sábado, 31 de dezembro de 2016

Peixes mortos flutuam na marina da Gafanha da Nazaré

Serra do Gerês, a partir da Serra do Oural, em Ponte de Lima. Foto de Diogo Sá Lima.
  • O porto Bacalhoeiro, na marina da Gafanha da Nazaré, apresentava, há dias, um cenário desolador, com dezenas de peixes mortos a boiarem à superfície da ria. Na origem do incidente poderá ter estado uma descarga poluente do antigo Esteiro de Oudinot, admite a ADIG. DA.
  • O ministro do Ambiente afirmou estar surpreendido com a autorização de Espanha à construção do armazém de resíduos nucleares, em Almaraz, considerando haver incumprimento de legalidade e lealdade entre os dois países. «Não deixaremos em situação alguma de recorrer à Comissão Europeia que é quem tem a responsabilidade máxima pelo cumprimento dessas diretivas para deixar claro que isso não foi cumprido», sublinhou João matos Fernandes. CM.
  • A aplicação de pesticidas e herbicidas foi proibida em zonas verdes e públicas de França. Apenas nos cemitérios podem as autoridades locais aplicá-los. A partir de 2019 serão probidos também nos jardins privados. AP.

Reflexão - Relatório do Estado do Ambiente: o positivo e o negativo

Montemuro. Foto de Luís Miguel Rodrigues.

Relatório do Estado do Ambiente: o positivo e o negativo,
segundo a Quercus

Pontos positivos e que revelam bom desempenho:
  • Excelente nível de qualidade da água para consumo humano (99% de água segura);
  • Excelente qualidade das águas balneares, com níveis muito próximos de 100%
  • Aumento em 2015, de cerca de 38% de visitantes nas áreas protegidas;
  • Aumento, entre 2010 e 2015, da área agrícola em Modo de Produção Biológico em cerca de 40%;
  • Fluxo de resíduos de embalagens com taxas de reciclagem de 60%, superior ao valor estabelecido (55%).

Pontos negativos e preocupantes:

  • Energia e Clima – As importações de energia em 2015 aumentaram quase 20% face a 2014, enquanto a produção doméstica de energia diminuiu cerca de 10%, o que representa mais dependência externa, mais custos financeiros, assim como impactes ambientais, decorrentes do transporte da energia.
  • Qualidade do ar – registou-se um aumento dos dias com a classificação de “Fraco” e “Mau”, passando estes dias de 2,2%, em 2014, para 2,7% em 2015.
  • Água – O REA confirma que o estado das massas de água superficiais nacionais é medíocre. Com efeito, apenas 53% destas massas de água tem qualidade boa ou superior, o que significa que 47% não apresenta uma qualidade boa.
  • Biodiversidade – O estado de conservação de espécies e habitats naturais protegidos é preocupante, pois, segundo o REA, os estados de conservação “desfavoráveis” prevalecem sobre os “favoráveis”. A pouca vontade política nesta área tem levado a uma falta de investimento na conservação da natureza e das áreas protegidas.
  • Resíduos –cerca de 55% dos resíduos urbanos em Portugal não são devidamente valorizados, acabando em aterro ou incinerados, situação que leva a que Portugal vá ter muitas dificuldades em cumprir com as Metas de Reciclagem a que está obrigado.
  • Riscos Ambientais – Relativamente à erosão costeira, o REA indica que a extensão da costa portuguesa em situação crítica de erosão é de 180 km, resultado de más políticas de ordenamento do território implementadas junto às zonas costeiras.

Mão pesada

  • Um agricultor de Muíños foi detido na Galiza por queima de 800 hectares no parque natural de O Xurés. El País.
  • A Living Oceans Society e a Raincoast Conservation Foundation interpuseram uma ação judicial para tentar travar a expansão do oleoduto da Kinder Morgan que pretende transportar crude de areias de xisto de Alberta para Vancouver. Reuters.

Bico calado

«Christine Lagarde, a dama de preto que chegou a presidente do FMI porque alguém decidiu tramar Dominique Strauss Kahn com uma história muito bem enjorcada, sobre assédio sexual, foi acusada de negligência por um tribunal francês. O caso remonta ao tempo em que Lagarde era ministra da economia de Sarkozy. A agora presidente do FMI terá lesado  os cofres públicos franceses em mais de 400 milhões de euros que, por alegada negligência da então ministra  foram parar aos bolsos de Bernard Tapie. Face à condenação do tribunal, seria admissível que Lagarde fosse afastada do cargo de presidente do FMI, mas tal não deve acontecer, porque o tribunal que a julgou foi criado especificamente para julgar ministros e ex-ministros por erros cometidos durante as suas funções, mas não tem poder para aplicar penas. Logo, Christine Lagarde foi acusada, condenada, mas prosseguirá a sua vidinha de trafulha, negligente, distribuindo dinheiro  pelos amigos e tomando medidas que condenam à miséria milhões de pessoas em todo o mundo. Gente fina é outra coisa. Pode roubar à vontade, que nada lhe acontece. A não ser que apalpe e tente fornicar uma empregada de hotel, claro.» Carlos Barbosa de Oliveira in Gente fina é outra coisaCrónicas do Rochedo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Damasco suspende abastecimento de água

Rocalva, Gerês. Foto de Diogo Sá Lima.
  • O governo de Damasco cortou o abastecimento público de água após ter verificado que os depósitos e poços de água foram contaminados com gasóleo e outros poluentes por grupos rebeldes. Terra Daily.
  • Concentrações alarmantes de resíduos plásticos foram localizados nos Grandes Lagos por investigadores do Instituto de Tecnologia de Rochester. Raw Story.
  • Uma experiência que durou uma década e custou 7 milhões de dólares - utilizando andaimes e lâmpadas de calor para simular o aquecimento global – concluiu que o ar mais quente por si só não será suficiente para que as coníferas estressadas sobrevivam se forem transplantadas para locais mais altos. «Se aquecermos as árvores em altitudes mais elevadas, mas não aumentarmos a pluviosidade, não parece que as árvores possam subir», explica Jeff Mitton, coordenador do projeto levado a cabo pela University of Colorado, pela University of California e por cientistas da US Geological Survey. The Denver Post.

