelos Panama Papers. TJN.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Lisboa alcançou metas de redução de CO2 exigidas pela UE

Espinho: Gaivotas nos beirais. Imagem retirada daqui.
  • Lisboa já alcançou as metas de redução de CO2 exigidas pela UE mas quer ir mais longe. Público. Municípios que participam com Planos de Ação para a Energia Sustentável: Abrantes, Águeda, Almada, Alter do Chão, Alvaiázere, Arcos de Valdevez, Arronches, Avis, Barreiro, Beja, Boticas, Caminha, Fafe, Faro,  Fronteira, Funchal,  Gavião, Guarda, Guimarães,  Lagoa (Algarve), Lisboa, Loures,  Macedo de Cavaleiros,  Marvão,  Matosinhos,  Melgaço,  Monção, Monforte, Moura, Nisa, Oeiras, Ovar, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Portalegre, Porto , Ribeira de Pena, Santarém, Santiago do Cacém, Seia, Seixal, Serpa,  Sertã, Sintra, Sousel,  Valença,  Vendas Novas, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Gaia, Vila Pouca de Aguiar.
  • A Califórnia é um dos estados norte-americanos mais ricos e é líder na tecnologia solar. Porém, as comunidades latinas, pobres, continuam privadas deste bem. New America Media.

Mão pesada

  • A Maxus Energy pediu proteção ao abrigo da lei das falências após conseguir 130 milhões de dólares da empresa mãe para descontaminar o Passaic, em Nova Jersey. WSJ.
  • A Wesdome Gold Mines, do Ontario, foi multada em 350 mil dólares por contaminação de um rio com efluentes perigosos. Canadian Manufacturing.

Bico calado

Gerês. Foto de Luís Ferreira.
  • Dois ex-membros do Executivo de Passos Coelho (Manuel Teixeira, ex-secretário de Estado da Saúde, e Hélder Reis, ex-secretário de Estado do Orçamento) e o diretor-geral da ADSE (Carlos Batista) arriscam-se a ter de devolver um total de €36 milhões que transferiram do sistema de proteção social da Função Pública (ADSE) para o governo regional da Madeira. Visão.
  • A Argentina expulsa a TeleSUR e a RT. É assim que o novo presidente censura as vozes dissonantes.

domingo, 19 de junho de 2016

Amostras de água do mar recolhidas em 20 pontos da costa

Imagem retirada daqui.

  • Era este, há dias, o aspeto do rio Almonte e parte do Tejo na zona de Valuengo en Jerez de los Caballeros. O fenómeno começou no princípio de maio, com a subida das temperaturas. O ministério da Agricultura espanhol não considera a situação preocupante. El Periodico Extramadura.
  • Várias instituições de investigação portuguesas voltam a recolher água do mar em 20 pontos da costa, juntando-se a um projeto mundial, - o Ocean Sampling Day -, que analisa as amostras para fazer o retrato do estado dos oceanos e dos seus habitantes. As amostras são enviadas para a sede do projeto, em Bremen, na Alemanha, e analisadas através de tecnologias modernas que permitem listar os seus componentes - de bactérias a vírus, microorganismos ou restos de peixes - e fazer a sequenciação dos genes. DO.
  • Um projeto florestal no Egito está a usar efluente de esgoto para cultivar plantações de árvores no deserto, evitando a desertificação. O método tem sido tão eficaz que tem atraído o interesse de empresas florestais alemães. DW.
  • O Bank of America, o JP Morgan Chase e o Wells Fargo são alguns dos 158 bancos, seguradoras e gestoras de pensões que, segundo a holandesa PAX, subsidiaram o fabrico de bombas de fragmentação. Os EUA, o Reino Unido, o Canadá, a França, a Alemanha, a Suiça são alguns dos países envolvidos no fabrico dessas bombas proibidas desde 2008. Common Dreams.
  • O Forest Swervice norte-americano foi processado por não proteger lobos cinzentos e outras espécies ameaçadas. Alternet.
  • Um derrame de petróleo ocorreu numa extensão de 5 Km no noroeste de Alberta, Canadá, numa zona de proteção ao urso-cinzento. O consórcio responsável da ConocoPhillips e da Paramount Resources deslocou 150 técnicos para debelar o problema. MG.

Reflexão - os lucros das maiores poluidoras

Imagem apanhada aqui.

