terça-feira, 7 de setembro de 2004

Regresso. Esta é a época de todos os regressos - de férias, a casa, ao trabalho, à escola. É também época de balanços. Iniciado em Janeiro, o Ondas tem sido uma óptima oportunidade para exercitar alguma cidadania sobre questões ambientais e agilizar a manipulação da língua na sua forma escrita e lida, tanto em português (produto final)como em inglês (língua utilizada pela esmagadora maioria das nossas fontes). As cerca de 9.000 visitas até agora registadas no Sapo - onde o Ondas começou -, são mais uma prova de que o Ambiente já é um tema de reconhecido interesse na blogosfera. A existência de outros blogues sobre o mesmo tema reforçam esta mesma ideia. Época também de perspectivas. Poucas alterações se deverão operar no conteúdo e no estilo do Ondas que foi sendo animado desde Janeiro a Setembro de 2004. Durante os últimos dias pairou a ideia de emigrar dadas as inúmeras perturbações e eclipses ocorridos no servidor que nos aloja. O regresso do template, dos menus e de outros requisitos básicos fez cancelar aquela ameaça. Por pouco tempo. Por isso, parti para esta aventura agora renovada. Faço votos para que continuem a contar com o Ondas. Tentando sempre ser correcto, claro, sucinto, crítico e irreverente. Obrigado pelo interesse. Octávio Lima
Celebração das flores de papel ou caos de plástico? Segundo o Agroportal, que cita José Manuel Muacho, presidente da Associação das Festas do Povo de Campo Maior, o evento "ultrapassou largamente as expectativas" da organização, atingindo os cerca de dois milhões de visitantes. Por lá passaram o presidente da República Jorge Sampaio, o ministro da Agricultura, Carlos da Costa Neves e o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, David Sousa Geraldes. A vice-presidente da Assembleia da República, Leonor Beleza, o antigo primeiro-ministro António Guterres, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, o candidato à liderança do PS José Sócrates, o deputado e dirigente do Bloco de Esquerda Francisco Louçã e o antigo presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa, foram outras personalidades que passaram pelas festas.
Eu também por lá passei. Anónimo. Apreciei imenso a arte de bem trabalhar o papel e criar flores mais uma vez demonstrada pela gente anónima de Campo Maior. Os meus sinceros parabéns. Todavia esta celebração do papel em flor parece estar a descambar para o caos do plástico. Por todo o lado havia garrafas de plástico vazias, muito especialmente nas valetas entre o centro da Vila e os caminhos até aos parques de estacionamento. A restauração usou e abusou do recurso ao copo, à chávena, ao prato plástico, tudo era servido em plástico por todo o lado, alguns alegando que havia clientes ladrões. Num café, até se gabavam de ter chávenas de café de porcelana para venda a 3 euros! Em tempo de guerra não se limpam armas - isto é, ao impingir o plástico arengando os mais bizarros argumentos, os espertos mais não fizeram do que deixar de lavar copos, chávenas e pratos. Não para poupar água - ela continua a jorrar em muitas fontes públicas, com honras de holofotes à noite -, mas para poupar tempo e braços. Lavar implica mão-de-obra, não é? Quando vi copos de vidro na prateleira e disse que preferia que a minha imperial fosse tirada num copo, aí o snack-bar ia caindo. Tive que aguentar com o patrão, o ajudante e a menina da chapa das bifanas. Em uníssono, o coro de sopranos chegou a berrar que estavam fartos daquelas festas. Presumi que o libreto da sua ópera dizia que a taxa mensal que pagavam pelos resíduos sólidos produzidos em tempo de desbunda era igual à dos vizinhos que tinham dedicado centenas de horas a criar lindíssimas flores de papel mas que não tinham produzido nem um milésimo do peso e do volume de lixo plástico promovido pelo trio.
Bem no meio da entrada da Vila há uma estátua a um comendador que dizem ter feito muito pela terra. Homem de grandes e largos horizontes, o dito comendador não terá tido tempo de subir a pé até ao cimo do castelo. Aí teria visto como se pode viver entre ameias. Mas esses que vivem nas ameias são anónimos. E, imaginem, até são capazes de criar lindíssimas flores de papel. Bem hajam.

Autoridades consentem estacionamento nas dunas. Acontece na praia dos Salgados, Albufeira, apesar das placas de proibição colocadas pelos serviços da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e que avisam sobre multas de 250 euros. E tudo por causa da construção da Herdade dos Salgados, o antigo acesso ao estacionamento foi vedado por se encontrar dentro da propriedade privada e foram abertos novos arruamentos que desembocam agora mais acima, junto à praia. Os ambientalistas locais já protestaram e acusaram a CCRD de irresponsabilidade porque permitem a continuação de uma situação de impunidade especialmente depois de terem sido investidos fundos comunitários numa operação de consolidação da duna. E, mais uma vez, temos um iluminadíssimo autarca, o presidente da Câmara de Albufeira, Desidério Silva, a desdramatizar as críticas e a afirmar que a qualidade do projecto e a requalificação subsequente tudo justificam. E não se pode reciclar o autarca?