Mão pesada

A polícia de Zhejiang, China, deteve 11 suspeitos por despejo de cerca de 3 mil toneladas de resíduos domésticos no rio Yangtze em Jiangsu. The Straits Times.

Bico calado

Rio Balsemão, próximo de Cotelo. Foto de Luís FilipeCorreia.

«Um paradoxo com efeitos desastrosos governa aquilo que ainda resta da sociedade do trabalho: há cada vez menos trabalho, mas quem o tem está submetido a ele em excesso. Calcula-se que um trabalhador no século XXI trabalha mais tempo por ano do que um operário do século XIX. (…) Uma discussão séria sobre as vantagens de distribuir por mais pessoas a totalidade de trabalho existente (…) permanece encerrada em círculos académicos e nenhum político ousa trazê-la para o espaço público. E também nunca se notou que aqueles que têm trabalho estejam dispostos a começar a interrogar este regime. Continua-se a raciocinar nestes termos: a menos horas de trabalho corresponderá um salário menor, logo, nem pensar nisso. (…) Este regime absurdo que faz com que o trabalho só conheça dois regimes extremos, o do excesso e o da falta, afecta todos os assalariados. (…) O que é que caracteriza verdadeiramente um presidente ou administrador de uma empresa? É alguém que não tem tempo porque o seu tempo é tão caro que ele o vende todo a preço de ouro (…) No final, tem sempre muito dinheiro, mas nenhum tempo. Daí a pergunta ociosa que fazem todos os cidadãos curiosos, quase sempre sem tempo nem dinheiro: o que é que fulano X, por exemplo o presidente de um banco estatal, faz com o seu sobre-salário colossal (…) se não tem tempo para o gastar? É certo que ele pode, com a rapidez de um clic, gastar uma fortuna. Mas para gozá-la precisa de tempo. (…) » António Guerreiro in Trabalho, tempo, dinheiroPúblico 23dez2016.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

40% de 579 estudos sobre cultivos transgénicos são tendenciosos

Rio Caima, Paço do Mato. Foto de Manuel JC Ramos.
  • Cerca de 40% de 579 estudos publicados sobre cultivos transgénicos são tendenciosos devido a conflitos de interesses, em especial por um dos autores de cada um desses estudos ser ou ter sido colaborador ou ter sido patrocinado por empresas produtoras de sementes transgénicas. A denúncia é de investigadores do Instituto Nacional de Investigação Agrária de França. The Times of India.
  • Foi publicado o relatório do estudo de impacto ambiental do projeto WaterFix que pretende transportar água a partir do delta do Sacramento-Joaquin para vários pontos da Califórnia, carente de água, para a agricultura e para consumo doméstico. Os adversários do projeto argumentam que o volume vindo dos túneis gêmeos poderá drenar significativamente o Rio Sacramento, exacerbando os problemas existentes de infiltração de água salgada no Delta. SFExaminer.
  • A Duke Energy é inteligente. Primeiro fatura e polui que se farta. Depois vai a tribunal e é multada. Finalmente, paga as multas, uma boa parte das quais sob a forma de programas rotulados de ambientais. Mata, assim, dois coelhos com um só tiro: o greenwashing maquilha-lhe a imagem de empresa amiga do Ambiente e permite-lhe otimizar o seu plano de impostos. O seu último pacote eco publicitário foi de cerca de 778 mil dólares para 12 programas de conservação nos estados das Carolinas e da Virginia. Via The Charlotte Observer.
  • As mulheres do estado do Kordofan, no Norte do Sudão, eram famosas pelas suas canções de guerra exortando os homens a defender os seus magros recursos no deserto. Agora, em aldeias como Albaida, as mulheres cantam odes para proteger o seu ambiente de um novo inimigo: as alterações climáticas. Reuters.
  • O parlamento chinês aprovou uma lei para a aplicação de taxas de proteção ambiental sobre a indústria. As taxas serão de 1.2 yuen ($0.17) por unidade de poluição do ar, 1.4 yuen por unidade de poluição da água, 5 yens por tonelada de resíduos de carvão e 1000 yens por resíduos perigosos. O ruído industrial será penalizado, no mínimo, com 350 yens mensais. Reuters.

Reflexão - O ciclo vicioso que fomenta a construção nas praias mais frágeis da Florida.


Reforçar e construir
O ciclo vicioso que fomenta a construção nas praias mais frágeis da Florida
por John R. Platt in Hakai Magazine 20dez2016

No princípio era a praia, e o povo viu que aquilo era bom. Então o povo disse: «Que haja casas, também.» E o povo viu que as casas eram boas. E quando a praia começou a mingar, o povo disse: «Alto, isso não é bom.» Então o povo mandou vir camiões que descarregaram toneladas e toneladas de areia para reconstruir a praia. E o povo disse: «Uau, isso é bom outra vez. Temos que construir mais casas. E podem ser maiores do que as últimas.» E foi então que o mar começou a subir.

Esta é a história das origens da Flórida moderna, onde as paisagens mais sujeitas à inundação e à destruição são também alvo da urbanização desenfreada e da recarga da praia com areia.

Estudos recentes mostram que os esforços para restaurar e proteger as praias vítimas de erosão coincidiram com o aumento do número e do tamanho das casas nessas mesmas praias - todas elas estão agora cada vez mais vulneráveis às forças que fizeram as praias precisarem de proteção.

"É um circuito de feedback positivo", diz Scott B. Armstrong, um doutorando em dinâmica ambiental pela Universidade de Southampton. "Quanto mais se investe na recarga das praias, mais se investe em casas, e vice-versa."