24 mil milhões de euros na Europa e 446 milhões de euros em Portugal são os montantes a que ascendem os lucros extraordinários obtidos pelas indústrias mais poluidoras entre 2008 e 2014, à custa do sistema de Comércio Europeu de Licenças de Emissão, revela o relatório realizado pela consultora holandesa CE Delft e divulgado pela Carbon Market Watch, segundo o qual indústria do ferro e do aço, as cimenteiras, as refinarias e as petroquímicas são os setores que mais lucraram. Quercus.


Mão pesada

Rio Tejo. Foto de Tejo é Vida.
  • A Northern Ireland Water Ltd foi multada em 2 mil libras por descarga ilegal de esgoto não tratado para um afluente do rio Callan. Farming Life.
  • A Marathon Petroleum Company foi multada em 326 mil dólares e intimada a investir 319 milhões de dólares em equipamentos de recuperação de «flares» e 15 milhões em projetos para a redução da poluição nas suas refinarias de Illinois, Kentucky, Louisiana, Michigan e Ohio. EPA.
  • A BP Products North America Inc. foi multada em 275 mil dólares por violação de diversas regras de manutenção da qualidade do ar e da água na sua refinaria de Whiting, Indiana. EPA.

sábado, 18 de junho de 2016

ETARs proibidas de tratarem efluentes da fraturação hidráulica

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  • Os bancos britânicos deram mais de 115 biliões de libras para apoiar projetos de combustíveis fósseis em todo o mundo nos últimos três anos, revela um relatório da Rainforest Action Network, da BankTrack, do Sierra Club e da Oil Change International. RAN.
  • O ministério do Ambiente dos EUA proibiu os efluentes das operações de fraturação hidráulica serrem tratados em ETARs públicas alegando a incapacidade destas infraestruturas para lidar com poluentes tóxicos e radioativos. EcoWatch.
  • Membros da tribo brasileira Awá bloquearam uma linha de caminho-de-ferro da mineira Vale. Dizem que a expansão da atividade da Vale vai aimentar significativamente o trânsito de comboios da mina de Carajás para o porto de São Luís e isso dificultará a busca de comida por parte da tribo. Survival.

Mão pesada

O Comando Local da Polícia Marítima de Ponta Delgada apreendeu mais de um quilómetro de rede de palangre de fundo que estava colocada no mar a 50 metros da costa no Sul e Leste de São Miguel, numa área entre os concelhos de Povoação e Nordeste, quando esta rede só pode ser colocada a três milhas de costa, ou seja, a cerca de 6 Km. Os infratores incorrem na presumível prática de contraordenações, puníveis com coimas que de acordo com a legislação em vigor podem variar entre 250 e 37.500 euros. CA.

Bico calado

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  • «Foi o próprio Portas que, falando de si, disse que “estava no mercado”. Sobre a sua atitude disse tudo o que queria dizer na discussão que tive na Quadratura do Círculo [SIC Notícias], excepto uma coisa: por que razão um homem que é esperto e sabe as consequências reputacionais daquilo que faz correu tão rapidamente para um emprego de lobista de uma empresa? A resposta deu-a o próprio Portas: o seu “valor” no “mercado”. Ora o “valor” de Portas no “mercado” do lóbi degrada-se rapidamente à medida que o tempo passa e os contactos e relações que estabeleceu enquanto esteve no governo, onde ocupou os mais altos cargos de “estado”, vão-se desvanecendo. Aliás, uma retórica balofa que uma certa direita do CDS tem do “estado” está bem traduzida neste episódio, em que um antigo vice-primeiro-ministro, ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Defesa passa a lobista exactamente usando o “valor” que vem dessa alta experiência. E o “valor” são os segredos de Estado, os conhecimentos, os contactos, e o currículo de cargos governamentais no cartão-de-visita. É por isso que Portas tem pressa e assim pode comprar os talheres de prata mais cedo, ou fazer o upgrade para os de ouro.» José Pacheco Pereira in Sábado 17jun2016.
  • «O mais curioso deste tema, Caixa Geral de Depósitos, é o facto de a ex-coligação governamental, de repente, estar preocupada com a saúde da Caixa. Já lá vai o tempo em que Maria Luís, sobre a CGD poder levar rombo com o Fundo de Resolução no Novo Banco, dizia: “A CGD pode sentir um impacto: é o preço de ter um banco público.” Sem espinhas. E o Presidente, Cavaco Silva, garantia, a propósito do mesmo tema: “É errado dizer-se que pela via de redução dos lucros da CGD os contribuintes podem vir a suportar custos.” Era a caixa da Joana, agora é a de Pandora.» João Quadros in Na Caixa com certezaJNegócios 17jun2016.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Horta abandona glifosato