Viana do Castelo testa autocarros eléctricos. O transporte de passageiros no Centro Histórico de Viana do Castelo pode vir a ser assegurado por mini-autocarros eléctricos, caso a experiência que vai ser feita durante Setembro se revele financeiramente viável. Os mini-autocarros "Gulliver" custam cada um 150 mil euros, têm capacidade para 22 passageiros, e estão preparados para transportar uma cadeira de rodas. Atingem uma velocidade máxima de 33 quilómetros horários e são alimentados por baterias, tendo uma autonomia em circuito urbano de quatro a seis horas de funcionamento. Nesta fase experimental em Viana do Castelo, os mini-autocarros vão circular pelo Centro Histórico, mesmo em ruas unicamente pedonais, e farão ainda incursões ao Centro Hospitalar do Alto Minho, seguindo uma linha já definida no pavimento, a tinta azul. Podem ser "apanhados" em qualquer ponto dessa linha, tendo os passageiros apenas necessidade de fazer o respectivo sinal de paragem ao condutor. O bilhete custa 50 cêntimos e o tempo médio de espera será de 10 minutos. O percurso tem uma extensão total de 3,5 quilómetros, que os mini-autocarros demoram cerca de meia hora a percorrer. Segundo Robert Stüssi, da Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico, estes mini-autocarros já asseguram, o transporte de passageiros no Centro Histórico de Coimbra e, dentro de dias, passarão a fazê-lo também em Portalegre. "São veículos que, pelas suas reduzidas dimensões [5,3 metros de comprimento por 2,07 de largura], passam em qualquer rua", sublinhou aquele responsável. Sustentou que este é já o meio de transporte adoptado em mais de 20 cidades de Itália, considerada a "pátria dos Gulliver". Em Portugal, a aquisição destes mini-autocarros é financiada até 75 por cento pela Direcção-Geral dos Transportes Terrestres (DGTT).
www.rtp.pt/index.php?article=124684&visual=16

Albufeira de Balsemão vai levar água a 7 concelhos de Viseu. Os estudos de impacte ambiental sugerem a implantação em Pretarouca, Lamego. A albufeira garantirá o abastecimento de água às populações dos concelhos de Armamar, Tarouca, Lamego, Resende, Castro Daire, Vila Nova de Paiva e Cinfães, por um período de 30 anos. Com a sua construção, será submerso um troço da EN 521, que irá interromper a ligação entre Domas e Pretarouca, que partilham a utilização de um cemitério e de uma igreja. Por isso, para minimizar o impacte desta separação, o Estudo Prévio estudou a possibilidade de se construir um passadiço exclusivamente pedonal sobre a albufeira, com cerca de 200 metros de comprimento e 3 metros de largura. A barragem implicará ainda a submersão do edifício da junta de freguesia, estando no entanto já prevista a aquisição de um novo terreno e a construção de novas instalações. O Balsemão é afluente da margem esquerda do Varosa, que, por sua vez, é afluente da margem esquerda do Douro.
jornal.publico.pt/2004/09/06/LocalCentro/LC20.html

Plutónio invade solo britânico. Foram encontrados em culturas e estão documentados vestígios de lixo radioactivo proveniente de testes nucleares realizados nos anos 50 no Nevada e do desastre de Chernobyl. Tudo isto organizado pela Universidade de Southampton e pelo Rothamsted Research, dados agora revelados no BA Festival of Science a decorrer em Exeter. E esta, heim?
news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/3630284.stm

Botswana oferece 500 elefantes a Moçambique. Os elefantes serão transportados por terra para o Parque Nacional da Gorongosa na província de Sofala, onde o governo moçambicano prevê desenvolver um parque turístico.
www.reuters.co.uk/newsArticle.jhtml;jsessionid=WTTZLC4CBB5H2CRBAELCFEY?type=scienceNews&storyID=6146996&section=news
Europa processa Inglaterra por não reciclar lixo nuclear. A Europa vai levar o Reino Unido ao Tribunal Europeu de Justiça porque as autoridades britânicas nada fizeram para tratar o lixo da sua central de Sellafield, apesar de 4 anos de negociações entre a Europa e o Reino Unido. Tudo porque há plutónio e urânio armazenados debaixo de água em tanques de betão reforçado desde 1959 e que nunca foram devidamente documentados. A questão é bastante melindrosa e já provocou polémica com o governo irlandês que se queixou do perigo iminente dada a proximidade de Sellafield do Mar da Irlanda.
news.independent.co.uk/uk/environment/story.jsp?story=558145

Mão pesada. Uma filial da Tyco International em Connecticut foi multada em 10 milhões de dólares por despejo de efluentes poluentes no sistema de esgotos sem qualquer tratamento.
www.caprep.com/0804066.htm

A ExxonMobil vai pagar uma multa de 8.25 milhões de dólares por diversas violações da qualidade do ar em duas refinarias do sul da Califórnia.
money.cnn.com/services/tickerheadlines/djh/200409030052DOWJONESDJO

Uma empresa californiana de materiais de construção vai pagar uma multa de 152.245 dólares por violações ao controlo de emissões na produção de poliestireno e pentano.
www.caprep.com/0904002.htm

O ministério do ambiente americano vai multar uma empresa de Massachusetts em 109.000 dólares pelo facto dos seus camiões terem permanecido parados com os motores a diesel ligados durante demasiado tempo, muito especialmente em duas ocasiões em que estiveram ligados durante mais de uma hora seguida. A lei só permite 5 minutos de veículo parado com motor a trabalhar.
www.caprep.com/0804064.htm

Uma empresa do Colorado e o seu director foram acusados de conspiração e poluição de cursos de água devido ao despejo de efluentes contendo metais não tratados.
www.caprep.com/0804067.htm