Bico calado

Zhangjiajie, Hunan-China. Foto de REUTERS/Stringer

A polícia de Israel pediu à Procuradoria Geral autorização para lançar investigação ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por suspeita de suborno e fraude. Entre outros casos, Netanyahu é acusado de ter recebido 1,1 milhão de dólares do francês Arnaud Mimran em 2009, de negócios pouco claros na compra de submarinos franceses a alemã ThyssenKrupp. The Times of Israel. Arnaud Mimran foi, entretanto, condenado a 8 anos de prisão por diversas frauds, sendo acusado de ter depositado 170 mil euros numa conta em nome de Netanyahu.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Indústria automóvel declara consumos dos seus modelos muito inferiores aos reais

  • O consumo real de combustível supera, em média, 42% os valores anunciados pelos fabricantes automóveis, revela o estudo Mind The Gap 2016. A Mercedes lidera a lista de fabricantes com a maior diferença entre o consumo de combustível na estrada e o consumo medido em testes de laboratório (54%). Seguem-se-lhe a Audi, a Smart, a Volvo, a Peugeot, o Mini, o BMW, a Toyota, a Ford, a Nissan, a Volkswagenml, a Citroen, a Renault, a Opel, a Skoda e a Fiat. Perante esta situação escandalosa, penalizadora para o bolso dos consumidores e desastrosa para o Ambiente, a Quercus defende uma investigação rigorosa sobre os dados de consumo e emissões anunciados pelos fabricantes. 
  • O rio Tejo corria assim poluído na segunda-feira, 26 de dezembro. As imagens vídeo são de Arlindo Consolado Marques, FB
  • Carlos de Hita, colaborador do El Mundo, elaborou um calendário lunar - Doze luas, doze páginas do som calendário da natureza: A lua de janeiro é o bufo-real e a garça, a de fevereiro é a raposa e o sapo-corredor, a de março, é o alcaravão e o mocho, a de abril é o urogalo, a corça e a galinhola, a de maio é o rouxinol, a de junho é o painho e a pardela cinzenta, a de julho mocho de orelhas e o noitibó, a de agosto é o caião, o mergulhão e as rãs, a de setembro é o cervo e o sapo parteiro, a de outubro é o gamo e a coruja, a de novembro é o abide e o grou e, finalmente, a de dezembro é a lua do lobo. Via Fernando Alves in Escutar antes de gravarTSF-Sinais 26dez2016.
  • As autoridades de Sarajevo impuseram a introdução de dias de condução alternativos para carros com placas ímpares e ímpares e tornou o transporte público livre até conseguir reduzir os atuais níveis de poluição do ar. St Louis Post-Dispatch.
  • Os infantários e as escolas primárias de Teerão estiveram encerradas no Sábado devido aos elevados níveis de poluição do ar registados durante dois dias seguidos. Financial Tribune.
  • Documentário Um rio de histórias, sobre tragédia de Mariana, está disponível on-line: Parte 1 e Parte 2.

Mão pesada

O Point Buckler Club foi processado pela entidade reguladora das águas da Baía de São Francisco que lhe exige indemnizações no valor de 2,828,000 dólares por danos causados por descargas de efluentes que têm contaminado a zona húmida de Suisin. SFExaminer.

Bico calado

Sete Cidades, S. Miguel-Açores. Foto de Paulo Garcia 12dez2016.
  • A dívida total do Grupo EDA, nos Açores, ascendia a 243 milhões de euros no final de 2015, menos cinco milhões do que o valor registado no período homólogo de 2014. «99,8% da dívida do Grupo EDA está concentrada nas empresas EDA e EDA Renováveis, em consequência do esforço de investimento que anualmente realizam», refere o relatório e contas 2015. Açores9.
  • A Goldman Sachs foi condenada a pagar uma multa de 120 milhões de dólares por, durante 5 anos, ter tentado manipular um benchmark global do dólar para produtos de taxa de juros. Reuters.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Teerão: escolas encerradas por causa da poluição do ar

Leonte - Currais e ChãsFoto de Luís Seara de Sá 17dez2016.
  • Os infantários e as escolas primárias de Teerão estiveram encerradas no Sábado devido aos elevados níveis de poluição do ar registados durante dois dias seguidos. Financial Tribune.
  • Documentário "Um rio de histórias", sobre tragédia de Mariana, está disponível on-line: Parte 1 e Parte 2.
  • O parlamento chinês aprovou uma lei para a aplicação de taxas de proteção ambiental sobre a indústria. As taxas serão de 1.2 yuen ($0.17) por unidade de poluição do ar, 1.4 yuen por unidade de poluição da água, 5 yens por tonelada de resíduos de carvão e 1000 yens por resíduos perigosos. O ruído industrial será penalizado, no mínimo, com 350 yens mensais. Reuters.

Bico calado

Lagoa das Patas, Flores-Açores. Foto de Graça Quaresma.
  • A dívida total do Grupo EDA, nos Açores, ascendia a 243 milhões de euros no final de 2015, menos cinco milhões do que o valor registado no período homólogo de 2014. «99,8% da dívida do Grupo EDA está concentrada nas empresas EDA e EDA Renováveis, em consequência do esforço de investimento que anualmente realizam», refere o relatório e contas 2015. Açores9.
  • A Goldman Sachs foi condenada a pagar uma multa de 120 milhões de dólares por, durante 5 anos, ter tentado manipular um benchmark global do dólar para produtos de taxa de juros. Reuters.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Estatísticas do Ambiente: contexto socioeconómico e condições meteorológicas criaram novas pressões ambientais

Pinheiro de Natal na Serra da Freita. Foto de Jorge Ferreira 23dez2016.

  • As Estatísticas do Ambiente divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que o «contexto socioeconómico e as condições meteorológicas criaram novas pressões ambientais em 2015». Já o tínhamos escrito na 6ª feira: «2015 não foi muito feliz em termos ambientais: para além de ter sido o sexto ano mais seco desde 1931, registou o triplo da média de área ardida, produziu menos eletricidade a partir de fontes renováveis, as emissões de gases de efeito de estufa subiram para os níveis de 2009…»
  • Dan Rather, o carismático apresentador da CBS, arranjou uma nova designação para os céticos do clima: Negadores da realidade. «Não me canso de dizer isto: as alterações climáticas são reais e os que negarem a sua existência na atual conjuntura não serão bem vistos pela história. Ainda há pouco tempo lancei um desafio aos criativos para que criassem um monumento à negação do clima. Nunca imaginei que a ideia pegasse tão bem.»
  • Nos EUA, a indústria de demolições também fatura com a renovação energética. O vídeo mostra a demolição de duas centrais da Duke Energy. Tudo ao som da 1812, do grande Tchaikovsky.
  • Há dois meses que um navio naufragado no Pacífico derrama combustível e ninguém diz nada nem faz nada, queixam-se as Heiltsuk First Nations da costa central da British Columbia, Canadá. Tudo começou em 13 de outubro quando dois tanques contendo petróleo ou contaminantes de um rebocador naufragado a oeste de Bella Bella, ao largo da costa central da British Columbia, foram rasgados ou severamente danificados quando o navio encalhou a 500 Km a norte de Vancouver.
  • Mais de 40 moradias à volta de uma base da Força Aérea perto de Katherine estão sendo abastecidas com água potável pelo Departamento de Defesa, após os residentes terem ficado chocados ao descobrir que tinham estado a beber água contaminada. A contaminação está relacionada com produtos químicos de espumas de combate a incêndios anteriormente utilizados na Base Tindal e em outros locais militares, aeroportos civis e quarteis de bombeiros em toda a Austrália. ABC.