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  • A Câmara Municipal da Horta abandona em julho a utilização do glifosato, disse José Leonardo. «Estou em condições de anunciar que a Câmara Municipal da Horta irá, já a partir do próximo mês de julho, abandonar a utilização do glifosato na gestão dos seus espaços urbanos e rurais, valorizando assim o nosso meio ambiente, a proteção da saúde humana e dando um forte contributo para a Economia Verde que pretendemos enaltecer», afirmou o presidente da autarquia, referindo que a Câmara da Horta é a primeira dos Açores a abolir a utilização daquele herbicida. CMHortaA Horta está de parabéns. Aliás foi na Horta que nasceu o primeiro presidente eleito da República Portuguesa.


Imagem captada aqui.

  • Ora cá está mais um frete à indústria da madeira e do papel. Toda a gente conhece os impactos negativos do eucalipto, mas outros valores se levantaram para o Expresso.

Reflexão - Nunca é demais esmiuçar este TTIP

Imagem recuperada daqui.

Os media portugueses lembraram-se, finalmente, de começar a falar deste Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento. Ainda bem, porque mais vale tarde do que nunca.

O Ambiente Ondas3 há muito que acompanha este tema e, por isso, repesca o que sobre ele «apanhou». Queiram consultar as seguintes hiperligações:

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Escócia antecipa redução de emissões

Achadinha, S.Miguel-Açores. Foto de Pedro Silva.
  • A Escócia atingiu, 6 anos antes do previsto, a percentagem de redução de emissões de gases de efeito de estufa, informa o governo escocês. The Scottish Government.
  • Ségolène Royal, ministra dos Negócios Estrangeiros de França, exige a divulgação pública da avaliação feita aos compostos desreguladores endócrinos mantida em segredo pela Comissão Europeia. Le Monde.
  • A Ineos, proprietária da refinaria de Grangemouth e detendora de 21 licenças de exploração de gás de xisto através da fraturação hidráulica, planeia despejar efluentes das suas operações no alto mar. Foi o próprio Tom Pickering, director da Ineos Shale a admitir isso, claro que, segundo ele, de acordo com orientações do ministério do Ambiente britânico. A fraturação hidráulica bombeia água, produtos químicos e areia para o subsolo, a alta pressão, para fraturar xisto e liberar o gás, podendo cada poço exigir 27 milhões de litros de água. Entre 20 e 40% destes fluxos regressam à superfície, trazendo sais, produtos químicos e material radioactivo natural que a Agência do Ambiente diz ser suscetível de ser classificados como resíduos radioativos. The Guardian.

Reflexão – Israel corta a água a zonas da Palestina durante o Ramadão

Fafião, Gerês. Foto de Luís Ferreira, 13jun2016.

As pessoas têm que adquirir água a preços altos no mercado paralelo e têm que se viver, em algumas zonas, com o máximo de 10 litros por dia, denuncia Ayman Rabi, o diretor do Palestinian Hydrology Group. 

Segundo a ONU, 7,5 litros de água, por dia e por pessoa, é o mínimo exigido mas em algumas zonas da Palestina, com temperaturas superiores a 35º, o mínimo exigido é muito maior. 

Desde 1967 que Israel raciona a água à Palestina no West Bank e na Faixa de Gaza. 350 litros de água é quanto um israelita consome diariamente. Al Jazeera.

Mão pesada

Gerês. Foto de Luís Seara de Sá, 21mai2016.
  • A United Utilities poderá ser multada na sequência da contaminação das águas do Bradshaw Brook e consequente morte de peixes. The Bolton News.
  • A cidade de San Jose foi intimada a investir durante a próxima década, 100 milhões de dólares na limpeza das ribeiras que desaguam na Baía de San Francisco e na reparação do sistema de esgotos e pluviais. The Mercury News.
  • A Acme Foundry, Inc. foi multada em 29 mil dólares por violar regras de manutenção do sistema pluvial de Coffeyville, Kansas. EPA.
  • A Newport Biodiesel, Inc foi multada em 396 mil dólares e intimada a instalar equipamento de controlo de poluição e de segurança na sua fábrica. EPA.
  • A Penobscot McCrum foi multada em 60.500 dólares e intimada a investir 83.400 dólares em equipamento de emergência nas suas instalações de modo a resolver as deficiências detetadas na manipulação uso de amónia. EPA.