Reflexão: quem lê o Ambiente Ondas3 e quais as preferências?

Ponta da Galera, Caloura, S. Miguel-Açores. Foto de Mário Nelson 28mai2016.

No Ambiente Ondas3, os três textos mais populares dos últimos oito dias foram, segundo a Google Analytics:


Durante o mesmo período, as visitas vieram dos seguintes países, por ordem decrescente: Portugal, Brasil, EUA, França, Canadá, Reino Unido, Suíça, Espanha, Itália e Alemanha. Alemanha.

Ainda durante este período, a proveniência, também por ordem decrescente, dos leitores de língua portuguesa foi a seguinte: Espinho, Porto, Lisboa, Coimbra, VN de Gaia, São Paulo, São João da Madeira, Wolcott e Fátima.

Mão pesada

Imagem captada aqui.
  • A US Steel foi multada em 2,2 milhões de dólares e intimada a concretizar projetos ambientais na sua fábrica de Gary, na cidade de Gary e nas suas escolas públicas. Tudo por causa de violações de regras de qualidade do ar e irregularidades na gestão de resíduos. Chicago Tribune.
  • O ex-proprietário da Intercon Solutions e atual proprietário da EnviroGreen Processing, foi detido e acusado de cinco acusações de fraude fiscal, quatro acusações de fraude postal e duas acusações de fraude eletrónica. Chicago Tribune.

Bico calado


Foto de Montri Sumontha/AFP/Getty Images
  • A Izquierda Unida distribui 32 dos 56 milhões que ganhou na lotaria em Pinos Puente. El País.
  • A política britânica piorou a situação na Síria, diz Peter Ford, ex-embaixador em Damasco de 2003 a 2006. The Guardian.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Energias renováveis: Portugal nos 12 momentos-chave da ciência de 2016

Pico do Sobreiro, o segundo ponto mais alto da Serra do Gerês.

Um grupo de cientistas coloca Portugal no pódio dos momentos científicos mais relevantes do ano, conta o Observer de 18 de dezembro de 2016.

Tudo porque durante 4 dias e num total de 107 horas, Portugal só consumiu energia renovável. O recorde foi estabelecido entre as 6h45 de sábado, 7 de maio, e as 17h45 de quarta-feira, 11 de maio. Portugal ultrapassava, assim, a Alemanha na produção de energia proveniente de fontes renováveis. Naquele país, por volta da 1h da tarde de domingo, 8 de maio, as renováveis forneceram tanta energia que os preços permaneceram negativos por várias horas.

Será interessante sublinhar um pormenor. Enquanto os consumidores alemães ficaram a saber que a energia das renováveis tinha sido tanta que os preços se tinham mantido negativos durante algumas horas, os consumidores portugueses ainda não mereceram ver a sua fatura de eletricidade reduzida por causa da contribuição das renováveis. Dir-se-ia que a energia das renováveis ainda não consegue fazer baixar os preços da energia ao consumidor português. 

Califórnia processa administração Obama por promover a extração de gás e petróleo no seu território através da fraturação hidráulica

Foto de Raed Qutena/EPA
  • Os residentes de Encinitas, em San Diego County, Califórnia, não querem mais urbanizações na sua orla costeira, rejeitando, assim, a vontade do estado. A autarquia local já foi processada por um empreiteiro que viu o seu projeto rejeitado. Voice of San Diego.
  • O estado da Califórnia processou o estado federal norte-americano por este promover a extração de gás e petróleo, no seu território, através da polémica tecnologia da fraturação hidráulica e sem analisar os reais impactos na zona costeira. EcoWatch.
  • Nos EUA, cerca de 3 mil zonas têm as suas águas contaminadas com níveis mais elevados do que os detetados em Flint, Michigan. E ninguém diz nada. A investigação é da Reuters.
  • A comunidade Shuar de Nankints, na região amazónica do Equador, foi deslocalizada em agosto de 2016 para dar lugar a um projeto chinês de mega-mineração de cobre. Tudo sem consulta prévia ou consentimento das comunidades afetadas, que viveram lá há centenas de anos.  O exército ocupou a região para controlar os protestos. Em 14 de dezembro, os confrontos provocaram um morto entre as forças da ordem, pelo que o governo declarou o estado de exceção para a região e reforçou as medidas de controlo e repressão. Intercontinental Cry.
  • As autoridades aduaneiras do Camboja intercetaram um carregamento de marfim proveniente de Moçambique e com destino à China. The Cambodia Daily.
  • Uma maré de 100 toneladas de resíduos que invadiu uma albufeira que abastece os 700 mil habitantes da ilha de Chongming terá sido provocada por despejos provenientes de dois navios no rio Yangtze. A polícia já deteve 4 membros da tripulação e dois técnicos de uma empresa de tratamento de resíduos envolvidos neste caso. A empresa de tratamento de resíduos teria negociado o transporte de cerca de 2 mil toneladas de resíduos para uma central de energia em Anhui, mas a tripulação do navio, em vez de as levar ao destino previsto, despejou-as no rio.

Mão pesada

A Tradebe Solvent Recycling Ltd foi multada em cerca de 39 mil libras por derrame de resíduos perigosos e consequente contaminação de solos em Hendon Dock, Buckinghamshire. GovUK.

Bico calado

Foto de Dominique Faget/AFP/Getty Images.
  • «A vida do país não está melhor, mas a dos portugueses está muito melhor (ou Montenegro ao contrário)» Nicolau Santos, in Expresso Curto 22dez2016, Via A estátua de sal.
  • «Desde o ano de 1990 que o Conselho da Europa recomenda o contrário do que se fazia em Portugal, isso mesmo o ano da graça de 1990, já lá vão vinte e seis anos! Entretanto gastaram-se milhões, perderam-se outros tantos, muitos hospitais não adquiriram equipamentos, muitos portugueses morreram nas urgências, outros tantos doentes de hepatite morreram para poupar em tratamentos inovadores. Como é que isto foi possível? Que mais cancros como este existirão no sector da saúde? Quantos mais poderes ocultos têm mais poder no sector dos que o poder político, quantos mais senhores mandam nos decisores da máquina do ministério da Saúde, quantos mais barões gerem as ARS em função das ordens de grupos de interesses do sector?» O Jumento in O negócio sujo do sangue.
  • «Assim percebe-se melhor porque é que a tolerância face aos fenómenos do clientelismo, do nepotismo e, no fundo, do tráfico de influências e da corrupção é tão generalizada na sociedade portuguesa.» José António Cerejo in Inês Pedrosa, os seus 38 amigos e “um insignificante episódio burocrático” – Público 22dez2016, via Clube de Jornalistas.
  • «Mas a ideia de Costa é boa. Diz que é para a madame conseguir olhar para trás e ver as contradições politicas e discursivas em que a santinha incorre. Vejamos: há um ano o PS era uma ameaça porque iria ser despesista; agora diz que o PS é tão forreta para cumprir o déficit que corta no investimento público, nos hospitais, nas escolas, etc. Há um ano, o déficit era o alfa e o ómega da governação pafiosa. Agora, que o déficit vai ser o mais baixo dos últimos 40 anos, já não interessa nada.» A estátua de sal in Saia um retrovisor para a D. Cristas.
  • Dilma Rousseff foi afastada para se mudar a política económica para o neoliberalismo, e agora Temer recompensa os bancos e os investidores financeiros por apoiar o golpe legislativo, diz o professor Alfredo Saad-Filho.
  • Um estudo da Liberty Seguros revela que os condutores de 18 a 25 anos foram responsáveis pela maior parte dos acidentes com indenização integral no período da madrugada. Os condutores de 26 a 35 anos envolveram-se em 23.310 acidentes (14,6% do total), tendo a maior parte dos acidentes (35%) acontecido no período da tarde. Os condutores com idade superior a 55 anos são os que menos se envolvem em acidentes que resultam em indenização integral. EcoDebate.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

S. Pedro do Sul: Falsas colheitas municipais de água

Imagem captada aqui.
  • Em Bordonhos e S. Pedro do Sul, alguns munícipes foram contatados por pessoas que se identificaram como funcionários da autarquia para realizar colheitas de água. O objetivo principal destes falsos funcionários é vender equipamentos de filtragem das águas, não tendo nenhum tipo de ligação contratual com o Município de S. Pedro do Sul. Rádio Vouzela.
  • Camiões do lixo infernizam madrugadas de condomínio de luxo em Cascais, lê-se no Público. «Moram num condomínio de luxo de Cascais com vista para a baía, piscina, jardim, ginásio e mini-campo de golfe e prometeram-lhes tudo aquilo que pensavam que o dinheiro podia comprar: segurança e tranquilidade. Uma estação de resíduos urbanos do outro lado da rua, a escassos metros de dezenas de apartamentos, trocou-lhes as voltas», diz o artigo. Um pormenor digno de registo é que este condomínio existe há 8 anos, e a estação de resíduos urbanos é mais velha, existe há 20. Outro pormenor muito interessante é que a fonte da notícia parece ser o diretor regional de Marketing de uma cadeia internacional de hotéis. Henri Poudensan é mencionado 4 vezes…
  • Cada português produziu 464 Kg de lixo em 2015, a segunda maior quantidade dos últimos cinco anos. Por outro lado, os resíduos direcionados para reutilização e reciclagem atingiram 36%, o que representa um aumento acumulado de 15% desde 2011. A indústria registou uma redução de 16,3% em relação a 2014, tendo havido, no entanto, um aumento de resíduos perigosos. Açores9. Aliás 2015 não foi muito feliz em termos ambientais: para além de ter sido o sexto ano mais seco desde 1931, registou triplo da média de área ardida, produziu menos eletricidade a partir de fontes renováveis, as emissões de gases de efeito de estufa subiram para os níveis de 2009…
  • A primeira estrada com painéis solares foi inaugurada em Tourouvre-au-Perche, na Normandia. Durante 2 anos, a pista de painéis solares vai ser testada por cerca de 2 mil automóveis diariamente. Prevê-se que a energia gerada seja suficiente para satisfazer as necessidades energéticas dos 3.400 habitantes. The Guardian.

Mão pesada

Vale das Buracas, Serra do Sicó. Foto de Carla Mota.
  • O Ibama multou em R$ 13,97 milhões a Fazenda Querência, uma das maiores fornecedoras de carvão para siderúrgicas de Mato Grosso do Sul. «A multa foi aplicada por corte raso fora da reserva legal sem autorização do órgão ambiental competente.» IBAMA.
  • A DuPont poderá ser mais uma vez multada por despejo, no rio Ohio, de resíduos de C8, um produto cancerígeno utilizado na produção de Teflon. Já há mais de 3.500 processos semelhantes pendentes. Environmental Leader.
  • A Washington Fruit & Produce Co., de Yakima, Washington, vai ser multada em 24 mil dólares por queimada ilegal de resíduos de podas de árvores de fruta. Tri-City Herald.

Reflexão - Os perigos da grande filantropia

Foto de Vera Cymbron.

Os perigos da grande filantropia, 
por Chuck Collins in Other Words.

Os grandes filantropos milionários usam as deduções fiscais que vêm com mega-presentes para reduzir drasticamente, e às vezes eliminar, as suas obrigações fiscais. Fazem-no aconselhados por advogados fiscais e contabilistas cujo trabalho é maximizar a riqueza dos seus clientes e minimizar os seus impostos.

Todos os contribuintes acabam por participar indiretamente nestas operações alegadamente solidárias. Por cada dólar doado para caridade por um ricaço, o cidadão médio entra com 40 ou 50 cêntimos. Enquanto os impostos dos ricaços descem, os nossos sobem para cobrir a diferença que falta para pagar serviços públicos como infraestruturas, investigação e defesa.