Bico calado

                                          Guilin, China. Foto de Kyon.J.

  • «Catarina Martins foi contundente na sua intervenção no debate quinzenal, a decorrer no Parlamento. E apontou a responsabilidade "de como aqui chegámos, ao grande buraco na CGD, às decisões tomadas por agentes políticos na Caixa, ao serviço e interesses privados", disse Catarina Martins que elenca alguns da lista já conhecida de devedores da CGD "Grupo Mello (com Efacec e Brisa), GES (incluindo Escom - Vale do Lobo), Grupo Lena, António Mosquito, Finpro (Grupo Amorim e Banif). "António Vitorino fez parte do órgão de fiscalização da CGD, teve cargos em órgãos de decisão da Brisa, Finpro, Banco Mello e Fundação Berardo", "Proença de Carvalho, que foi presidente Assembleia Geral da CGD e teve lugares no Grupo Espírito Santos, na Cimpor, e no grupo angolano de António Mosquito", e outros poderia citar, disse a presidente do Bloco, "António de Sousa, António Nogueira Leite e Rui Machete", para concluir que tudo na Caixa se deve "ao ciclo do Bloco Central". O BE fez uma proposta de escrutínio ao Governo: uma auditoria forense às contas da CGD. António Costa respondeu "iremos ponderar a sua sugestão".» Económico.
  • «Entre 1998 e 2008 a CGD entregou ao Estado 2,7 mil milhões de euros em dividendos. O BPN, o BES ou Banif não entregaram um cêntimo. Quando as coisas correram bem a Caixa deu dinheiro ao Estado, quando correram mal custou dinheiro ao Estado. Nos privados, quando correram bem deram dinheiro aos acionistas e quando correram mal custaram dinheiro aos contribuintes.» Daniel Oliveira.
  • «Mas isso leva-me a ter quase dó com estes exercícios de propaganda menor, mas de intencionalidade maior, porque este anticomunismo de opereta, nem sequer é um verdadeiro anticomunismo, é um anti-socialismo, é um anti-social-democracia, é a substituição do pensamento da democracia por uma espécie de digesto empresarial que encontra na experiência de Singapura o seu ideal. É que nem sequer é o PCP que eles querem atingir, é o PS, é António Costa, são os social-democratas que ainda não têm vergonha do nome, é o dificílimo engolir da perda do poder, é a falta do exercício de mandar e é a consciência de que, sem as sanções punitivas e a “lei de ferro” da Europa, não chegam lá tão cedo. Enquanto isso divertem-se achando-se geniais com estas boutades gráficas e verbais que brincam com um fogo que eles não sabem sequer que existe.» José Pacheco Pereira in A máquina da ignorância ao serviço da política que não ousa dizer o nome (II) - Público 11jun2016.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Carapiteira: Sobreiros abatidos para permitir plantação de eucaliptos?

Gerês. Foto de Luís Seara de Sá, 21mai2016.
  • Cerca de 150 sobreiros foram abatidos ilegalmente. O crime aconteceu na Carapiteira, Freguesia do Gradil, concelho de Mafra, e foi oportunamente denunciado em agosto de 2015 ao SEPNA da GNR. Recentemente, toda a zona do crime foi revolvida por escavadoras que prepararam o terreno para plantação de eucaliptos. Tudo sem autorização do ICNF. «A Quercus exige que as autoridades competentes atuem em conformidade com a gravidade da situação, nomeadamente o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, através do ICNF, para impedir a plantação ilegal de eucaliptos e repor a legalidade, de acordo com a regulamentação de proteção do sobreiro.»
  • Os Ecologistas en Acción não se deixam deslumbrar pelas bandeiras azuis espalhadas pelas praias espanholas. Denunciam 47 casos de contaminação e má gestão e atribuem-lhes 47 bandeiras negras. Tudo porque «o litoral não é uma linha de praia destinada à exploração de invasões turísticas massivas, porque as costas espanholas não são refúgio de despejos de efluentes, porque são precisas medidas de proteção e de penalização dos poluidores e demais violadores da qualidade de vida do litoral. 

Reflexão – Portalegre, Castelo Branco e Guarda terão tempo de ser evacuadas perante um acidente nuclear em Almaraz?