O problema é que esta moda veio para ficar e continuar. Cada vez mais, as doações solidárias nos EUA são dominadas por mega-doadores milionários e pelas suas fundações e fundos. Curiosamente, o número de grandes filantropos não tem parado de crescer nos EUA, enquanto os pequenos filantropos vêem o seu número reduzir-se.

Esta tendência de reforço do poder da grande filantropia, atrás de poderosas fundações, representa um enorme perigo para a democracia. Essas fundações privadas podem transformar-se em blocos de poder concentrado e incontrolado, com influência considerável na formatação das nossas leis e cultura. Elas podem tornar-se extensões do poder, privilégio e influência de um punhado de famílias ricas.

Bico calado

Foto de Rob Wallace/WCS

  • «Na TVI, José Miguel Júdice comenta assuntos da semana, cada terça-feira – na rubrica “Porquê?”. Mas não comentou o tema central – o caso das “Máfias do Sangue” em que está envolvida a farmacêutica Octapharma e também o escritório de advogados do próprio José Miguel Júdice. Esqueceu-se? Porquê? E o entrevistador, José Alberto Carvalho, estava distraído? Porquê?» Paulo Morais.
  • «O que acontece é que há em todos os atentados recentes, Bataclam, Nice, Berlim, sempre um traço comum: os terroristas são sempre extremamente cuidadosos e nunca se esquecem de levar o cartão de cidadão e mesmo quando conseguem escapar, como é o caso agora, deixam sempre o dito cujo no local do crime!! É por estas e por outras que eu acho que estas histórias estão sempre muito mal contadas, desculpem lá. Há alguém que quer fazer dos terroristas estúpidos ou, pior ainda, que quer fazer de nós todos estúpidos encartados. Não sei porquê mas fico sempre com a suspeita vaga de que estes atentados, se calhar, não são cometidos por aqueles que supostamente os reivindicam e que supostamente os cometem.» Estátua de Sal in Suponhamos que sou terrorista. Por isso é que já há gente a explorar pormenores contraditórios e ambíguos nos atentados de Ankara e de Berlim.
  • «A palavra do ano dizem que é “pós-verdade”, referindo-se às declarações públicas de políticos que são consabidamente falsas mas que, ainda assim, são repetidas não implicando perda de popularidade junto dos eleitorados, antes pelo contrário. Mas eu acho que o termo não é muito correto. Devia antes dizer-se que vivemos num mundo de pró-mentira. A mentira é da indústria, dos políticos, dos bancos, dos jornalistas. Está institucionalizada, e dá lucros chorudos, e não há penalizações, como se vê por esta notícia. Mais uma aldrabice da indústria automóvel que só pode mentir com a conivência dos governos. Onde andam os reguladores e as instituições públicas de controle do sector?» Estátua de sal in Não é pós-verdade é pró-mentira.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Londres ultrapassa mais de mil vezes os limites tóxicos da poluição do ar

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  • Os limites tóxicos da poluição do ar foram ultrapassados mais de mil vezes este ano numa única rua londrina: Putney High Street. Evening Standard.
  • Os 5 piores derrames em oleodutos norte-americanos em 2016: Shelby County, Alabama; Sulphur, Louisiana; Shelby County, Tennessee; Cushing, Oklahoma e Sweetwater, Texas. RT.
  • Um tribunal indiano exigiu que a entidade reguladora da segurança da aviação garantisse que os aviões não despejem fezes humanas durante os voos. Estas situações desagradáveis não têm sido raras. Bloomberg.

Reflexão – 50 anos depois, o controlo do clima através da geoengenharia deixa de ser teoria da conspiração

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É oficial. Deixou de ser teoria da conspiração dizer-se que há gente a tentar controlar o clima através de alta tecnologia vulgarmente conhecida como geoengenharia. Basta ler o Programa Nacional Para a Modificação Climática - Relatório para o Comitê Interdepartamental de Ciências Atmosféricas.
É da NASA e é datado de 1966. 

A partir de agora, sempre que olharem para os céus e virem longos rastos brancos, paralelos ou cruzados, fiquem a saber que aquilo é mesmo geoengenharia. Há muito tempo que os céus têm sido pulverizados com uma mixórdia incrível de substâncias químicas, nomeadamente lítio, nanopartículas de bário, estrôncio, tório radioativo, cromo, níquel, alumínio, cádmio, fungos, esporos de mofo, etileno Dibrometo, fibras de polímero, fibra de vidro, sangue humano dessecado e materiais biológicos não identificados. 50 anos depois deste relatório, os poderes instituídos avançam agora com um plano para o tornar aceitável perante as multidões.

A ideia já tinha sido avançada pelo próprio presidente JF Kennedy na Assembleia Geral das Nações Unidades de 25 de setembro de 1961: «Senhoras e Senhores, vamos propor o aprofundamento da colaboração com todas as nações no sentido da previsão do tempo e, depois, no controlo do clima.»

Esta tecnologia estará associada a outra, o HAARP, que, através do bombardeamento da atmosfera com ondas de rádio, é possível criar anéis de plasma que, apontados para determinadas áreas, criam tempestades

O Acordo de Paris veio permitir a aplicação, agora às claras, da tecnologia da geoengenharia. Em suma, o aquecimento global e o Acordo de Paris estão a ser usados como desculpa para impingir às massas a pulverização dos céus para controlar o clima.

Os investigadores da Universidade de East Anglia consideram a tecnologia da geoengenharia perigosa, cara e irrealista porque pode provocar desequilíbrios imponderáveis: «Perante uma catástrofe climática, uma inundação ou uma tempestade, a acusação voltar-se-á para a nossa manipulação sobre a atmosfera», afirmou Phil Williamson.
Apesar disso, tenta-se agora convencer os ambientalistas de que a geoengenharia é necessária para salvar os habitats de coral, com planos para despejar «nutrientes» no oceano para proteger a biodiversidade. 
Nathaniel Mauka in Waking Times 21dez2016.

Mão pesada


Cornos da Fonte Fria. Foto: Caminheiros do Gerês.
  • A Weston Solutions, Inc. foi multada em 25 mil dólares por incumprimento de ordem de 2010 para limpar uma antiga estação de tratamento de madeira em Oahu. EPA.
  • Um indivíduo de Idaho Falls, Idaho, foi multado em 3.600 dólares por despejo ilegal de efluentes no rio South Fork Clearwater. EPA.

Bico calado

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«O Marcelo diz que foi à estreia de "O Misantropo" em 1973? Hã? Ca mentiroso, jasus. É que era eu que tratava dos bilhetes, tenho memória infalível, era a nossa estreia e sei lindamente quem foi (muitos já morreram...) e quem não foi. Viste-o por lá, ó António Costa? E a tua mãe e minha amiga Maria Antónia?» Jorge Silva Melo, FB 18dez2016.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Torres novas: Fabrióleo enviou trabalhadores à assembleia municipal para condicionar decisão

Foto de Pedro Silva 23out2016.
  • «A sessão de segunda-feira, 19 de dezembro da assembleia municipal de Torres Novas, tinha, como um dos pontos da ordem de trabalhos, o pedido de reapreciação do estatuto de interesse público da Fabrióleo, já anteriormente chumbado pela câmara. Até agora, tinha-se verificado que em todas as mais recentes sessões marcavam presença algumas pessoas que os moradores de Carreiro da Areia identificavam como ligados à empresa. Na reunião da última assembleia municipal, a Fabrióleo mobilizou os seus trabalhadores e alguns familiares e encenou uma manobra de utilização dessas pessoas de modo a tentar condicionar a decisão da assembleia municipal, estratégia que se situa, no entanto, nos limites da legalidade. Um elemento aparentemente ligado à Fabrióleo, e que tem marcado presença, sempre calado, em todas as recentes assembleias, inscreveu-se por email para intervir e foi o primeiro a fazê-lo. Quando se dirigia para falar, com um colete da Fabrióleo vestido, os trabalhadores presentes retiraram dos bolsos coletes iguais e vestiram-nos também. Depois da sua intervenção virou-se para os trabalhadores e disse: "Apelo aos meus colegas para não perturbarem a sessão e podem sair". Todos se levantaram, bateram palmas e gritaram "deixem-nos trabalhar" e saíram, tendo ficado apenas o tal "representante", que perturbou a sessão, nomeadamente quando António Gomes, do BE, falava. Curiosamente, só António Gomes e mais tarde o presidente da câmara lhe responderam directamente. Gomes disse que lamentava que os trabalhadores não tivessem ficado para ouvir o que os eleitos tinham para dizer, mas sobretudo lamentava que a administração da Fabrióleo não desse a cara perante a assembleia municipal e reafirmou a posição do BE. Também intervieram na sessão duas moradoras - do Carreiro da Areia e do Bairro Nicho, que não se intimidaram e reafirmaram as suas posições de luta em defesa da legalidade e da saúde pública. O pedido de reapreciação do estatuto de interesse público da empresa, esse foi chumbado mais uma vez pela assembleia municipal.» Jornal Torrejano.
  • A Comissão Europeia foi considerada culpada de negligência e má administração por não ter agido com rapidez suficiente tendo em conta as provas da existência de dispositivos que manipulavam os testes de emissões de gases da Volkswagen, diz o relatório preliminar do Joint Research Centre. Antonio Tajani, antigo porta-voz de Silvio Berlusconi e comissário da indústria da EU, será o eurodeputado mais responsável pela situação. The Guardian.

Reflexão – Por que não vendo mel

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«A resposta tem sido que de momento não vendo por diversas razões, a maior razão é que faço um grande esforço por obter mel sem resíduos de acaricidas e também sem resíduos de alimentações artificiais (açúcar de pacote), eu e o resto da família consumimos esse mel. Se o vendo arrisco a ficar sem mel e ter de comprar a outra pessoa cujas práticas apícolas não conheço completamente.
No entanto indico sempre outros apicultores ou associações nos quais tenho alguma confiança que vendem mel de qualidade e sei que respeitam as abelhas melíferas e os seus ciclos naturais.

Há práticas apícolas que muito apicultor usa a fim de produzir muito mel e/ou muitos enxames de abelhas mas que eu evito usar pois prefiro fazer apicultura sustentável em vez de apicultura industrial. Sendo assim o número de colónias no meu apiário cresce a um ritmo lento mas constante e apenas é retirado parte do mel deixando para as abelhas mais que suficiente para invernarem de barriga cheia.
Sugiro a toda a gente que tente comprar sempre mel ao próprio apicultor e faça perguntas pertinentes sobre a forma como o apicultor trata as abelhas. Prefiram mel de apicultores que não usam acaricidas nem abusem das alimentações artificiais.

Falando agora para quem é apicultor.
- Acaricidas como por exemplo aqueles com Amitraz (uma substância que é usada por exemplo para matar pulgas em cabras, ovelhas e não só) são fantásticos a matar varroas mas o seu uso ou até abuso contamina as ceras e o próprio mel (mesmo que só haja mel no ninho nada garante que esse mel não vá mais tarde parar às alças). Também acabam por deixar de ter efeito pois as varroas ganham resistência.
- Não caiam também na tentação de dar carradas de frutose ou xarope de açúcar às abelhas não só para estimular o aumento do número de abelhas por colmeia mas também abusando acabam por ter mais "mel" (mel + frutose).
- Semeiem e cuidem da pastagem para as vossas abelhas em vez de comprarem alimento artificial.» 
Paulo Jmd Silva, FB.


Mão pesada

Lombadas, S. Miguel. Foto de Pedro Silva 23out2016.
  • O magnata israelita Beny Steinmetz foi detido sob acusações de suborno na Guiné por alegados subornos de milhões de dólares para que a sua empresa, a BSGR, pudesse garantir direitos sobre minério de ferro na Guiné. The Guardian.
  • A Saint-Gobain Abrasives, Inc. e a Saint-Gobain Ceramics & Plastics, Inc. foram multadas em 250 mil dólares por descarga de efluentes, contaminação de águas subterrâneas e do rio Neponset, em Norwood, e em Worcester, Mass.  Foram ainda intimadas a investir 200 mil dólares em equipamentos capazes de minimizar os impactos detetados. EPA.
  • A Construction & Abatement Services, Inc e a B&R Insulation foram multadas, respetivamente em cerca de 19 e 8 mil dólares por irregularidades várias detetadas em obras de renovação de edifícios. EPA.
  • Relatório do ministério do Ambiente dos EUA sobre Execução dos Resultados Anuais para o Ano Fiscal 2016.