Imagem captada aqui.

A pergunta é colocada por De Mattos Sébastien, que alerta para uma série de questões que parece estarem a ser menosprezadas pelas autoridades competentes:

«Por que razão esta situação e o plano de evacuação, que tem estado na gaveta, não são mostradas com racionalismo nos media nacionais? Será que as populações não podem ou não devem aceder a estas informações? Porquê? Este tipo de sensibilização ambiental é demasiado macabro? Ou alguém acha que não é necessário? Chernobyl e Fukushima não serviram de exemplo? 

Será que os nossos governantes acham que isto vai sempre correr bem e não há necessidade de esclarecer as populações? Será que os 2500 incidentes dentro a central nuclear de Almaraz não foram o número apregoado, mas somente 250? E será que faz assim uma grande diferença? E o próximo acidente será também menor ou um dos reatores explodirá e entrará em fusão?

Porque não é seguido/respeitado o relatório do CSN?

Então os princípios técnicos usados contra o Irão e a Coreia do Norte não são válidos em Espanha

Mão pesada

Ribeiro de Dola, Gerês. Foto de Elisabete Ribeiro.

O Serviço de Investigação Criminal da Polícia Marítima, do Comando Regional do Centro, apreendeu cerca de 1050 Kg de amêijoa japónica, no rio Tejo e na zona da Mealhada, esta com destino à Galiza. Para além da apreensão da amêijoa, foi também apreendida a viatura de transporte e constituído um arguido, indiciado pela prática de diversos ilícitos de natureza criminal e contraordenacionais, ligados a esta atividade ilegal. 
Neste combate à atividade ilegal de apanha e comércio de bivalves no rio Tejo, o Serviço de investigação Criminal da PM já apreendeu desde 2015, mais de 18 toneladas de amêijoa japónica, 7 viaturas, 14 embarcações, efetuou buscas em 4 armazéns ilegais de aquisição e expedição de bivalves e constituiu 9 arguidos em processos-crime. AMN.

Bico calado

Gerês. Imagemn captada aqui.
  • «Marcelo Rebelo de Sousa foi a Berlim, caminhou pela passadeira vermelha, conversou, durante meia hora, com a senhora Merkel, e regressou muito feliz com o que a alemã lhe dissera. E o que lhe disse a alemã para o deixar tão feliz? Esta frase módica: "Compreendo Portugal." Quanto a essa "compreensão", é um enigma que comporta tudo: até a mais atroz ignorância. Despachou o expedito Presidente com o mais expedito dos comentários, configurando a imperatriz das cortes antigas, que nada diziam quando nada queriam dizer.» Baptista Bastos in A cabisbaixa feira portuguesaJNegócios 9jun2016.
  • «Não me venham dizer que o problema central se resume à cena degradante do sexo ao lado da criança – aliás, se a achavam degradante, como eu acho, podiam ter interrompido, aos berros, em vez de se colocarem de fora, caladinhos, a assistir, até ao fim, filmar, e depois, sob anonimato, colocar online.» Raquel Varela in Sexo, bufos e os filhinhos da mamã.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Licenciamento da Ecoibéria suspenso

Albufeira da barragem de Ermida/Ribeiradio, em Couto de Esteves, 23mai2016.
  • O polémico licenciamento da fábrica de resíduos Ecoibéria, que se quer instalar em Guimarães num terreno de Reserva Ecológica Nacional, foi suspenso devido a questões «de segurança jurídica e urbanística». A polémica com a instalação da Ecoibéria deu-se porque a primeira licença foi atribuída três meses antes de o terreno ser considerado REN no PDM de Guimarães. Ainda assim, a fábrica carece de nova licença para construir as instalações, e foi essa que se suspendeu agora. Os moradores do loteamento adjacente, que sempre criticaram os alegados efeitos poluentes que aquela indústria lhes poderia causar, reclamaram para si uma parte da entrada da fábrica. Posto isto, «só alterando o loteamento é que a Ecoibéria consegue resolver o problema, mas implica que mais de 50% dos moradores concordem, e ninguém aceita», explica José Bastos, um dos contestatários. AM.
  • Mais de duas mil pessoas exigiram o encerramento da central nuclear de Almaraz. DN.
  • Há neste momento 1.746 «guerras invisíveis» por recursos naturais, admite a rede internacional «Atlante Global pela justiça ambiental». O motivo dos conflitos é a «obsessão pelo aumento da produção e o consumo», justifica Daniela Del Bene, uma das coordenadoras do projeto, perante a escalada preocupante dos conflitos socio ambientais nas chamadas «fronteiras do extrativismo». O hemisfério sul é o que mais sofre com a caça aos recursos, registando 63% dos conflitos. AE.
  • O Chile está a produzir tanta energia solar que a tem oferecido em algumas regiões do norte nos últimos meses. Care2.

Mão pesada

A fundição da Internacional Ferro e Aço em Boane, a 30 Km de Maputo, foi encerrada por violar inúmeras regras de segurança e de saúde dos seus trabalhadores. Club of Mozambique.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

O amianto: estórias de ganância, mentira, cinismo, hipocrisia e crime

Imagem retirada daqui.

Há muito tempo que a indústria do amianto sabe que o seu produto é mortal. 

Já em 1900 um médico de Londres descobrira fibras de amianto nos pulmões de um operário têxtil que morrera aos 33 anos com fibrose. Em 1918, o US Bureau of Labor Statistics registava o aumento anormal de casos de mortes de pessoas que trabalhavam com amianto. Nos anos 30 a doença foi identificada: asbestose. Em 1948, um cientista da indústria de isolamento alertou para o facto de o isolamento à base de amianto causar asbestose. Em 1949, uma circular interna e confidencial da Exxon considerava o amianto um fator provável do cancro do pulmão. Em 1958, uma circular confidencial da National Gypsum Co., que extraía e usava amianto, dizia «a inalação de amianto provoca a asbestose». 

Mas a indústria e as autoridades pouco ou nada fizeram para enfrentar e resolver o problema. Cinicamente, em 1966, o director de vendas da Bendix Corporation, atualmente Honeywell, escrevia, numa mensagem a um técnico da canadiana Johns Manville Co.: «Se até agora se viveu bem trabalhando com amianto, porque não morrer disso?»
Em 1971, uma circular da Ford defendia que gastar 1,25 dólar, por automóvel, era demasiado dinheiro para arranjar alternativas mais seguras para os travões de amianto
Em 1972, a gigante de amianto Union Carbide, dirigiu um memorando aos diretores de vendas endoutrinando-os sobre como dar a volta de forma agressiva a eventuais chamadas telefónicas de clientes alarmados perante a introdução de regras de segurança em relação ao contacto com o amianto. Em 1978, a Babcock and Wilcox admitiu estar a violar padrões de saúde e segurança relativamente à exposição dos seus técnicos às fibras do amianto. Decidiu investigar o problema mas não alertou os funcionários. 

Perante a crescente consciencialização dos cidadãos em relação a este problema, a indústria tudo fez para baralhar, lançar a confusão, entreter, iludir tudo e todos. Valeu tudo, desde fazer lóbi junto de governos e congressos e encomendar estudos aparentemente independentes mas secretamente patrocinados e financiados pela própria indústria. Entretanto, continuam a morrer milhares de pessoas devido à asbestose. São 15 mil por ano, só nos EUA…
Via EcoWatch.

Bico calado


«Para todos os que se juntaram à onda dos afectos que o elegeu e preferiram não recordar aquele activista alegadamente "provida" que fez campanha pelo não à despenalização do aborto, o veto de Marcelo à lei das barrigas de substituição, que hoje foi tornado público, é uma boa oportunidade para se lembrarem do conservador que fizeram Presidente e crescerem um pouco enquanto eleitores e enquanto cidadãos. O Marcelo dos afectos de hoje e o Marcelo de então são o mesmo. O de há vinte anos era a favor do aborto clandestino. O Marcelo do veto de hoje é a favor das barrigas de aluguer clandestinas. A imaturidade política e a inconsequência dos portugueses também parece que não mudaram tanto.» Filipe Tourais in O presidente «provida» - O país do burro.


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Plástico nos oceanos: poderá um filme ajudar a resolver a crise?