Bico calado

 
                                                                      Imagem capturada aqui.
  • «E já nem falo da forma como a separação de poderes foi pontapeada (falei). Caramba, não se obriga (obriga!) um Ministro a ir a uma reunião onde havia nada para discutir — à porta aberta nada se discute. Se Marcelo quisesse realmente a Cornucópia aberta (e não duvido disso; mas aqui o umbigo falou mais alto), teve muito tempo para marcar e mediar reuniões.» Rogério Costa Pereira in Marcelo, uns umbigos em forma de Cornucópia – e uns pozinhos de interioridadeEu, Canhoto.
  • «Ora, o que tem acontecido no Grupo Impresa é que o critério para o despedimento, que eles definem como mútuo acordo, é apenas um: trocarem um jornalista caro por um baratinho, pois o público não dá conta e o corte fica a matar naquele power-point que o Dr. Balsemão olha sorridente, quando reúne anualmente os seus quadros num retiro espiritual num hotel em saldo. Só que para azar dos Távoras, ao lado do investimento em desemprego, a linha das vendas desce a pique, até ao zero projectável daqui a poucos anos. Dizem que a culpa é da internet, mas nunca conseguiram uma estratégia digital para compensar as perdas na venda do papel, porque não percebem nada desse novo meio, que é ágil, exige saber técnico, o uso de uma linguagem visual e de audio e que não é adequada a diretores que vêm dos anos 70 e que sempre olharam o jornalismo como o primórdio da palavra sobre a imagem.(…) Os gastos deixaram de ser para fazer reportagens, que os burocratas instalados consideram passeios para os jornalistas, mas a frota dos Audi, BMW, Mercedes e até de LEXUS com 16 altifalantes (!) subiu vertiginosamente, para perto de 70 carrinhos (…) É curioso como o processo de despedimento partiu do diretor do jornal, na altura Henrique Monteiro, o mesmo que foi da direcção do sindicato nos anos 80 e que chegou a telefonar para o escritório do Joaquim Letria que tinha uma agência de comunicação e que queria provar que ele Letria era um jornalista não-grato à classe. Já em 2008 o diretor Nicolau Santos tinha proposto que os jornalistas que ganhavam mais de 5 mil euros brutos deviam abdicar de 10% do ordenado durante um ano para darem um sinal de solidariedade a Balsemão. A pressão pessoal foi de tal ordem que quem como eu começou por dizer que não, acabou a ter de dizer sim. (…) Houve, e não sei se ainda há, jornalistas a trabalharem há 10 anos a recibos verdes e a esconderem-se por imposição quando eram anunciados os inspectores do Trabalho. Tudo no silêncio do medo. (…) Assim nasceu uma pequena cãozoada seguidora dos chefes que se dispuseram a trair colegas seniores que tudo lhes ensinaram, para poderem ocupar o lugarzinho, que vão perder mais cedo que tarde. Hoje o jornalismo tem os tiques da política, onde o que é gerido não é a competência mas o amiguismo, e sobretudo de quem tem o poderzinho e conseguir aguentar o maior tempo possível, pois eles sabem que há um túnel ao fundo sem luz, sem saída.» Luís Carvalho in A propósito do despedimento da jornalista Ana Margarida CarvalhoFB.
  • A equipa de transição de Donald Trump está em processo de travagem depois dos seus filhos Eric e Don Jr. Terem sido apanhados a vender acessos ao presidente em troca de doações para uma alegada fundação solidária. Politicus USA, citando o insuspeito The Wall Street Journal.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Santa Maria Maior está farta do ruído noturno

Foto de Gonçalo Rosa Photography.
  • O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, lançou três petições dirigidas ao presidente da Câmara de Lisboa, reivindicando soluções para antigas reivindicações que tardam em ser concretizadas. Uma delas defende a proibição da circulação de tuk tuk na Costa do Castelo e as outras duas pugnam por reduções de horários de estabelecimentos comerciais, em nome do direito dos moradores da zona ao descanso. Público.
  • Quarta-feira, 21 de dezembro: manifestações em Espanha contra a austeridade e pobreza energética. Os organizadores alegam a subida das tarifas elétricas em 24% em apenas 7 meses, o que tem forçado muitos pobres a verem cortada a sua ligação à rede. Exige-se ainda a redução do IVA sobre o consumo de energia. #Apagón21D.
  • A barragem de Gibe III foi inaugurada, terminando com a inundação natural do rio Omo, na Etiópia. O equipamento vai alterar substancialmente o modo de vida de 100 mil indígenas, e a construção de mais duas barragens, no mesmo rio, tem provocado enorme polémica. Tudo contra os alertas para o possível fim do lago Turkana, no Quénia. Phys.
  • Não é só no Dakota do Norte que tem havido protestos contra o avanço de oleodutos. A Alternet  ilustra casos semelhantes em, pelo menos, 10 estados norte-americanos.

Reflexão – queimar mais para receber mais?

Foto de Dan Clark/USFWS/AP.

Foi o que aconteceu durante 3 anos na Irlanda do Norte. 
Em novembro de 2012 foi lançado um programa de incentivo ao aquecimento a partir da biomassa. Por cada libra investida, o consumidor receberia 1 libra e 60 pence de subsídio. O que se seguiu foi uma festa, um espetáculo - desastroso para as contas públicas, fantástico para os oportunistas. Constou que alguém, neste esquema de 20 anos, teria ganho 1 milhão de libras com um telheiro vazio de lenha. Uma auditoria governamental apurou que, tal como o esquema estava montado, «a coisa» poderia render 192 mil libras a uma empresa inglesa, enquanto, com as facilidades e pouco rigor da Irlanda do Norte, o mesmo tipo de empresa ganharia muitíssimo mais: 860 mil libras. Cálculos oficiais dizem que, até 2036, a «brincadeira» poderá custar 400 milhões de libras ao erário público.