  • Poderá um filme ajudar-nos a compreender a grave crise do plástico nos oceanos?
  • Em janeiro, 13 cachalotes suicidaram-se numa praia alemã. As autópsias revelaram que havia imenso lixo plástico nas suas barrigas. Não foi a primeira vez que a ingestão de resíduos humanos terá provocado a morte de animais. Um estudo publicado em 2015 pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences dizia que 90% das aves marinhas ingeriam resíduos plásticos. NWN.
  • O parlamento escocês aprovou, por maioria (32-29) uma resolução que determina a proibição da fraturação hidráulica. Independent.
  • Sob o lema de #LandBodyDefense, os índios norte-americanos lançaram uma campanha de consciencialização acerca da violência ambiental provocada pelas indústrias extrativas.
  • Sabia que pode ser processado e intimado a pagar indemnizações se criticar a localização de um aterro de cinzas de carvão, a dispersão de chorume de fezes  em certos terrenos, se chamar a atenção para os maus cheiros produzidos por uma fábrica, se questionar sobre os resultados práticos de certos investimentos? Acontece em Uniontown, Alabama, onde, de facto, se pratica o racismo ambiental: os pobres e os negros é que aguentam com tudo o que de pior representa para o Ambiente. ACLU.

Reflexão – Transgénicos: um negócio de milhões


Foi o vice-presidente Dan Quayle quem o afirmou, em 1992.
Bush pai já tinha garantido à Monsanto, em 1987: «Chamem-me, estamos no negócio da desregulamentação.» A Monsanto queixava-se, na altura, do rigor dos testes e das análises das entidades reguladoras…

Bico calado

  • A Google colabora intimamente com a campanha presidencial de Hillary Clinton, garante Julian Assange. RT.
  • «A Madeira é uma região ultraperiférica onde, durante décadas, a má gestão dos dinheiros públicos, a completa inversão de prioridades políticas e, mais tarde, a austeridade acentuaram as situações de pobreza e a urgência de políticas de desenvolvimento económico e social. Ninguém põe em causa a necessidade de incentivos públicos ao investimento na região, incluindo os fiscais. O que deve ser questionado é se a Madeira pode ou deve ficar refém de um offshore, que usa e abusa do discurso do desenvolvimento regional para justificar a sua própria existência quando, na verdade, os objetivos são outros. O regime da Madeira não é equiparável ao das ilhas Caimão, sobretudo em termos de exigências de transparência, mas é utilizado para favorecer práticas internacionais de planeamento fiscal agressivo, sobretudo ligado a esquemas de sobrefaturação. Na verdade, a lei já prevê que, para usufruir de benefícios de IRC, as empresas tenham de criar um certo número de postos de trabalho. O problema é que não se diz nem se fiscaliza o tipo de trabalho, permitindo que empresas facilmente se estabeleçam detendo apenas um código postal e um falso trabalhador. O que o projeto do Bloco quer fazer é, para as novas empresas que venham a instalar-se, definir regras mais exigentes para o emprego criado. Neste momento, uma empresa com lucros até 2,73 milhões de euros pode beneficiar de um IRC de 5% desde que crie um "posto de trabalho". Na nossa proposta, essa empresa passaria a ter de empregar pelo menos seis pessoas a tempo inteiro com contrato por tempo indeterminado. Assumindo salários médios de 900euro, a nova regra equivaleria a 3,7% do lucro. Se a Associação Comercial e Industrial do Funchal acha que isto põe em causa o centro internacional, então é porque admite que o seu propósito não é criar emprego mais sim atrair empresas que querem reduzir a sua fatura fiscal. O projeto visa também eliminar as isenções para a distribuição de dividendos e rendimentos aos acionistas. Se o propósito é incentivar as empresas que se localizam na Madeira, então as políticas devem ser direcionadas para as empresas em vez de se constituírem como borlas aos seus donos. O projeto do Bloco não incomoda pelos efeitos negativos que possa ter na Madeira, até porque esses argumentos são falsos. Incomoda porque expõe a verdadeira razão da sua existência.» Mariana Mortágua in O tabu do offshore da MadeiraJN 7jun2016. Vagamente relacionado: 15 citações de «Suite 605» de João Pedro Martins.


terça-feira, 7 de junho de 2016

Europa adia decisão sobre glifosato

  Covas do Monte. Foto de Carlos Poças 2jun2016. Imagem captada aqui.
  • A maioria da União Europeia recusou apoiar uma extensão limitada do uso do glifosato, ameaçando retirar o Roundup da Monsanto e outros herbicidas das prateleiras se nenhuma decisão for tomada até o final do mês. Depois de não ter, por duas vezes, conseguido apoio para uma proposta de renovação da licença de para o auso de glifosato por 15 anos, a EU avançou com uma extensão de 12 a 18 meses de tempo para mais estudos, especialmente depois de, na véspera da última reunião, ter sido publicado um estudo garantindo que o glifosato não era potencialmente cancerígeno para os humanos. A própria Alemanha, que até agora votava contra o glifosato, passou a votar favoravelmente depois de se saber do interesse da Bayer comprar a Monsanto por 62 biliões de dólares. The Guardian. Aguardemos a reunião de 20 de junho. Se a terceira tentativa falhar, a Comissão Europeia terá de acabar com este filme de tentar impor a aprovação do glifosato.
  • A francesa Total prolongou o período de exploração de petróleo e passou a explorar dois poços na bacia do Rovuma anteriormente explorados pela Petronas, da Malásia. Zitamar.
  • Mais de 450 organizações norte-americanas, na sua maioria ambientalistas, apelaram ao Congresso para que rejeite o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), alegando que o acordo permitiria que as empresas de hidrocarbonetos contestassem a legislação ambiental em tribunais extrajudiciais. Reuters.
  • Metade das 44 minas em laboração nas Filipinas violam regras ambientais e foram, por isso, identificadas pela respetiva entidade reguladora junto do recém-eleito presidente Rodrigo Duterte. Reuters.

Bico calado

«O leitor já deve ser experiente em horas de espera em consultórios médicos. A gente entra, dirige-se ao balcão - o doutor hoje está atrasado! Senta-se numa cadeira de plástico desconfortável e começa a olhar para a mesinha que tem revistas. Uma é da ordem dos especialistas do ramo, outra é do anuário duma grande farmacêutica, outra duma instituição de toxicodependentes, com sorte encontrará uma revista do ano passado que um paciente, como nós, ali deixou por esquecimento. A gente paga quarenta, oitenta, cem euros de consulta, mas não há atenção orçamental para uma revista da semana, um jornal diário ou um diário do Torga! E o doutor, claro, é bom, tem tempo de espera! Olha se fosse no Centro de Saúde! Já estaria meia  sala a rogar pragas às funcionárias, aos médicos e ao estado! Mas ali não! A gente paga bem! O médico é bom! Tem de se esperar e bufar pouco!» Luís Neves in Para que serve o Correio da Manhã

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Abrantes: Quercus denuncia descargas ilegais de resíduos

Rio Zézere, em Valhelhas. Imagem captada aqui.
  • Análises às águas do rio Zézere, junto às minas da Panasqueira, nos concelhos da Covilhã e do Fundão, distrito de Castelo Branco, revelaram um pH ácido e níveis de metais pesados acima do valor máximo recomendado. Público 14out2015.
  • A Quercus denunciou ao Ministério do Ambiente (IGAMAOT) as descargas ilegais contínuas de resíduos no solo e no meio hídrico levadas a cabo pela Silicalia, em Abrantes. Esta empresa dedica-se à preparação de materiais para a construção civil, nomeadamente produção de aglomerados de pedra. Do seu processo de fabrico resultam lamas compostas por resíduos de pedra e resinas utilizadas para aglomeração do produto que, em vez de serem devidamente tratados, são descarregados nas imediações da fábrica, provocando um grave foco de contaminação ambiental. «Para além do efeito que o pó de pedra provoca em termos de impermeabilização do solo e impacte extremamente negativo no ecossistema aquático, existe ainda o risco de contaminação química provocada pelos agentes aglomeradores adicionados ao pó de pedra (resinas)», sublinha a Quercus.
  • A Quercus requereu a suspensão do processo de fábrica de reciclagem de plásticos em terrenos afetos à REN. O processo terá «ultrapassado pela berma» a revisão do Plano Diretor Municipal de Guimarães, obtendo o respetivo licenciamento em abril de 2015, três meses antes da publicação da revisão do PDM, que classificou os terrenos em causa como REN. A Ecoibéria – Reciclados Ibéricos S. A. pretende instalar a fábrica num terreno situado na cabeceira de uma linha de água, num local com forte declive natural, no qual já procedeu a uma operação drástica na configuração do terreno, implicando a movimentação de grandes volumes de terras e a criação de um aterro com grande impacto visual e elevada instabilidade, tendo até ido uma derrocada em dezembro passado. Os moradores de uma urbanização construída há mais de 20 anos, que confina com o terreno, também se manifestam contra devido ao ruído e às emissões gasosas poluentes. 
  • Mais de 100 mil habitantes de Alabama foram aconselhados a não consumirem água das suas torneiras após deteção de contaminação química. RT.